quarta-feira, 31 de julho de 2013

IMPLANTAÇÃO DE 1/3 DE PLANEJAMENTO PARA OS PROFESSORES DE PENTECOSTE - CE


 Lhes trago boas novas.



Primeiro gostaria de lhes fazer uma pergunta: Vocês colegas professores se sentem sobrecarregados de trabalhos nas escolas onde vocês trabalham? Creio que sim. Gostariam de um tempo disponível para planejar suas aulas e assim poderem dar uma aula mais produtiva aos seus alunos? Também creio que sim. Muito bem. Como todos sabem, a Lei do piso garante 1/3 de horas aulas de sua carga horária para isso. É do conhecimento de todos que o Estado do Ceará já implantou desde o início do ano. Aqui em Pentecoste, desde o ano passado nós tentávamos implantar por meio do diálogo com a Gestão anterior, o que não obtivemos êxito. Agora na nova Gestão, desde o início do ano estamos tentando conseguir este direito.

Enfim, a Senhora Prefeita decidiu implantar este 1/3 para planejamento. Durante esta semana, sindicato, juntamente com Lila e Secretária de Educação, estamos fazendo um levantamento de pessoal que fazem parte da rede de ensino para ver a demanda de profissionais que estão em sala de aula e também dos que estão fora de aula  que possam vir a suprir as aulas que ficarão descobertas com a implantação das horas de planejamento de cada professor.

Após darmos início a este processo, pasmem os Senhores e Senhoras. Com a implantação de um terço, em muitas escolas os professores que lá estão, ora realizando atividades complementares, ora na biblioteca, ora fazendo coisa alguma, serão suficientes para suprir toda a demanda e ainda sobrará tempo vago para alguns deles. Agora por quê? Ora, em algumas escolas, o números de pessoas que estão nos espaços da mesma sem estarem em sala de aula e assustador. Isso nos leva a crer que o número de contratados aqui em Pentecoste é alto devido ao grande número de professores efetivos que não estão exercendo sua função onde deveriam que é a sala de aula. Isso significa dizer que esta situação é um problema até para a realização do concurso.

Com a implantação de 1/3, muitos desses professores serão realocados para assumir a demanda que irá surgir a partir do momento em que cada professor estiver nas suas aulas de planejamento.

Outro ponto importante, é que a partir de agora os alunos terão 20 horas aulas semanais, quando na realidade eles só tinham 18 horas, já que todas as sextas-feiras os alunos iam embora no segundo horário.

Esta mudança deve-se a efetivação das aulas de Educação Física que agora serão ministradas em cada sala de aula como as outras disciplinas, o que não acontece até então. Isso acontecerá em todas as salas de 6º ao 9º ano. Mas também haverá atividades de educação física com os alunos do 1º ao 5º ano. Isso também está sendo pensado.

Gostaríamos de dizer que vai ser um ganho muito importante para todos os professores que sempre quiseram um tempo para preparar suas atividades. Lembrando que este tempo de planejamento é para que os professores planejem. Portanto, não se pode usar este tempo para fazer isso ou aquilo; resolver este ou aquele problema pessoal. É para estudo e preparação de atividades pedagógicas que visem, acima de tudo, a melhoria na aprendizagem dos educandos.

Ficamos surpresos, claro, com o total de professores que não querem assumir sua sala de aula. Alguns realmente estão amparados por um laudo médico que garantem que estes profissionais não podem assumir uma sala de aula. Porém, muitos não tem nenhum laude que comprovem a impossibilidade do mesmo de exercer sua profissão.

A lei que trata da educação, diz que somente os professores que estão em sala de aula deverão receber pelos 60% do Fundeb. Desse modo, torna-se injusto saber que alguém que trabalha todo dia com 20, 30 alunos receba o mesmo que outro que puco faz ou que pouco contribui para o bom andamento da educação. Portanto, é necessário que todos revejam suas posições, cumpram seus deveres e assim lutem por seus direitos.

Como bem sabemos a constituição nos garante vários direitos, mas em contrapartida, também exige que cumpramos nossos deveres.
Estamos na luta para nossos direitos sejam cumpridos.

Professor Valdeni Cruz

Diretor Sindical

terça-feira, 30 de julho de 2013

Papa Francisco critica marginalização e cobra maior integração dos gays na sociedade

Na mais ousada declaração de um pontífice sobre homossexualidade, o papa Franciscodisse que os gays "não devem ser marginalizados, mas integrados à sociedade" e que não se sente em condição de julgá-los

"Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?", afirmou o papa. FOTO: AG.REUTERS 

"Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?", afirmou Francisco aos cerca de 70 jornalistas que embarcaram a Roma com ele, após visita ao Brasil. "Ocatecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas integrados à sociedade."
As declarações foram em resposta a recentes revelações de que um assessor próximo seria homossexual e a uma frase atribuída a ele no início de junho, de que havia um "lobby gay" noVaticano. Segundo ele explicou domingo (28), o problema não é ser gay, mas o lobby em geral.
"Vocês veem muita coisa escrita sobre o "lobby gay". Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um cartão de identidade dizendo que é gay. Dizem que há alguns. Acho que, quando alguém se encontra com uma pessoa assim, devemos distinguir entre o fato de que uma pessoa é gay de formar um lobby gay, porque nem todos os lobbies são bons. Isso é o que é ruim."
"O problema não é ter essa tendência [gay]. Devemos ser como irmãos. O problema é o lobby dessa tendência, da tendência de pessoas gananciosas: lobby político, de maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema."
Questionado sobre o movimento carismático no Brasil, Francisco disse que, no início, chegou a compará-los com uma "escola de samba", mas que se arrependeu: diz que os movimentos "bem assessorados" são parte da "igreja que se renova".
Antes de aceitar perguntas, Francisco disse que "foi uma bela viagem" e elogiou o "povo brasileiro". "Espiritualmente me fez bem, estou cansado, mas me fez bem", afirmou.
"A bondade e o coração do povo brasileiro são muito grandes. É um povo tão amável, que é uma festa, que no sofrimento sempre vai achar um caminho para fazer o bem em alguma parte. Um povo alegre, um povo que sofreu tanto. É corajosa a vida dos brasileiros. Tem um grande coração, este povo."
O papa elogiou os organizadores "tanto da nossa parte quanto dos brasileiros", com menções à parte artística e religiosa. "Era tudo cronometrado, mas muito bonito."
Sobre a segurança, uma grande preocupação principalmente no início, o papa lembrou que "não teve um incidente com esses jovens, foi super espontâneo".
"Com menos segurança, eu pude estar com as pessoas, saudá-los, sem carro blindado. A segurança é a confiança de um povo. Há sempre o perigo de um louco, mas com esse temos o Senhor. Eu prefiro esta loucura, e ter o risco da loucura, que é uma aproximação."
Francisco ressaltou ainda a estimativa oficial de 3,2 milhões de fiéis e a presença de peregrinos de 178 países.
Mesmo depois do domingo intenso, que incluiu um novo percurso de papamóvel e três pronunciamentos, Francisco, 76, respondeu às perguntas de pé por quase 90 minutos, não parando nem durante uma zona de turbulência e com aviso de atar os cintos ligado.
Enquanto falava, surpreendia ao colocar a mão no bolso de sua vestimenta papal com a naturalidade de uma roupa qualquer. Para ouvir melhor um jornalista, se inclinou para frente e apoiou as mãos sobre uma poltrona. Chegou até a se abaixar para pegar um fone de ouvido que caiu na sua frente, mas alguém foi mais rápido.

Papa 'ignora' cansaço e enfatiza 'alegria' após JMJ

O papa Francisco desembarcou no aeroporto de Ciampino, em Roma, na Itália, nesta segunda-feira (29) às 6h35 (horário de Brasília) depois de participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro. Após a chegada, ele deixou a seguinte mensagem em sua conta no Twitter (@pontifex): “Estou de retorno para casa e lhes asseguro que a minha alegria é muito maior que o meu cansaço!”

No último domingo (28), o pontífice também publicou uma mensagem de agradecimento pelo Twitter aos brasileiros: “Agradeço profundamente a todos aqueles que trabalharam para o sucesso da JMJ e abraço vocês todos, os participantes”, disse. O encontro terminou no domingo, com uma missa em Copacabana.
No discurso de despedida, o papa disse que deixava o país com saudades de tudo o que viveu durante sete dias.
“Dentro de alguns instantes, deixarei sua pátria para regressar a Roma. Parto com a alma cheia de recordações felizes, essas – estou certo – tornar-se-ão oração. Neste momento, já começo a sentir saudades. Saudades do Brasil, deste povo tão grande e de grande coração, deste povo tão amoroso”, comentou o pontífice, que terminou seu discurso dizendo “até breve”, em uma confirmação de que pretende voltar ao país em 2017.
Fonte: Diário do Nordeste

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Rio recebeu 2 milhões de turistas e R$ 1,2 bi durante a Jornada

Rio recebeu 2 milhões de turistas e R$ 1,2 bi durante a JornadaRIO - A Jornada Mundial da Juventude trouxe ao Rio dois milhões de turistas e permitiu uma "injeção" de R$ 1,2 bilhão na economia da cidade, informou nesta segunda-feira, 29, o prefeito Eduardo Paes, com base em dados do Ministério do Turismo. O prefeito fez um saldo positivo do evento, apesar dos problemas, especialmente na área de transportes e na necessidade de transferência da vigília e da missa de encerramento de Guaratiba, na zona oeste, para Copacabana, na zona sul, por causa da chuva.
"Tivemos algumas batalhas perdidas no início, mas ganhamos a guerra", afirmou o prefeito, que, no entanto, não quis dar uma nota para a organização. No balanço da prefeitura, Paes disse que entre os dias 23 e 28 de julho, quando durou a Jornada, foram recolhidas 390 toneladas de lixo, apenas um pouco mais do que as 320 toneladas produzidas em apenas uma noite do réveillon. "Esse dado mostra o grau de civilidade dos visitantes e dos cariocas nesta situação. O carioca, quando quer, sabe tratar com muito carinho a cidade", afirmou o prefeito.
Eduardo Paes anunciou que nesta quarta-feira, 31, terá uma reunião com representantes do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), de órgãos do meio ambiente, e vai convidar representantes do Ministério Público para discutir o plano de ocupação de Guaratiba. O prefeito confirmou a intenção de transformar os terrenos que receberiam os eventos da Jornada em um bairro popular, mas insistiu que não será permitida a presença de moradores de fora de Guaratiba neste novo bairro. As casas serão para pessoas que vivem em áreas degradadas do bairro, como as comunidades de Jardim Maravilha e Piraquê.
O prefeito reagiu às acusações de que um loteamento na área seria irregular, por se tratar de uma região de proteção permanente. "Vamos discutir toda essa questão, mas sem usar demagogia. É preciso o mínimo de responsabilidade e se dar ao trabalho de se informar. Aquela não é uma área de proteção permanente, e em 2010 foi autorizada a criação de um loteamento no lugar", disse Paes.

EVANGELIZAÇÃO - Jovens do Ceará renovam missão

Apesar das dificuldades de diversas naturezas encontradas no Rio, cearenses ressaltam a importância da JMJ

Rio de Janeiro. Protagonistas de histórias de vida que unem esperança, cultura e fé, os quase 5.000 cearenses, conforme dados oficiais, inscritos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) partilharam com pessoas do mundo inteiro experiências para a vida toda e trazem de volta na bagagem um compromisso firmado diante do papa Francisco: fortalecer os passos na evangelização buscando mais jovens para a Igreja Católica. Mas a tarefa, admitem, não é fácil, por isso, muitos já pensam de que forma deverão cumprir a "ordem" deixada pelo pontífice.

A partir de agora, os jovens que compareceram à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) iniciam um novo desafio proposto pelo papa Francisco: fortalecer os passos na evangelização buscando mais jovens para a Igreja Católica FOTO: REUTERS

Aos 18 anos, Lucas de Souza, membro da Comunidade Católica Shalom de Paraipaba, saiu pela primeira vez de Lagoinha, rumo a um evento gigantesco. Com coração apertado, ele admitiu surpresa diante da pluralidade da Igreja. Ele sabe que não é fácil a tarefa deixada pelo papa, mas avisa que o serviço começa dentro de casa. "Hoje, o que eu vejo dessa missão é um ´ide em sua casa´, ter aquele momento de missão no seu dia a dia".

As longas esperas, as multidões que o impediram de chegar mais perto do palco principal do evento não o deixou desanimado. O que houve de dificuldade, ele diz ter sido superado pela boa acolhida, pelas experiências de fé e até mesmo pela foto que conseguiu tirar do papa. "Na fila, deu pra tirar uma foto, uma foto dele inteiro", comemorou.

Quem foi ao Rio para se doar também volta para casa compromissado. O cearense Leandro Lopes, 21, viajou como voluntário. Aluno do curso de Rádio e TV, ele contribuiu em uma das equipes de comunicação e, além dos amigos que disse ter feito, ressalta o compromisso de buscar mais jovens para a Igreja. "O meu desejo era ajudar construir a Jornada no Brasil, mas não vai parar por aqui. Eu contribuí, agora, levo comigo a responsabilidade de evangelizar", acrescentou.

O jovem, que há pouco tempo mudou-se para São Paulo, nasceu em Sobral, onde já servia na Capela de São José, Paróquia do Patrocínio, e chegou a realizar, com amigos, diversos encontros baseados e visitas na JMJ. Atualmente, frequenta a Catedral de São Paulo, para onde pretende levar o projeto do qual participava em sua terra Natal.

Mas teve quem iniciasse a peregrinação antes mesmo do evento. O auxiliar administrativo Fábio Mateus, 38, de Trairi, caminhou cerca de 3.000 Km para chegar ao Rio. Sua saga virou motivo de orgulho para conterrâneos que vivem no Rio, o que não deixa de ser uma forma de evangelizar. Nas ruas da cidade, ele chegava a ser parado para tirar foto ­- devido às entrevistas durante a viagem - o que é uma oportunidade de contar a sua história e os seus planos.

PROTAGONISTA

Viagem a pé do Ceará para o Rio de Janeiro

Fábio Mateus
Auxiliar administrativo

Antes de saber da existência de uma Jornada Mundial da Juventude, o auxiliar administrativo Fábio Mateus,38, teve uma "experiência com Deus" que o inquietou mais de um ano. Após várias pesquisas sobre peregrinações, ele seguiu sua certeza: viajar a pé até o Rio de Janeiro, com tempo suficiente para chegar até a JMJ Rio 2013. O percurso passou por diversas cidades e contou com a ajuda de muitas pessoas que o acolheram em casa durante as paradas. Hoje, seis quilos mais magro e muita história pra contar, ele se prepara para refletir tudo o que viveu durante a roteiro, o que mais tarde deve virar um livro.

ANÁLISE

Rio de Janeiro bagunçado pela festa da paz

Dahiana Araújo
Especial para Nacional

Verdadeiras orações em línguas. Um aconchego ao ar livre. Muitos povos em uma Nação que os acolheu literalmente de braços abertos. Protestos sem guerra. Gritos sem dor. Choro. Gargalhadas, histórias de vida, fé, amor. Um cenário que figurou em jornais do mundo inteiro como protagonista de momentos avessos às marcas da sua trajetória: um Rio de Janeiro bagunçado pela paz, por um pontífice.

As exceções ficam no registro, mas não habitam as marcas intensas do que foram os cânticos de louvor e orações - presididos por um franciscano derretido em afagos e certezas - e entoadas por três milhões de pessoas aglomeradas na orla de Copacabana, sob um relento gelado. A estrutura, por vezes insuficiente para comportar o público que nem ficou de ir, mas chegou, se esvaiu, porém não esgotou. O verdadeiro "Campus Fidei", o campo da fé.

Durante os dias da JMJ Rio 2013, pelas ruas da capital fluminense, comitivas enfrentaram as barreiras das línguas com a troca de sorrisos, americanos, japoneses, italianos, alemães, portugueses, poloneses cheios de esperança... Longas esperas movidas a vontades confusas de vivenciar experiências baseadas pelo Evangelho. Corações com sede. Palavras não alcançam o que a vista apurou.

Eu, que estive na Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013), ouvi as palavras do Santo Padre, colei em multidões e me enchi de expectativas a poucos metros do papa Francisco, admito, vou precisar de tempo para digerir, refletir o que foi vivido, ouvido, falado. Até o silêncio vai precisar de tempo para ser explicado.

A partir de agora, não há como encarar um Rio de Janeiro como o de antes. O compromisso para a próxima Jornada, em 2016, na Cracóvia, Polônia, onde nasceu o beato João Paulo II, idealizador da JMJ, passa pela cidade carioca. Não há como preparar o próximo encontro sem se inspirar no Brasil, seja em busca de melhorias, ou na procura por bons exemplos. A espera dos poloneses passa por nós, pela nossa história, pela vida de três pontífices unidos na certeza de que histórias se modificam diante de realidades vividas aos pés da Cruz

Fonte: Diário do Nordeste

ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL

Até 2014, Brasil deve ter 60 mil escolas públicas com aulas em período integral

Agência Brasil
Brasília - Mais de 49,3 mil escolas públicas em todo o país têm atividades em período integral. A expectativa é que até o ano que vem sejam 60 mil. No turno complementar, além de acompanhamento pedagógico obrigatório com aulas de reforço escolar em matemática, português, ciências e uma língua estrangeira, os alunos podem praticar esportes e participar de atividades culturais, que ajudam a melhorar a disciplina e a concentração.
“Nossa prioridade tem sido as escolas onde estão as crianças mais pobres, que são aquelas que recebem o BolsaFamília”, disse hoje (29) Dilma Rousseff, durante o programa Café com a Presidenta.
Segundo ela, a educação em dois turnos é importante para o aluno, para a família do aluno e para todo o país, pois o modelo ajuda no aprendizado de crianças e adolescentes. “Nenhum país do mundo chegou a se transformar em uma nação desenvolvida sem que as crianças tenham dois turnos na escola, nos colégios”, ressaltou.
Estudantes de 19,7 mil escolas rurais também participam do programa de ensino em dois turnos. Nessas escolas, além das atividades oferecidas nas demais escolas, os alunos ainda têm aulas ligadas à realidade do campo e da agricultura.
Só este ano, o governo federal já investiu R$ 1,8 bilhão no programa de educação integral. A maior parte dos recursos é repassada diretamente para a escola contratar monitores e professores, comprar material e preparar os espaços para receber as crianças nas atividades do chamado contraturno. O Ministério da Educação também repassa às prefeituras recursos para garantir alimentação de quem fica o dia todo na escola.

Evangelho de hoje, 29 de julho de 2013

Primeira Leitura (1Jo 4,7-16)

Leitura da Primeira Carta de São João.
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor.
Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. 11 Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13 A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito.
14 E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15 Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16 E nós conhecemos o amor que Deus tem para co­nosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

IMPLANTAÇÃO DE 1/3 DE PLANEJAMENTO EM PENTECOSTE

Gostaria de dizer aos nosso professores que finalmente o 1/3 de planejamento dos professores do município de Pentecoste finalmente erá ser implantado. Em mais uma reunião que houve entre sindicato e Administração (Prefeita e Sec. de Educação), ficou acordado que irá se implantar o 1/3 de planejamento para os professores. Para isso nesta segunda feira-representantes do Sindicato, bem como a Sec. de Educação e a Professora Lila, se reunirão com o propósito de ver as Escolas, a carga horária dos professores para poder ver como vai ficar. Se com os profissionais que já tem na própria escola será possível preencher a demanda de horas aulas que ficarão descoberta com a implantação do planejamento. Se não, ver quais medidas serão adotadas. Lembrando que isso é uma peleja com a administração desde o ano passado e agora a gestão atual resolveu atender esse direito dos professores. Outro ponto importante quanto a isso, é questão do Concurso público. Não seria interessante para o município fazer um concurso sem ter clareza da real necessidade de carência de professores. Com a implantação do 1/3, verifica-se assim a necessidade do total de profissionais. Portanto, gostaria de dizer aos professores da rede municipal que a partir de agora será implantado o tão esperado 1/3 para que estes profissionais disponham de tempo necessário para estudo, elaboração de projetos, correções de provas e, desse modo, poderem melhor atuarem suas salas de aula. 


Estamos na luta. Não paramos. Como falamos no sábado na Rádio Difusora, estamos num diálogo constante. Esperamos que tudo possa se resolver assim, por meio de diálogo permanente. Outros pontos importante é a criação do estatuto do servidor, aumento salarial dos servidores, que a prefeita já garantiu que acontecerá nesse segundo semestre, bem como O Plano de Cargos e Carreira da Saúde, que faz um bom tempo que lutamos pra que isso aconteça. Nós do Sindicato não paramos. Estamos de férias, mas mesmo nesse período estamos tentando manter o diálogo com a gestora para podermos agilizar o que interessa aos servidores.

Gostaríamos de contar com o apoio de todos nessa luta para nossos direitos sejam respeitados e garantidos.

Direitor Sindical. Professor Valdeni Cruz

domingo, 28 de julho de 2013

Discurso do Papa Francisco aos dirigentes do CELAM

Brasão do Papa
Viagem Apostólica ao Brasil

Discurso do Papa Francisco
Encontro com os dirigentes do CELAM
Sábado, 28 de julho de 2013
1. Introdução
Agradeço ao Senhor por esta oportunidade de poder falar com vocês, Irmãos Bispos responsáveis do CELAM no quadriênio 2011-2015. Há 57 anos que o CELAM serve as 22 Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, colaborando solidária e subsidiariamente para promover, incentivar e dinamizar a colegialidade episcopal e a comunhão entre as Igrejas da Região e seus Pastores.
Como vocês, também eu sou testemunha do forte impulso do Espírito na V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida no mês de maio de 2007, que continua animando os trabalhos do CELAM para a anelada renovação das Igrejas particulares. Em boa parte delas, essa renovação já está em andamento. Gostaria de centrar esta conversação no patrimônio herdado daquele encontro fraterno e que todos batizamos como Missão Continental.
2. Características peculiares de Aparecida
Existem quatro características típicas da referida V Conferência. Constituem como que quatro colunas do desenvolvimento de Aparecida que lhe dão a sua originalidade.
1) Início sem documento
Medelín, Puebla e Santo Domingo começaram os seus trabalhos com um caminho preparatório que culminou em uma espécie de Instrumentum laboris, com base no qual se desenrolou a discussão, a reflexão e a aprovação do documento final. Em vez disso, Aparecida promoveu a participação das Igrejas particulares como caminho de preparação que culminou em um documento de síntese. Este documento, embora tenha sido ponto de referência durante a V Conferência Geral, não foi assumido como documento de partida. O trabalho inicial foi pôr em comum as preocupações dos Pastores perante a mudança de época e a necessidade de recuperar a vida de discípulo e missionário com que Cristo fundou a Igreja.
2) Ambiente de oração com o Povo de Deus
É importante lembrar o ambiente de oração gerado pela partilha diária da Eucaristia e de outros momentos litúrgicos, tendo sido sempre acompanhados pelo Povo de Deus. Além disso, realizando-se os trabalhos na cripta do Santuário, a “música de fundo” que os acompanhava era constituída pelos cânticos e as orações dos fiéis.
3) Documento que se prolonga em compromisso, com a Missão Continental
Neste contexto de oração e vivência de fé, surgiu o desejo de um novo Pentecostes para a Igreja e o compromisso da Missão Continental. Aparecida não termina com um documento, mas prolonga-se na Missão Continental.
4) A presença de Nossa Senhora, Mãe da América
É a primeira Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe que se realiza em um Santuário mariano.
3. Dimensões da Missão Continental
A Missão Continental está projetada em duas dimensões: programática e paradigmática. A missão programática, como o próprio nome indica, consiste na realização de atos de índole missionária. A missão paradigmática, por sua vez, implica colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares. Em consequência disso, evidentemente, verifica-se toda uma dinâmica de reforma das estruturas eclesiais. A “mudança de estruturas” (de caducas a novas) não é fruto de um estudo de organização do organograma funcional eclesiástico, de que resultaria uma reorganização estática, mas é consequência da dinâmica da missão. O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade. Daqui a importância da missão paradigmática.
A Missão Continental, tanto programática como paradigmática, exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade. O discípulo de Cristo não é uma pessoa isolada em uma espiritualidade intimista, mas uma pessoa em comunidade para se dar aos outros. Portanto, a Missão Continental implica pertença eclesial.
Uma posição como esta, que começa pelo discipulado missionário e implica entender a identidade do cristão como pertença eclesial, pede que explicitemos quais são os desafios vigentes da missionariedade discipular. Me limito a assinalar dois: a renovação interna da Igreja e o diálogo com o mundo atual.
Renovação interna da Igreja
Aparecida propôs como necessária a Conversão Pastoral. Esta conversão implica acreditar na Boa Nova, acreditar em Jesus Cristo portador do Reino de Deus, em sua irrupção no mundo, em sua presença vitoriosa sobre o mal; acreditar na assistência e guia do Espírito Santo; acreditar na Igreja, Corpo de Cristo e prolongamento do dinamismo da Encarnação.
Neste sentido, é necessário que nos interroguemos, como Pastores, sobre o andamento das Igrejas a que presidimos. Estas perguntas servem de guia para examinar o estado das dioceses quanto à adoção do espírito de Aparecida, e são perguntas que é conveniente pôr-nos, muitas vezes, como exame de consciência.
1. Procuramos que o nosso trabalho e o de nossos presbíteros seja mais pastoral que administrativo? Quem é o principal beneficiário do trabalho eclesial, a Igreja como organização ou o Povo de Deus na sua totalidade?
2. Superamos a tentação de tratar de forma reativa os problemas complexos que surgem? Criamos um hábito proativo? Promovemos espaços e ocasiões para manifestar a misericórdia de Deus? Estamos conscientes da responsabilidade de repensar as atitudes pastorais e o funcionamento das estruturas eclesiais, buscando o bem dos fiéis e da sociedade?
3. Na prática, fazemos os fiéis leigos participantes da Missão? Oferecemos a Palavra de Deus e os Sacramentos com consciência e convicção claras de que o Espírito se manifesta neles?
4. Temos como critério habitual o discernimento pastoral, servindo-nos dos Conselhos Diocesanos? Tanto estes como os Conselhos paroquiais de Pastoral e de Assuntos Econômicos são espaços reais para a participação laical na consulta, organização e planejamento pastoral? O bom funcionamento dos Conselhos é determinante. Acho que estamos muito atrasados nisso.
5. Nós, Pastores Bispos e Presbíteros, temos consciência e convicção da missão dos fiéis e lhes damos a liberdade para irem discernindo, de acordo com o seu processo de discípulos, a missão que o Senhor lhes confia? Apoiamo-los e acompanhamos, superando qualquer tentação de manipulação ou indevida submissão? Estamos sempre abertos para nos deixarmos interpelar pela busca do bem da Igreja e da sua Missão no mundo?
6. Os agentes de pastoral e os fiéis em geral sentem-se parte da Igreja, identificam-se com ela e aproximam-na dos batizados indiferentes e afastados?
Como se pode ver, aqui estão em jogo atitudes. A Conversão Pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma de vida. Uma mudança de atitudes é necessariamente dinâmica: “entra em processo” e só é possível moderá-lo acompanhando-o e discernindo-o. É importante ter sempre presente que a bússola, para não se perder nesse caminho, é a identidade católica concebida como pertença eclesial.
Diálogo com o mundo atual
Faz-nos bem lembrar estas palavras do Concílio Vaticano II: As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e atribulados, são também alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo (cf. GS, 1). Aqui reside o fundamento do diálogo com o mundo atual.
A resposta às questões existenciais do homem de hoje, especialmente das novas gerações, atendendo à sua linguagem, entranha uma mudança fecunda que devemos realizar com a ajuda do Evangelho, do Magistério e da Doutrina Social da Igreja. Os cenários e areópagos são os mais variados. Por exemplo, em uma mesma cidade, existem vários imaginários coletivos que configuram “diferentes cidades”. Se continuarmos apenas com os parâmetros da “cultura de sempre”, fundamentalmente uma cultura de base rural, o resultado acabará anulando a força do Espírito Santo. Deus está em toda a parte: há que saber descobri-lo para poder anunciá-lo no idioma dessa cultura; e cada realidade, cada idioma tem um ritmo diferente.
4. Algumas tentações contra o discipulado missionário
A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações. É importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no discernimento. Não se trata de sair à caça de demônios, mas simplesmente de lucidez e prudência evangélicas. Limito-me a mencionar algumas atitudes que configuram uma Igreja “tentada”. Trata-se de conhecer determinadas propostas atuais que podem mimetizar-se em a dinâmica do discipulado missionário e deter, até fazê-lo fracassar, o processo de Conversão Pastoral.
1. A ideologização da mensagem evangélica. É uma tentação que se verificou na Igreja desde o início: procurar uma hermenêutica de interpretação evangélica fora da própria mensagem do Evangelho e fora da Igreja. Um exemplo: a dado momento, Aparecida sofreu essa tentação sob a forma de assepsia. Foi usado, e está bem, o método de “ver, julgar, agir” (cf. n.º 19). A tentação se encontraria em optar por um “ver” totalmente asséptico, um “ver” neutro, o que não é viável. O ver está sempre condicionado pelo olhar. Não há uma hermenêutica asséptica. Então a pergunta era: Com que olhar vamos ver a realidade? Aparecida respondeu: Com o olhar de discípulo. Assim se entendem os números 20 a 32. Existem outras maneiras de ideologização da mensagem e, atualmente, aparecem na América Latina e no Caribe propostas desta índole. Menciono apenas algumas:
a) O reducionismo socializante. É a ideologização mais fácil de descobrir. Em alguns momentos, foi muito forte. Trata-se de uma pretensão interpretativa com base em uma hermenêutica de acordo com as ciências sociais. Engloba os campos mais variados, desde o liberalismo de mercado até à categorização marxista.
b) A ideologização psicológica. Trata-se de uma hermenêutica elitista que, em última análise, reduz o “encontro com Jesus Cristo” e seu sucessivo desenvolvimento a uma dinâmica de autoconhecimento. Costuma verificar-se principalmente em cursos de espiritualidade, retiros espirituais, etc. Acaba por resultar numa posição imanente auto-referencial. Não tem sabor de transcendência, nem portanto de missionariedade.
c) A proposta gnóstica. Muito ligada à tentação anterior. Costuma ocorrer em grupos de elites com uma proposta de espiritualidade superior, bastante desencarnada, que acaba por desembocar em posições pastorais de “quaestiones disputatae”. Foi o primeiro desvio da comunidade primitiva e reaparece, ao longo da história da Igreja, em edições corrigidas e renovadas. Vulgarmente são denominados “católicos iluminados” (por serem atualmente herdeiros do Iluminismo).
d) A proposta pelagiana. Aparece fundamentalmente sob a forma de restauracionismo. Perante os males da Igreja, busca-se uma solução apenas na disciplina, na restauração de condutas e formas superadas que, mesmo culturalmente, não possuem capacidade significativa. Na América Latina, costuma verificar-se em pequenos grupos, em algumas novas Congregações Religiosas, em tendências para a “segurança” doutrinal ou disciplinar. Fundamentalmente é estática, embora possa prometer uma dinâmica para dentro: regride. Procura “recuperar” o passado perdido.
2. O funcionalismo. A sua ação na Igreja é paralisante. Mais do que com a rota, se entusiasma com o “roteiro”. A concepção funcionalista não tolera o mistério, aposta na eficácia. Reduz a realidade da Igreja à estrutura de uma ONG. O que vale é o resultado palpável e as estatísticas. A partir disso, chega-se a todas as modalidades empresariais de Igreja. Constitui uma espécie de “teologia da prosperidade” no organograma da pastoral.
3. O clericalismo é também uma tentação muito atual na América Latina. Curiosamente, na maioria dos casos, trata-se de uma cumplicidade viciosa: o sacerdote clericaliza e o leigo lhe pede por favor que o clericalize, porque, no fundo, lhe resulta mais cômodo. O fenômeno do clericalismo explica, em grande parte, a falta de maturidade adulta e de liberdade cristã em boa parte do laicato da América Latina: ou não cresce (a maioria), ou se abriga sob coberturas de ideologizações como as indicadas, ou ainda em pertenças parciais e limitadas. Em nossas terras, existe uma forma de liberdade laical através de experiências de povo: o católico como povo. Aqui vê-se uma maior autonomia, geralmente sadia, que se expressa fundamentalmente na piedade popular. O capítulo de Aparecida sobre a piedade popular descreve, em profundidade, essa dimensão. A proposta dos grupos bíblicos, das comunidades eclesiais de base e dos Conselhos pastorais está na linha de superação do clericalismo e de um crescimento da responsabilidade laical.
Poderíamos continuar descrevendo outras tentações contra o discipulado missionário, mas acho que estas são as mais importantes e com maior força neste momento da América Latina e do Caribe.
5. Algumas orientações eclesiológicas
1. O discipulado-missionário que Aparecida propôs às Igrejas da América Latina e do Caribe é o caminho que Deus quer para “hoje”. Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no “hoje”. A sua presença, no passado, se nos oferece como “memória” da saga de salvação realizada quer em seu povo quer em cada um de nós; no futuro, se nos oferece como “promessa” e esperança. No passado, Deus esteve lá e deixou sua marca: a memória nos ajuda encontrá-lo; no futuro, é apenas promessa… e não está nos mil e um “futuríveis”. O “hoje” é o que mais se parece com a eternidade; mais ainda: o “hoje” é uma centelha de eternidade. No “hoje”, se joga a vida eterna.
O discipulado missionário é vocação: chamada e convite. Acontece em um “hoje”, mas “em tensão”. Não existe o discipulado missionário estático. O discípulo missionário não pode possuir-se a si mesmo; a sua imanência está em tensão para a transcendência do discipulado e para a transcendência da missão. Não admite a auto-referencialidade: ou refere-se a Jesus Cristo ou refere-se às pessoas a quem deve levar o anúncio dele. Sujeito que se transcende. Sujeito projetado para o encontro: o encontro com o Mestre (que nos unge discípulos) e o encontro com os homens que esperam o anúncio.
Por isso, gosto de dizer que a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias… incluindo as da eternidade no encontro com Jesus Cristo. No anúncio evangélico, falar de “periferias existenciais” descentraliza e, habitualmente, temos medo de sair do centro. O discípulo-missionário é um descentrado: o centro é Jesus Cristo, que convoca e envia. O discípulo é enviado para as periferias existenciais.
2. A Igreja é instituição, mas, quando se erige em “centro”, se funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG. Então, a Igreja pretende ter luz própria e deixa de ser aquele “mysterium lunae” de que nos falavam os Santos Padres. Torna-se cada vez mais auto-referencial, e se enfraquece a sua necessidade de ser missionária. De “Instituição” se transforma em “Obra”. Deixa de ser Esposa, para acabar sendo Administradora; de Servidora se transforma em “Controladora”. Aparecida quer uma Igreja Esposa, Mãe, Servidora, facilitadora da fé e não controladora da fé.
3. Em Aparecida, verificam-se de forma relevante duas categorias pastorais, que surgem da própria originalidade do Evangelho e nos podem também servir de orientação para avaliar o modo como vivemos eclesialmente o discipulado missionário: a proximidade e o encontro. Nenhuma das duas é nova, antes configuram a maneira como Deus se revelou na história. É o “Deus próximo” do seu povo, proximidade que chega ao máximo quando Ele encarna. É o Deus que sai ao encontro do seu povo. Na América Latina e no Caribe, existem pastorais “distantes”, pastorais disciplinares que privilegiam os princípios, as condutas, os procedimentos organizacionais… obviamente sem proximidade, sem ternura, nem carinho. Ignora-se a “revolução da ternura”, que provocou a encarnação do Verbo. Há pastorais posicionadas com tal dose de distância que são incapazes de conseguir o encontro: encontro com Jesus Cristo, encontro com os irmãos. Este tipo de pastoral pode, no máximo, prometer uma dimensão de proselitismo, mas nunca chegam a conseguir inserção nem pertença eclesial. A proximidade cria comunhão e pertença, dá lugar ao encontro. A proximidade toma forma de diálogo e cria uma cultura do encontro. Uma pedra de toque para aferir a proximidade e a capacidade de encontro de uma pastoral é a homilia. Como são as nossas homilias? Estão próximas do exemplo de Nosso Senhor, que “falava como quem tem autoridade”, ou são meramente prescritivas, distantes, abstratas?
4. Quem guia a pastoral, a Missão Continental (seja programática seja paradigmática), é o Bispo. Ele deve guiar, que não é o mesmo que comandar. Além de assinalar as grandes figuras do episcopado latino-americano que todos nós conhecemos, gostaria de acrescentar aqui algumas linhas sobre o perfil do Bispo, que já disse aos Núncios na reunião que tivemos em Roma. Os Bispos devem ser Pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão: pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham “psicologia de príncipes”. Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de uma Igreja sem viver na expectativa de outra. Homens capazes de vigiar sobre o rebanho que lhes foi confiado e cuidando de tudo aquilo que o mantém unido: vigiar sobre o seu povo, atento a eventuais perigos que o ameacem, mas sobretudo para cuidar da esperança: que haja sol e luz nos corações. Homens capazes de sustentar com amor e paciência os passos de Deus em seu povo. E o lugar onde o Bispo pode estar com o seu povo é triplo: ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê-lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se desgarre mas também, e fundamentalmente, porque o próprio rebanho tem o seu olfato para encontrar novos caminhos.
Não quero juntar mais detalhes sobre a pessoa do Bispo, mas simplesmente acrescentar, incluindo-me a mim mesmo nesta afirmação, que estamos um pouco atrasados no que a Conversão Pastoral indica. Convém que nos ajudemos um pouco mais a dar os passos que o Senhor quer que cumpramos neste “hoje” da América Latina e do Caribe. E seria bom começar por aqui.
Agradeço-lhes a paciência de me ouvirem. Desculpem a desordem do discurso e lhes peço, por favor, para tomarmos a sério a nossa vocação de servidores do povo santo e fiel de Deus, porque é nisso que se exerce e mostra a autoridade: na capacidade de serviço. Muito obrigado!
Fonte: Canção Nova Notícias

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