Socorro acompanha Roberto Cláudio durante visita a postos de saúde (FOTO: Cristiano Pantanal)
Socorro acompanha Roberto Cláudio durante visita a postos de saúde (FOTO: Cristiano Pantanal)
A nova gestão de Fortaleza detectou um desvio de pelo menos R$ 27 milhões no repasse de recursos do Ministério da Saúde que seriam destinados ao pagamento de servidores da saúde que trabalham com média e alta complexidade, além dos convênios. O montante estava carimbado, isto é, já tinha destino certo.
De acordo com a nova secretária de saúde do município, a médica Socorro Martins, a maior parte dos R$ 31 milhões para pagamentos foram desviados. “Já foi detectado que houve um desvio nos recursos que honrariam as despesas dos convênios e serviços municipais e estaduais. Foi algo que não estava previsto na folha, mas ainda estamos averiguando os de talhes”, afirmou, com exclusividade, a secretária.
R$ 27 milhões
Socorro não confirmou o montante desviado, mas de acordo com informações extraoficiais, o valor deve girar em torno dos R$ 27 milhões. O valor seria usado não só para pagamentos de 2012, mas também defuturos pagamentos. “Esse dinheiro também seria para pagamentos de janeiro, mas não ficou reserva e isso deve atrapalhar pagamentos futuros”.
Já prevenindo prejuízo aos servidores municipais, a secretária disse que irá marcar um reunião geral paraminimizar a situação. “Vou convocar uma reunião para apresentar o que aconteceu e buscar soluções. Vamos trabalhar com transparência”, afirma Martins.
“Determinação superior”
A médica disse ainda que esse desvio foi autorizado partiu de uma ‘determinação superior’. Questionada se essa determinação teria partido da ex-prefeita Luizianne Lins, a nova secretária não confirmou. “Estamos investigando. Não podemos dizer com clareza quem foi o responsável pela autorização, mas que houve uma determinação superior, houve”, finaliza Socorro Martins.
Polêmica no fim da gestão Luizianne
A polêmica do tal desvio surgiu nos últimos dias de dezembro, quando a ex-secretária de saúde do município, Ana Maria Fontenele, pediu exoneração antes o fim da gestão. Ana Maria havia questionado junto à Luizianne o uso dos recursos oriundos do Ministério da Saúde.
Em nota, a ex-prefeita afirmou que todos os recursos foram usados devidamente:
“Na gestão Luizianne Lins, pelo contrário, a prática é investir além do percentual constitucional de 15%, chegando a uma média anual de quase 24%. Só no ano de 2012 foram investidos quase R$ 230 milhões a mais do que o mínimo determinado pela Constituição. Na verdade, o Tesouro Municipal sempre aportou recursos adicionais na saúde municipal, tendo em vista que o sistema de saúde de Fortaleza atende também boa parte da população de outros municípios cearenses”.
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