sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Caos na educação brasileira - Insegurança e violência são os principais problemas nas escolas, diz pesquisa



Levantamento feito pelo instituto de pesquisa Data Popular revela que a falta de segurança e a violência nas escolas são os principais problemas apontados pela população para uma educação de qualidade. Em seguida, a sociedade aponta a necessidade da valorização dos professores e funcionários. A pesquisa foi apresentada nesta sexta-feira, 21, na Conferência Nacional de Educação (Conae).

A pesquisa foi encomendada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). A pesquisa foi realizada em setembro deste ano, com 3 mil pessoas de mais de 16 anos, nas cinco regiões do país.

O levantamento mostra que para 89% dos entrevistados existe muita violência nas escolas públicas brasileiras. Os entrevistados entram em consenso quando o assunto é valorização dos professores, já que 98% avaliam que a profissão deveria ser mais valorizada.

"A pesquisa mostra em números o que já sabíamos", diz o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão. "A sociedade vê o que está acontecendo, vê que precisamos de mudança", acrescenta.

O levantamento mostra também que há um consenso de que educação é importante para o futuro do Brasil, pois 99% dos entrevistados tiveram essa opinião. A questão foi levada em consideração nas eleições, pois 72% dizem que se informaram sobre educação antes de votar.

"As pautas defendidas pela categoria [professores e funcionários de educação] são amplamente defendidos pela sociedade", diz o presidente do Data Popular, Renato Meirelles. "“ Se descobrimos isso, temos o grande desafio de trazer essas pessoas como aliadas".

Para 76%, os professores são menos valorizados do que deveriam pela população, enquanto 85% acham que os professores são menos valorizados do que deveriam pelo governo. O salário oferecido aos professores da rede pública é considerado ruim ou péssimo para 66% dos consultados. Apenas 8% disseram que é bom.

De acordo com o levantamento, os entrevistados reconhecem que o professor deveria ser a profissão com a melhor remuneração e 85% dos brasileiros acreditam que os profissionais da educação deveriam ter um piso salarial nacional que valorize o salário. Quando questionados sobre os salários dos professores das escolas privadas, 49% disseram que a remuneração é ótima ou boa. Do total, 98% consideram importante que professores e funcionários das escolas tenham bons salários para que a escola seja de qualidade.

Como consequência do cenário, um sexto dos entrevistados diz pensar em ser professor. Para Leão, o índice é muito baixo. Afora a valorização, ele aponta a violência como algo preocupante. "O professor está assustado, o aluno não aprende adequadamente. A violência influencia no aprendizado", diz.

Além da sensação de insegurança, o levantamento mostra que mais de 80% dos entrevistados estudou ou estuda em escola pública e grande parte teve conhecimento de algum tipo de violência na escola em que estudou. Os entrevistados alegam saber de casos de agressão física (34,8%), vandalismo (22,7%), discriminação (21%), assalto à mão armada (8,5%), violência sexual (5,9%) e assassinato (3,6%). Além disso, mais de 40% tiveram conhecimento de agressão verbal.


Fonte: http://www.opovo.com.br/app/maisnoticias/brasil/2014/11/21/noticiasbrasil,3351463/inseguranca-e-violencia-sao-os-principais-problemas-nas-escolas.shtml

Agência Brasil

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Debate analisa federalização do ensino básico


Tema da audiência pública marcada para hoje na Comissão de Educação foi escolhido pelos professores dos estudantes que fazem parte do Projeto Jovem Senador, em Brasília
Projeto em tramitação no Senado visa convocar plebiscito para decidir sobre transferência da educação básica à União Foto: Pedro França
A Comissão de Educação promove hoje audiência pública sobre a federalização da educação básica. O debate, que faz parte do Projeto Jovem Senador, foi solicitado pelos senadores Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da comissão, e Paulo Paim (PT-RS).
O tema da audiência foi escolhido entre quatro sugestões feitas pela comissão aos professores orientadores dos jovens que participam do programa. As outras três opções tratavam do currículo nacional único, do ensino em tempo integral e da formação do professor.
Em agosto, a comissão aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 460/2013, do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que convoca um plebiscito para que o eleitor decida a respeito da transferência para a União da responsabilidade sobre a educação básica.
À época, o relator da matéria na CE, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), lembrou que estados e municípios são responsáveis por cerca de 80% dos investimentos destinados à educação, enquanto a União, que detém mais da metade do bolo da arrecadação de tributos, participa com apenas 20%.
Como consequência, disse Randolfe, há disparidades na infraestrutura escolar pelo país, incapacidade de diversos governos estaduais e prefeituras para honrar o piso salarial dos professores, lacunas na oferta de vagas em creches e inexistência de um padrão nacional mínimo de qualidade, entre outros problemas.
O pedido de plebiscito está em análise na Comissão de ­Assuntos Sociais (CAS) e aguarda relatório da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A audiência pública começa às 9h na sala 15 da Ala Senador Alexandre Costa e tem como convidado o consultor legislativo do Senado Waldery Rodrigues Júnior.
A edição 2014 do Projeto Jovem Senador, que reúne estudantes de escolas públicas de todo o país, teve início na segunda-feira e vai até depois de amanhã. Na ação, os estudantes vivenciam, no Senado, o processo de propor e debater projetos de leis.
Jornal do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Quilombo dos Palmares



Zumbi foi um dos mais bravos líderes da comunidade quilombola dos Palmares.
Durante todo o período em que a escravidão foi vigente, os cativos empreenderam formas diversas de escaparem daquela ordem marcada pela repressão e o controle. Dentre as várias manifestações de resistência, os quilombos, também conhecidos como mocambos, funcionavam como comunidades de negros fugidos que conseguiam escapar do controle de seus proprietários.
Sendo local de refúgio, os escravos escolhiam localidades de difícil acesso que impedissem uma possível recaptura. Além disso, os quilombos também eram estrategicamente próximos de algumas estradas onde poderiam realizar pequenos assaltos que garantissem a sua sobrevivência. Não sendo abrigo apenas de escravos, os quilombos também abrigavam índios e fugitivos da justiça.

Um dos quilombos mais conhecidos da história brasileira foi Palmares, instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas. Com o passar do tempo, Palmares se transformou em uma espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade. Seu crescimento ocorreu principalmente entre as décadas de 1630 e 1650, quando a invasão dos holandeses prejudicou o controle sobre a população escrava.

A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso, vários governos que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a destruição definitiva de Palmares. Contudo, os quilombolas resistiram de maneira eficaz e, ao longo de oitenta anos, conseguiram derrotar aproximadamente trinta expedições militares organizadas com este mesmo objetivo.

Mediante a resistência daquela população quilombola e não mais suportando a exaustão das derrotas, o governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Ganga Zumba, importante líder palmarino, assinaram o chamado “acordo de 1678” ou “acordo de Recife”. Por esse tratado, o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na região norte de Alagoas.

Alguns membros do Quilombo não aceitaram o termo estabelecido por Ganga Zumba, que acabou sendo envenenado por seus opositores quilombolas. A partir de então, o controle de Palmares passou para as mãos de Zumbi, que não aceitava negociar com as autoridades e preferia sustentar a situação de conflito. Com essa opção, estava traçado o caminho que culminaria na destruição deste grande quilombo.

Em 1694, sob a liderança do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, as forças oficiais começaram a impor a desarticulação de Palmares. Inicialmente, mesmo ocorrendo a destruição quase definitiva, Zumbi e alguns resistentes fugiram, se organizaram e continuaram lutando. No ano seguinte, Zumbi foi morto e degolado pelos bandeirantes, que enviaram a sua cabeça até Recife como símbolo maior da vitória contra os quilombolas palmarinos.

Atualmente, as lideranças do movimento negro brasileiro reverenciam a ação heroica dos palmarinos e prestigiam Zumbi como um símbolo de resistência. No dia 20 de novembro, mesma data em que Zumbi foi morto, é comemorado o Dia da Consciência Negra. Certamente, Palmares demonstra que a hegemonia da ordem escravocrata foi colocada em dúvida por aqueles indivíduos que negaram se subordinar ao status quo da época.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Fonte: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3459684583566489829#editor/target=post;postID=8081156600300927107

20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra


O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, e reivindica essa figura histórica como símbolo de resistência

Monumento a Zumbi dos Palmares em Salvador, Bahia*
Monumento a Zumbi dos Palmares
em Salvador, Bahia
Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Maiores informações podem ser consultadas no textoHistória do Quilombo de Palmares.
A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros doMovimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em 1978, no contexto da Ditadura Militar Brasileira, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que seus descendentes reivindicam.
Com a redemocratização do Brasil e a promulgação da Constituição de 1988, vários segmentos da sociedade, inclusive os movimentos sociais, como o Movimento Negro, obtiveram maior espaço no âmbito das discussões e decisões políticas. A lei de preconceito de raça ou cor (nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989) e leis como a de cotas raciais, no âmbito da educação superior, e, especificamente na área da educação básica, a lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira, são exemplos de legislações que preveem certa reparação aos danos sofridos pela população negra na história do Brasil.
A figura de Zumbi dos Palmares é especialmente reivindicada pelo movimento negro como símbolo de todas essas conquistas, tanto que a lei que instituiu o dia da Consciência Negra foi também fruto dessa reivindicação. O nome de Zumbi, inclusive, é sugerido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africanacomo personalidade a ser abordada nas aulas de ensino básico como exemplo da luta dos negros no Brasil. Essa sugestão orienta-se por uma das determinações da lei Nº 10.639, que diz no Art. 26-A, parágrafo 1º: “O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.”
A despeito da comemoração do Dia da Consciência Negra ser no dia da morte de Zumbi e do que essa figura histórica representa enquanto símbolo para movimentos sociais, como o Movimento Negro, há muita polêmica no âmbito acadêmico em torno da imagem de Zumbi e da própria história do Quilombo dos Palmares. As primeiras obras que abordaram esse acontecimento histórico, como as de Edison Carneiro (O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966), de Eduardo Fonseca Jr. (Zumbi dos PalmaresA História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988) e de Décio Freitas (Palmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento, 1973), abriram caminho para a compreensão da história da fundação, apogeu e queda do Quilombo dos Palmares, mas, em certa medida, deram espaço para o uso político da figura de Zumbi, o que, segundo outros historiadores que revisaram esse acontecimento, pode ter sido prejudicial para a veracidade dos fatos.
Um dos principais historiadores que estudam e revisam a história do Quilombo dos Palmares atualmente é Flávio dos Santos Gomes, cuja principal obra é De olho em Zumbi dos Palmares: História, símbolos e memória social (São Paulo: Claro Enigma, 2011). Flávio Gomes procurou, nessa obra, realizar não apenas uma revisão dos fatos a partir do contato direto com as fontes do século XVI e XVII, mas também analisar o uso político da imagem de Zumbi. Segundo esse autor, o tio de Zumbi, Ganga Zumba, que chefiou o quilombo e, inclusive, firmou tratados de paz com as autoridades locais, acabou tendo sua imagem diminuída e pouco conhecida em razão da escolha ideológica de Zumbi como símbolo de luta dos negros.
Além dessa polêmica, há também o problema referente à própria estrutura e proposta de resistência dos quilombos no período colonial. Historiadores como José Murilo de Carvalho acentuam que grandes quilombos, como o de Palmares, não tinham o objetivo estrito de apartar-se completamente da sociedade escravocrata, tendo o próprio Quilombo dos Palmares participado do tráfico e do uso de escravos. Diz ele, na obra Cidadania no Brasil: “Os quilombos que sobreviviam mais tempo acabavam mantendo relações com a sociedade que os cercava, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares havia escravos”. (CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 48).
As polêmicas partem de indagações como: “Se Zumbi, que foi líder do Quilombo de Palmares, possuía escravos negros, a noção de luta por liberdade nesse contexto era bem específica e não pode colocá-lo como símbolo de resistência contra a escravidão”. A própria história da África e do tráfico negreiro transatlântico revela que grande parte dos escravos que a coroa portuguesa trazia para o Brasil Colônia era comprada dos próprios reinos africanos que capturavam membros de reinos ou tribos rivais e vendiam-nos aos europeus. Essa prática também ressoou, como atestam alguns historiadores, em dada medida, nos quilombos brasileiros.
Nesse sentido, a complexidade dos fatos históricos nem sempre pode adequar-se a anseios políticos. Os estudos históricos precisam dar conta dessa complexidade e fornecer elementos para compreender o passado e sua relação com o presente. Entretanto, esse processo precisa ser cuidadoso. O uso de datas comemorativas como marcos de memória suscita esse tipo de polêmica, que deve ser pensada e discutida criteriosamente, sem prejuízo nem das reivindicações sociais e, tampouco, da veracidade dos fatos.

* Créditos da imagem: Commons

Por Me. Cláudio Fernandes

Fonte: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3459684583566489829#editor/target=post;postID=5062452985181153007

terça-feira, 18 de novembro de 2014

DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL DO BRASIL

Agência Brasil

População envelhece e não há crescimento demográfico, alerta Ipea


O envelhecimento da população brasileira segue em ritmo acelerado, mas a preocupação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é que esse envelhecimento ocorre conjuntamente com a redução do crescimento populacional. Esse é um dos principais temas abordados no livro lançado hoje (18) pelo Ipea Novo Regime Demográfico: Uma Nova Relação entre População e Desenvolvimento Econômico, que inclui 21 artigos de 25 pesquisadores do órgão, vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
“Por um lado, cresce o segmento idoso, que vai demandar Previdência, outros cuidados, gastos de saúde,  e do outro lado, diminui a população trabalhadora, que é a  que contribui para pagar esses custos. Então, você tem uma balança desequilibrada”, avaliou em entrevista à Agência Brasil,  a técnica de Planejamento e Pesquisa  do Ipea, Ana Amélia Camarano.
A questão está sendo discutida internamente no instituto. Ana Amélia disse que a sociedade vai ter que se ajustar a essa nova realidade, que implica um crescimento econômico superior a  3% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Caso contrário, a consequência será aumento do déficit previdenciário.
“Se a economia não crescer, você não tem como pagar [os gastos com o segmento idoso da população]”. Ana Amélia comentou que, para manter a atual proporção de gastos previdenciários em relação ao PIB, “a economia tem que crescer 3,3% ao ano”, o que vai exigir investimentos e poupança. A pesquisadora observou, porém, que as decisões sobre onde deverão ser feitos os  investimentos serão políticas. “Mas, de qualquer maneira, a economia tem que crescer”, reiterou. Ela explica que o fato da  população não crescer também impacta na economia.
Ana Amélia admitiu que, teoricamente, a solução para esse desequilíbrio na balança demográfica passa pelo incentivo ao nascimento de mais crianças no Brasil. Ela destacou, entretanto, que políticas de natalidade são ineficazes. “A experiência europeia e do Japão vem demonstrando isso”. Ana Amélia diz que o importante é valorizar novamente os filhos e o ato da maternidade, porque, hoje, a  carreira feminina está supervalorizada.
A técnica do Ipea acredita que atualmente essa carreira é incompatível com o aumento da fecundidade. Na análise de Ana Amélia Camarano, é necessário que o governo dê condições para que a mulher possa compatibilizar a carreira e a maternidade.
Fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/11/18/populacao-envelhece-e-nao-ha-crescimento-demografico-alerta-ipea/

domingo, 16 de novembro de 2014

INFORMAÇÕES IMPORTANTE SOBRE DOR DE GARGANTA, TOSSE, CALAR FRIOS



Como saber a diferença entre reação passageira e doença

Um guia para sintomas estranhos

MARGARIDA TELLES, EDIÇÃO: FLÁVIA YURI

Sintomas estranhos  (Foto: Farrell)

Cílios trêmulos, tosse ao limpar o ouvido, pontos luminosos que só você enxerga. Quem nunca teve esses ou outros sintomas que, de tão esquisitos, dão vergonha de contar ao médico? Encaramos a tarefa de passar carão diante do doutor. Procuramos especialistas de várias áreas e preparamos um guia de sintomas bizarros, para ajudar a desmistificar reações peculiares que ocor-rem com nosso corpo. Os médicos indicam quando buscar ajuda. 
Zumbido no ouvido (Foto: Farrell)
Zumbido no ouvido 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 15% da população mundial se queixa de ouvir zumbidos sem que exista uma fonte de som externa. “A origem geralmente está associada a problemas dos ouvidos, como a perda de parte da audição”, afirma Marcelo Hueb, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Outras explicações podem ser alterações na circulação sanguínea, problemas na articulação da mandíbula ou depressão. Não há com que se preocupar se o zumbido ocorrer de forma eventual e cessar em pouco tempo.
Quando procurar um médico 
Busque ajuda se o chiado persistir ou for unilateral e forte. Perda parcial de audição, sangramento pelo ouvido, dores, secreção excessiva ou a impressão de pulsação nos ouvidos também mostram que é preciso procurar um médico.


Pálpebras que tremem
Os nervos transmitem aos músculos ao redor das pálpebras o comando para se movimentar. Isso ocorre porque a área onde o impulso elétrico do neurônio vira ação muscular é muito sensível. “Às vezes, por estresse ou pelo clima seco, nosso corpo fica carregado de eletricidade. Isso pode provocar pequenos movimentos involuntários nos músculos mais sensíveis”, diz Canrobert Oliveira, diretor presidente do Hospital Oftalmológico de Brasília. Essa falha de transmissão entre o nervo e o músculo faz a pálpebra tremer. 
Quando procurar um médico
Os espasmos ocorrem com mais frequência em momentos de estresse ou de pouco sono. Se, depois de descansar ainda forem frequentes, marque uma consulta. “Podem ser alterações funcionais dos nervos”, diz Oliveira. O tratamento pode ser feito com Botox ou correção cirúrgica.


Calafrios
Calafrios (Foto: Farrell)
O calafrio é um tremor generalizado, comum quando se tem febre. “O aumento de temperatura do corpo faz parte da ação do sistema imune para combater organismos nocivos. O calafrio é uma reação natural do organismo para se adaptar a essa temperatura”, diz Marcelo Alves Alvarenga, médico da equipe de emergência do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. 
Quando procurar um médico
É importante avaliar se o calafrio é persistente. Nesse caso, procure ajuda. Se o sintoma vier acompanhado por dor para urinar, dor na região lombar ou dor de cabeça, pode ser sinal de uma infecção. Aí também é bom buscar um médico.



Tosse ao limpar os ouvidos
A tosse é um mecanismo de defesa, que limpa as secreções nas vias aéreas. 
“Ao usar hastes flexíveis para limpar os ouvidos, algumas pessoas geram um estímulo 
a ramos sensíveis de um nervo”, afirma o otorrinolaringologista Marcelo Hueb. “Isso causa 
a tosse.” Quando tossimos, as cordas vocais se fecham e a musculatura do diafragma 
e das costelas se contrai. A pressão dentro dos pulmões aumenta e provoca rápida liberação do ar.
Quando procurar um médico
Caso a tosse venha acompanhada de dor ou o ouvido fique sensível durante a limpeza.


Espirros seguidos
Espirros seguidos (Foto: Farrell)
O espirro é um fenômeno de defesa do organismo, que ocorre quando a mucosa nasal fica irritada. “O intuito é eliminar o agente que causou a irritação, com uma rajada de ar que pode atingir até 200 quilômetros por hora”, diz o otorrinolaringologista Marcelo Hueb. É comum pessoas com a mucosa irritada, em contato com a poeira ou cheiros diferentes, espirrarem em sequência. 
Quando procurar um médico
Se os espirros forem sintomas de uma gripe forte, é bom consultar um médico. Caso eles aconteçam sempre, também podem ser resultado de rinite alérgica.


Pontos luminosos na vista
Pontos luminosos na vista (Foto: Farrell)
O globo ocular é preenchido por uma matéria gelatinosa, chamada vítreo. Ela é feita de fibras, que se degeneram ao longo de nossa vida. Pedaços do tecido que se soltam podem flutuar na parte mais líquida do vítreo. Quando olhamos para algum ponto claro, podemos ver a sombra que esses tecidos soltos projetam na retina, área do olho que capta a luz. É normal ver, de vez em quando, esses pontos dançantes.
Quando procurar um médico
“Se, de uma semana para outra, o número de pontos luminosos crescer muito, a pessoa deve procurar ajuda”, afirma o oftalmologista Canrobert Oliveira. Um conjunto de fibras do vítreo pode continuar colado nas paredes internas do globo ocular. Com movimentos bruscos, elas podem se desprender e machucar a retina. 


Sangramento no nariz
O nariz é um órgão cheio de veias, pois precisa da circulação sanguínea para aquecer e umidificar o ar inspirado. “O rompimento de pequenas veias pode gerar os sangramentos”, diz o otorrinolaringologista Marcelo Hueb.
Quando procurar um médico
Quando o sangue é estancado em pouco tempo, não há problema. Mas, se os sangramentos acontecerem na parte mais profunda do nariz, podem gerar grandes perdas de sangue e colocar a pessoa em risco. 
É o que geralmente ocorre em pacientes hipertensos, em quem sofre de alterações da coagulação sanguínea e em idosos. Vá ao médico se o sangramento for frequente, em grande quantidade ou se demorar para estancar. 



Dedos que não dobram
Depois de passar muito tempo com a mão imóvel, pode ser difícil dobrar os dedos. “A rigidez nas articulações ou a fraqueza muscular, quando transitórias, são comuns e não devem causar preocupação”, afirma o médico Marcelo Alves Alvarenga. “Os sintomas podem ser explicados pela compressão do nervo e pela alteração da circulação sanguínea na região.” 
Quando procurar um médico
Caso os sintomas de fraqueza e rigidez não passem depois de você esfregar e alongar os dedos, busque avaliação médica. Doenças reumáticas ou até pequenos derrames podem afetar essas articulações.


Pés dormentes
Pés dormentes (Foto: Farrell)
Ao caminhar ou fazer alguma atividade física repetitiva que sobrecarregue os membros inferiores, como pés e tornozelos, podemos comprimir alguns nervos. Essa compressão gera os sintomas de adormecimento ou formigamento dos pés.
Quando procurar um médico
“Quando os pés adormecerem, tente alongar a musculatura afetada e, em seguida, mantê-la na posição de relaxamento”, diz o médico Marcelo Alves Alvarenga. É recomendável procurar avaliação médica caso o sintoma seja persistente.
 


Dor na axila
A causa mais simples é a existência de um pelo encravado, em geral devido à depilação. Nesse caso, aplique compressas frias e observe se a inflamação diminui ao longo da semana. 
Os caroços podem ser um sinal de que as glândulas produtoras de suor inflamaram ou de que os gânglios linfáticos aumentaram de tamanho. “Isso ocorre quando existe algum tipo de infecção”, afirma Bruna Felix Bravo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro.
Quando procurar um médico
“Se você sentir caroços nas axilas, dolorosos ou não, é importante ver um médico”, diz Bruna. O tratamento será definido por ele, com base no diagnóstico. Nos casos mais comuns de inflamação do gânglio, o médico indica antibióticos.


Mãos suadas
Mãos suadas (Foto: Farrell)
É normal transpirar nas mãos. Em momentos de nervosismo, liberamos hormônios específicos e produzimos mais suor em algumas regiões do corpo, como mãos e axilas. Embora alguns transpirem mais que os outros, o suor excessivo nas mãos não é sinal de nenhum problema de saúde. 
Quando procurar um médico
Caso o suor atrapalhe as atividades diárias, é possível buscar tratamento. O método mais usado é injetar Botox nas mãos. “O procedimento, que dura cerca de uma hora, é um pouco doloroso, mas tolerável”, afirma a dermatologista Bruna Felix Bravo. Pessoas que não se adaptam ao Botox podem fazer uma cirurgia que bloqueia ou remove os gânglios nervosos.







Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Vida-util/noticia/2012/09/como-saber-diferenca-entre-reacao-passageira-e-doenca.html

Piso salarial do professor: saiba quem tem direito ao reajuste nacional

  Presidente Jair Bolsonaro divulgou na tarde de hoje (27) um reajuste de cerca de 33% no piso salarial do professor de educação básica; con...