sábado, 7 de abril de 2012

Sábado Santo – Celebração da Luz, Liturgia da Palavra, do Batismo, Eucaristia


VIGÍLIA PASCAL

 (branco, glória, prefácio da Páscoa I – ofício próprio) Orientações:
1) Todos se reúnem fora da igreja junto ao fogo aceso.
2) Se possível iniciar a Vigília após o anoitecer.
3) Providenciar velas para a assembleia, o círio e os cravos.
4) Alegrar e coloria o ambiente com flores e panos (principalmente em volta do círio).
5) O altar deve estar sem nada em cima até o momento da liturgia eucarística.
6) Esta é uma noite santa, a ser celebrada em santidade e alegria.



I – CELEBRAÇÃO DA LUZ
 Apagadas as luzes e o povo reunido em torno do fogo aceso, com a presença do presidente, o animador pode motivar esta parte da celebração. ... O presidente da celebração saúda a assembleia e explica o sentido da vigília com estas ou outras palavras: O sentido da vigília Meus irmãos e minhas irmãs. Nesta noite santa, em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à vida, a Igreja convida os seus filhos dispersos por toda a terra a se reunir em vigília e oração. Se comemorarmos a Páscoa do Senhor ouvindo sua palavra e celebrando seus mistérios, poderemos ter a firme esperança de participar do seu triunfo sobre a morte e da sua vida em Deus. Bênção do fogo Ó Deus, que pelo vosso Filho trouxestes àqueles que creem o clarão da vossa luz, santificai + este novo fogo. Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos chegar purificados à festa da luz eterna. Por Cristo, nosso Senhor. A seguir prepara o círio pascal Cristo ontem e hoje (faz a incisão da haste vertical) Princípio e fim (faz a incisão da haste horizontal) Alfa (faz a incisão do alfa no alto da haste vertical) Ômega (faz a incisão o ômega embaixo da haste vertical) A ele o tempo (faz a incisão do número 2 sobre o ângulo esquerdo superior da cruz) E a eternidade (faz a incisão do número 0 sobre o ângulo direito superior da cruz) A glória e o poder (faz a incisão do número 1 sobre o ângulo esquerdo inferior) Pelos séculos sem fim, amém (faz a incisão do número 0 sobre o ângulo direito inferior). A seguir, o presidente aplica os cravos: PR: Por suas santas chagas, / suas chagas gloriosas, / o Cristo Senhor / nos proteja / e nos guarde. Amém. Acendem o círio pascal, dizendo: PR: A luz de Cristo que ressuscita resplandecente dissipe as trevas de nosso coração e nossa mente. – Irmãos e irmãs, acendamos as velas na luz de Cristo ressuscitado. Quem tiver vela a acende. A assembleia se dirige em procissão para o interior da igreja, o diácono ou o ministro ou o presidente conduz o círio e conta (três vezes): Eis a luz de Cristo AS: Demos graças a Deus. Proclamação da Páscoa (breve) Quando todos estão na igreja, acendem-se as luzes, mantêm-se as velas acesas e canta-se a proclamação da Páscoa (Hino do Exultet). Exulte o céu e os anjos triunfantes, mensageiros de Deus, desçam cantando; façam soar trombetas fulgurantes, a vitória de um rei anunciando. Alegre-se também a terra amiga, que em meio a tantas luzes resplandece; e, vendo dissipar-se a treva antiga, ao sol do eterno rei brilha e se aquece. Que a mãe Igreja alegre-se igualmente, erguendo as velas deste fogo novo, e escutem, reboando de repente, o aleluia cantado pelo povo. O Senhor esteja convosco. AS: Ele está no meio de nós. Corações ao alto. AS: O nosso coração está em Deus. Demos graças ao Senhor, nosso Deus. AS: É nosso dever e nossa salvação. Sim, verdadeiramente é bom e justo cantar ao Pai de todo o coração e celebrar seu Filho Jesus Cristo, tornado para nós um novo Adão. Foi ele quem pagou do outro a culpa quando por nós à morte se entregou: para apagar o antigo documento, na cruz todo o seu sangue derramou. Pois eia agora a Páscoa, nossa festa, e que o real Cordeiro se imolou: marcando nossas portas, nossas almas, com seu divino sangue nos salvou. Esta é, Senhor, a noite em que do Egito retirastes os filhos de Isabel, transpondo o mar Vermelho a pé enxuto, rumo à terra onde corre leite e mel. Ó noite em que Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor: de que nos valeria ter nascido se não nos resgatasse em seu amor? Ó Deus, quão estupenda caridade vemos no vosso gesto fulgurar: não hesitais em dar o próprio Filho para a culpa dos servos resgatar. Ó pecado de Adão indispensável, pois o Cristo o dissolve em seu amor; ó culpa tão feliz, que há merecido a graça de um tão grande redentor! Pois esta noite lava todo o crime, liberta o pecador dos seus grilhões; dissipa o ódio e dobra os poderosos, enche de luz e paz os corações. Ó noite de alegria verdadeira, que prostra o faraó e ergue os hebreus, que une de novo ao céu a terra inteira, pondo na treva humana a luz de Deus. Na graça desta noite o vosso povo acende um sacrifício de louvor; acolhei, ó Pai santo, o fogo novo; não perde, ao dividir-se, o seu fulgor! Cera virgem de abelha generosa ao Cristo ressurgido trouxe a luz: eis de novo a coluna luminosa, que o vosso povo para o céu conduz. O círio que acendeu as nossas velas possa esta noite toda fulgurar; misture sua luz às das estrelas, cintile quando o dia despontar. Que ele possa agradar-vos como o Filho, que triunfou da morte e vence o mal: Deus, que a todos acende no seu brilho, e um dia voltará, sol triunfal. Terminada a proclamação da Páscoa, apagam-se as velas e todos se sentam para acompanhar as leituras bíblicas.

II – LITURGIA DA PALAVRA

 São propostas nove leituras: proclamem-se pelo menos três do Antigo Testamento (nunca omitir a do Êxodo), mais a epístola e o evangelho. Os salmos podem ser substituídos por breve silêncio. O animador por motivar... Antes das leituras, o presidente dirige-se à assembleia com estas ou outras palavras: Exortação Meus irmãos e minhas irmãs, tendo iniciado solenemente esta vigília, ouçamos no recolhimento desta noite a palavra de Deus. Vejamos como ele salvou outrora o seu povo e, nestes últimos tempos, enviou seu Filho como redentor. Peçamos que o nosso Deus leva à plenitude a salvação inaugurada na Páscoa. 1ª Leitura – Gênesis 1, 1.26-31ª (breve) No início do mundo as diferentes criaturas aparecem graças à força da palavra de Deus: no ponto mais alto de tudo de destaca o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Mas esta primeira criatura é ainda um esboço. A verdadeira e definitiva criação se realiza quando Cristo ressuscita e nele, Filho de Deus, é oferecido o exemplar perfeito do homem, a genuína imagem e semelhança com Deus, à qual todo homem redimido e ressuscitado é destinado a ser conforme, graças ao dom do Espírito Santo. Leitura do livro do Gênesis – 1No princípio Deus criou o céu e a terra. 26Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais de toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”. 27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E Deus os abençoou e lhe disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”. 29E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. 30E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento”. E assim de fez. 31E Deus viu tudo quando havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto, dia. – Palavra do Senhor.
 Salmo responsorial 103 (104) Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai. 1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! De majestade e esplendor vos revestis e de luz vos envolveis como num manto. – R. 2. A terra vós firmastes em suas bases, ficará firme pelos séculos sem fim; os mares a cobriam como um manto, e as águas envolviam as montanhas. – R. 3. Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes que passam serpeando entre as montanhas; às suas margens vêm morar os passarinhos, entre os ramos eles erguem o seu canto. – R. 4. De vossa casa as montanhas irrigais, com vossos frutos saciais a terra inteira; fazeis crescer os verdes pastos para o gado e as plantas que são úteis para o homem. – R. 5. Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras, e que sabedoria em todas elas! Encheu-se a terra com as vossas criaturas! Bendize, ó minha alma, ao Senhor! – R. Oração Ó Deus, admirável na criação do ser humano e muito mais na sua redenção, dai-nos a sabedoria de resistir ao pecado e chegar à eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor. 2ª Leitura – Gênesis, 22, 1-2.9-13.15-18 (breve) A fé de Abraão é firme e total: até à disponibilidade de oferecer o próprio filho como sinal de obediência à vontade de Deus. O sacrifício de Isaac, realizado no coração de Abraão e não consumado pela intervenção do anjo, é prefiguração do sacrifício do Filho amado pelo Pai. Este sacrifício será efetivamente consumado, mas a ressurreição irá chamar Jesus Cristo à vida. Somos chamados a viver com a fé de Abraão. Devemos nos sentir amado e redimidos pela oferta de Jesus, a quem longamente pensamos durante os dias de sua paixão. Leitura do livro do Gênesis – Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamado-o, disse: “Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. 2E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre o monte que eu te indicar”. 9Chegando ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. 11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!” 12E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhes faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”. 13Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar de seu filho. 15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu 16e lhe disse: “Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor – uma vez que agiste desse modo e não me recusaste teu filho único, 17eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”. – Palavra do Senhor. Salmo responsorial 15 (16) Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! 1. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado, não vacilo. – R. 2. Eis que meu coração está em festa, + minha alma rejubila de alegria e meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção. – R. 3. Vós me ensinais vosso caminho para a vida; + junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado! – R. Oração Ó deus, Pai de todos os fiéis, vós multiplicais por toda a terra os filhos da vossa promessa, derramando sobre eles a graça da filiação, e pelo mistério pascal, tornais vosso servo Abraão pai de todos os povos, como lhe tínheis prometido. Concedei, portanto, a todos os povos a graça de corresponder ao vosso chamado. Por Cristo, nosso Senhor. 3ª Leitura – Êxodo 14,15 – 15,1 Israel é levado para fora do Egito, para viver a plena liberdade. Suas forças de nada são, só a intervenção de Deus realiza este evento: o mar que ele divide e as águas dóceis que o deixam passar e que se tornam sinal de castigo para os inimigos. É preciso saber ler em profundidade o sinal deste gesto e deste evento: significa que Deus conduz a história, a julga, condena o mal e a obstinada oposição a seu plano. Como conseqüência: na nossa confiança no poder de Deus; o temor dele se nos fechamos em nossa orgulhosa prepotência; o abandono em sua força quando somos tentados pelo demônio. Age em nós a Vitório pascal de Jesus Cristo. Leitura do livro do Êxodo – Naqueles dias, 15o Senhor disse a Moisés: “Por que chamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. 17De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles e seu seja glorificado à causa do faraó e de todo o seu exército, do seus carros e cavaleiros. 18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado à custa do faraó, dos seus carros e cavaleiros”. 19Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel, mudou de posição e foi atrás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, 20inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite.. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros, 21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. 23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro. 24Ora, de madrugada,, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e das nuvens, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. 25Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós”. 26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”. 27Moisés entendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas. 28As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do faraó, que tinha entrado no mar em perseguição a Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e a esquerda. 30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar 31e a mão poderosa do Senhor agiu contra eles. O povo temeu o Senhor e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,1Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico: Salmo responsorial (Ex 15) Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória! 1. Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória: precipitou no mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro! O Senhor é minha força, e a razão do meu cantar, pois foi ele neste dia para mim libertação! – R. 2. Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai, e o honrarei. O Senhor é um Deus guerreiro; o seu nome é o “Onipotente”: os soldados e os carros do faraó jogou no mar, seus melhores capitães afogou no mar Vermelho. – R. 3. Afundaram como pedras e as ondas os cobriram. + Ó Senhor, o vosso braço é duma força incomparável! Ó Senhor, o vosso braço esmagou os inimigos! – R. 4. Vosso povo levarei e o plantarei em vosso monte, no lugar que preparastes para a vossa habitação, no santuário construído pelas vossas próprias mãos. O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos! – R. Oração Ó Deus, vemos brilhar ainda em nossos dias as vossas antigas maravilhas. Como manifestastes outrora o vosso poder, libertando um só povo da perseguição do faraó, realizais agora a salvação de todas as nações, fazendo-as renascer nas águas do batismo Concedei a todos os seres humanos tornarem-se filhos de Abraão e membros do vosso povo eleito. Por Cristo, nosso Senhor. 4ª Leitura – Isaias 54, 5-14 Deus é fiel em seu amor por nós. A última palavra não é o castigo; ele não prevalece sobre a misericórdia divina. Ouçamos as promessas de Deus, que no Cristo paciente, comemorado nesta Semana Santa, se tornaram maravilhosa e consoladora realidade: «Acolher-te-ei com imenso amor»; « com misericórdia eterna, compadeci-me de ti, diz teu salvador, o Senhor». Especialmente estes dias são a solene epifania na Igreja da piedade de Deus por nós. E sempre o será a Eucaristia, onde «o imenso amor» assume a forma do Cristo crucificado. Nunca acreditarem suficientemente na misericórdia divina. Leitura do livro do profeta Isaías – 5Teu esposo é aquele que te criou, seu nome é Senhor dos exércitos; teu redentor, o santo de Israel, chama-se Deus de toda a terra. 6O Senhor te chamou como a mulher abandonada e de alma aflita; como a esposa repudiada na mocidade, falou o teu Deus. 7Por um breve instante eu te abandonei, mas com imensa compaixão volto a acolher-te. 8Num momento de indignação, por um pouco ocultei de ti minha face, mas com misericórdia eterna, compadeci-me de ti, diz teu salvador, o Senhor. 9Como fiz nos dias de Noé, a quem jurei nunca mais inundar a terra,, assim juro que não me irritarei contra ti nem te farei ameaças. 10Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor. 11Pobrezinha, batida por vendavais, sem nenhum consolo, eis que assentarei tuas pedras sobre rubis e tuas bases sobre safiras; 12revestirei de jaspe tuas fortificações, e teus portões, de pedras preciosas,e todos os teus muros, de pedra escolhida. 13Todos os teus filhos serão discípulos do Senhor, teus filhos possuirão muita paz; 14terás a justiça por fundamento. Longe da opressão, nada terá a temer; serás livre do terror, porque ele não se aproximará de ti. – Palavra do Senhor. Salmo responsorial 29 (30) Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes! 1. Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vos tirastes minha alma dos abismos e me salvastes quando estava já morrendo! – R. 2. Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dá-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria. – R. 3. Escuta-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu prato em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos! – R. Oração Deus eterno e todo-poderoso, para a glória do vosso nome, multiplicai a posteridade que prometestes aos nossos pais, aumentando o número dos vossos filhos adotivos. Possa a Igreja reconhecer que já realizou em grande parte a promessa feita a nossos pais, da qual jamais duvidaram. Por Cristo, nosso Senhor. 5ª Leitura – Isaías 55, 1-11 A nova aliança, oferecida por Deus ao Seu Povo (4.ª Leitura) destina-se a todos. Deus, com efeito, quer que todos participem das promessas nela incluídas. Mas para isso, é necessário que o homem tomando consciência da sua fome espiritual e reconhecendo seu malogro em confiar nos ídolos ou nas suas próprias forças, se volte para a palavra de Deus, oferecida, em banquete de sabedoria, a todos os que desejem saciar-se dela, num conhecimento de fé e de confiante entrega. É o anúncio do banquete messiânico, para o qual todos os homens são chamados, a fim de entrarem em comunhão com Ele, realizando assim, em plenitude, o seu destino humano. Leitura do livro do profeta Isaías – Assim diz o Senhor: 1“Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinda e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite sem nenhuma paga. 2Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário, senão com satisfação completa? Ouvi-me com atenção e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo. 3Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi. 4Eis que fiz dele uma testemunha para os povos, chefe e mestre para as nações. 5Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e acorrerão a ti povos que não de conheciam, por causado Senhor, teu Deus, e do santo de Israel que te glorificou. 6Buscai o Senhor enquanto pode ser achado; invocai-o enquanto ele está pero. 7Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para o nosso Deus, que é generoso no perdão. 8Meus pensamentos não são os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. 9Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos quanto está o céu acima da terra. 10Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi ao enviá-la”. – Palavra do Senhor Salmo responsorial (Is 12) Com alegria bebereis do manancial da salvação. 1. Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; + o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação. – R. 2. E direis naquele dia: “Dou louvores ao Senhor, + invocai seu santo nome,anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime. – R. 3. Louvai, cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!” – R. Oração Deus eterno e todo-poderoso, única esperança do mundo, anunciastes pela voz dos profetas os mistérios que hoje se realizam. Aumentai o fervor do vosso povo, pois, nenhum dos vossos filhos conseguirá progredir na virtude sem o auxílio da vossa graça. Por Cristo, nosso Senhor. 6ª Leitura – Baruc 3, 9-15.32-4,4 Dispersos no meio de povos pagãos, que seguiam as mais diversas doutrinas filosóficas, os judeus estavam expostos à tentação de duvidar da superioridade da sua fé. Nessa situação, o profeta lembra que a verdadeira sabedoria se encontra na revelação de Deus, contida na Lei. Sabedoria encarnada do Pai, no meio dos homens, (Jo. 1, 14; Col. 2, 3), será, porém, Jesus, o Filho de Deus que nos manifestará, na loucura e fraqueza da Cruz, a verdadeira sabedoria e todo o poder de Deus (I Co. 1, 23-25), tornando-Se caminho de luz, de paz e de vida para o homem. Leitura do livro do profeta Baruc – 9Ouve, Israel, os preceitos da vida; presta atenção, para aprenderes a sabedoria. 10Que se passa, Israel? Como é que te encontras em terra inimiga? 11Envelheceste num país estrangeiro e te contaminaste com os mortos, fostes contado entre os que descem à mansão dos mortos. 12Abandonaste a fonte da sabedoria! 13Se tivesses continuado no caminho de Deus, viverias em paz para sempre. 14Aprende onde está a sabedoria, onde está a fortaleza e onde está a inteligência, e aprenderás também onde está a longevidade e a vida, onde está o brilho dos olhos e a paz. 15Quem descobriu onde está a sabedoria? Quem penetrou em seus tesouros? 32Aquele que tudo sabe conhece-a, descobriu-a com sua inteligência aquele que criou a terra para sempre e a encheu de animais e quadrúpedes; 33aquele que manda a luz e ela vai, chama-a de volta e ela obedece tremendo. 34As estrelas cintilam em seus postos de guarda e alegram-se; 35ele chamou-as, e elas respondem: “Aqui estamos”; e alumiam com alegria o que as fez. 36Esse é o nosso Deus, e nenhum outro pode comparar-se com ele. 37Ele revelou todo o caminho da sabedoria a Jacó, seu servo, e a Israel seu bem-amado. 38Depois, ela foi vista sobre a terra e habitou entre os homens. 4,1A sabedoria é o livro dos mandamentos de Deus, é a lei que permanece para sempre. Todos os que a seguem têm a vida, e os que a abandonam têm a morte. 2Volta-te, Jacó, e abraça-a; marcha para o esplendor, à sua luz. 3Não dês a outro a tua glória nem cedas a uma nação estranha teus privilégios. 4Ó Israel, felizes somos nós, porque nos é dado conhecer o que agrada a Deus. – Palavra do Senhor. Salmo responsorial 18B (19) Senhor, tens palavras de vida eterna. 1. A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes. – R. 2. Os preceitos do Senhor são preciosos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz. – R. 3. É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente. – R. 4. Mais desejáveis do que o ouro são eles, do que o ouro refinado. Suas palavras são mais doces que o mel, que o mel que sai dos favos. – R. Oração Ó Deus, que fazeis vossa Igreja crescer sempre mais, chamando todos os povos ao evangelho, guardai sob a vossa contínua proteção os que purificais na água do batismo. Por Cristo, nosso Senhor. 7ª Leitura – Ezequiel 36, 16-28 Com os seus pecados de idolatria e de homicídio, o Povo de Deus profanou o Seu nome, merecendo, por isso, o castigo de ser disperso entre povos pagãos. Contudo, nem mesmo na provação ele soube voltar-se para o Senhor e glorificar o Seu nome. Pelo contrário, a sua vida e o seu destino levavam os pagãos a dizer: «O Deus de Israel não será um Deus impotente para salvar Seu Povo?» Por isso, sem que o Povo o merecesse, Deus reconduzi-lo-á à sua terra, de novo tornada fértil, recriando-o, mediante uma transformação interior tão profunda que os mesmos corações de pedra se tornarão corações de carne. Será, porém, na nova realidade, que, com a Páscoa de Cristo, se realizará plenamente essa transformação. Com o perdão do pecado e a efusão do Espírito Santo, o homem receberá um coração filial, podendo repetir, cada dia: «Pai nosso» (Mt. 6, 9). Leitura da profecia de Ezequiel – 16A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 17“Filho do homem, os da casa de Israel estavam morando em sua terra. Mancharam-na com sua conduta e suas más ações. 18Então derramei sobre eles a minha ira, por causa do sangue que derramaram no país e dos ídolos com os quais a mancharam. 19Eu dispersei-os entre as nações e eles foram espalhados pelos países. Julguei-os de acordo com sua conduta e suas más ações. 20Quando eles chegaram às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome; pois deles se comentava: “Esse é o povo do Senhor; mas tiveram de sair do seu país!’ 21Então eu tive pena do meu santo nome, que a casa de Israel estava profanando entre as nações para onde foi. 22Por isso, dize à casa de Israel: ‘Assim fala o Senhor Deus: Não é por causa de vós que eu vou agir, casa de Israel, mas por causa do meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. 23Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor – oráculo do Senhor Deus – quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. 24Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países e vos conduzirei para a vossa terra. 25Derranarei sobre vós uma água pura e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. 26Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; 27porei o meu espírito dentro de vós e farei com que sigais aminha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. 28Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus’”. Palavra do Senhor. Salmo responsorial 41 (42) A minha alma tem sede de Deus. 1. A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus? – R. 2. Peregrino e feliz caminhando para a casa de Deus, entre gritos, louvor e alegria da multidão jubilosa. – R. 3. Enviai vossa luz vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso monte santo, até a vossa morada! – R. 4. Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus! – R. Oração Ó Deus, força imutável e luz inextinguível, olhai com bondade o mistério de toda a vossa Igreja e conduzi pelos caminhos da paz a obra da salvação que concebestes desde toda a eternidade. Que o mundo todo veja e reconheça que se levanta o que estava caído, que o velho se torna novo e tudo volta à integridade primitiva por aquele que é o princípio de todas as coisas. Por Cristo, nosso Senhor. Canta-se solenemente o glória. Oração do dia Ó Deus, que iluminais esta noite santa com a glória da ressurreição do Senhor, despertai na vossa Igreja o espírito filial para que, inteiramente renovados, vos sirvamos de todo o coração,. Por nosso Senhor Jesus Cristo... Carta – Romanos 6, 3-11 A justificação vem de Deus, por meio da fé em Jesus Cristo o Qual, com a Sua Morte, destruiu a escravidão do pecado e da morte, em que o homem vivia, comunicando aos resgatados a própria vida divina. Mas, para que os homens recebam a eficácia da Morte e Ressurreição de Jesus, é necessário que se insiram no Seu Mistério Pascal. Ora o Batismo é o Sacramento que nos une à Morte de Cristo para nos fazer viver com Ele a nova vida, que «não morre mais». Comunicando aos batizados os frutos da Paixão e da Ressurreição o Batismo não é, porém, uma simples aplicação do Mistério Pascal: é a sua realização atual em cada um de nós. Leitura da carta de são Paulo aos Romanos – Irmãos, 3será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. 5Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. 6Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado. 8Se, pois morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. 11Assim vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo – Palavra do Senhor. Salmo responsorial 117 (118) Aleluia, aleluia, aleluia. 1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia! A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!” – R. 2. A mão direita do Senhor fez maravilhas, + a mão direita do Senhor me levantou, a mão direita do Senhor fez maravilhas! Não morrerei mais, ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor! – R. 3. A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: que maravilhas ele fez a nossos olhos! – R. Evangelho – Mateus 28, 1-10 Agora não se pode procurar Jesus no sepulcro que o tinha hospedado na sexta-feira, depois da crucificação: «Jesus, o crucificado, não está mais aqui». O túmulo vazio testemunha esta realidade. A intervenção de Deus libertou-o da morte. Agora o encontramos ressuscitado. Também se não o vemos com nossos olhos, sabemos pela fé que Ele nos acompanha como ser vivo, à espera de sermos também nós ressuscitados com Ele. Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 1Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo, que tremeram e ficaram como mortos. 5Então o anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurai Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos”. 8As mulheres partira depressa do sepulcro. Estava, com medo, mas correram com grande alegria para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. 10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar as meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. – Palavra da salvação. Após o evangelho pode haver breve reflexão. A seguir, o presidente dá início à liturgia do batismo.

III – LITURGIA BATISMAL

 Se houver batismo, apresentam-se os catecúmenos à assembleia e o presidente começa com as seguintes palavras: PR: Caros fiéis, apoiemos com as nossas preces a alegre esperança dos nossos irmãos e irmãs (...), para que Deus todo-poderoso acompanhe com sua misericórdia os que se aproximam da fonte do novo nascimento. Se não houver batismo, mas só a bênção da água batismal: PR: Meus irmãos e minhas irmãs, invoquemos sobre estas águas a graça de Deus Pai onipotente, para que em Cristo sejam reunidos aos filhos adotivos aqueles que renascerem pelo batismo. A seguir, entoa-se a Ladainha dos Santos; pode ser dispensada se não houver batismo nem bênção da água batismal. Após a ladainha, se houve batismo, o presidente reza: PR: Ó Deus de bondade, manifestai o vosso poder nos sacramentos que revelam vosso amor. Enviai o espírito de adoção para criar um novo povo, nascido para vós nas águas do batismo. E assim possamos ser, em nossa fraqueza, instrumentos de vosso poder. Por Cristo, nosso Senhor. AS: Amém. Bênção da água batismal PR: Ó Deus, pelos sinais visíveis dos sacramentos, realizais maravilhas invisíveis. Ao longo da história da salvação, vós vos servistes da água para fazer-nos conhecer a graça do batismo. Já na origem do mundo, vosso espírito pairava sobre as águas para que elas concebessem a força de santificar. Nas próprias águas do dilúvio prefigurastes o nascimento da nova humanidade, de modo que a mesma água sepultasse os vícios e fizesse nascer a santidade. Concedestes aos filhos de Abraão atravessar o mar vermelho a pé enxuto, para que, livres da escravidão, prefigurassem o povo nascido na água do batismo. Vosso Filho, ao ser batizado nas águas do Jordão, foi ungido pelo Espírito Santo. Pendente da cruz, do seu coração aberto pela lança fez correr sangue e água. Após sua ressurreição, ordenou aos apóstolos: “Ide, fazei meus discípulos todos os povos e batizai-os em nome do pai e do Filho e do Espírito Santo”. Olhai agora, ó Pai, a vossa Igreja e fazei brotar para ela a água do batismo. Que o Espírito santo dê, por esta água, a graça de Cristo, a fim de que o ser humano, criado à vossa imagem, seja lavado da antiga culpa pelo batismo e renasça pela água e pelo Espírito Santo para uma vida nova. Se for oportuno, o presidente mergulha o círio pascal na água e continua: Nós vos pedimos, ó Pai, que por vosso Filho desça sobre toda esta água a força do Espírito Santo. E todos os que, pelo batismo, forem sepultados na morte com Cristo ressuscitem com ela para a vida. Por Cristo, nosso Senhor. AS: Amém. O presidente retira o círio da água e a assembléia reza: AS: Fontes do Senhor, bendizei o Senhor! Louvai-o e exaltai-o para sempre. Cada catecúmeno renuncia ao demônio, faz a profissão de fé e é batizado. Bênção da água Se não houver batismo nem bênção de água batismal, o presidente benze a água para a aspersão e para quem tiver o costume de levá-la para casa: PR: Meus irmãos e minhas irmãs, invoquemos o Senhor nosso Deus para que se digne abençoar esta água, que vai ser aspergida sobre nós, recordando o nosso batismo. Que ele se digne renovar-nos, para que permaneçamos fiéis ao Espírito que recebemos. Senhor nosso Deus, velai sobre o vosso povo e, nesta noite santa em que celebramos a maravilha da nossa criação e a maravilha ainda maior da nossa redenção, dignai-vos abençoar esta água. Fostes vós que a criastes para fecundar a terra, para lavar nossos corpos e refazer nossas forças. Também a fizestes instrumento da vossa misericórdia: por ela libertastes o vosso povo do cativeiro e aplacastes no deserto a sua sede; por ela os profetas anunciaram a vossa aliança, que era vosso desejo concluir com a humanidade; por ela finalmente, consagrada pelo Cristo no Jordão, renovastes, pelo banho do novo nascimento, a nossa natureza pecadora. Que esta água seja para nós uma recordação do nosso batismo e nos faça participar da alegria dos que foram batizados na Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor. AS: Amém. Renovação das promessas do batismo. Todos, de pé, acendem as velas e renovam as promessas do batismo. PR: Meus irmãos e minhas irmãs, pelo mistério pascal fomos, no batismo, sepultados com Cristo para vivermos com ele uma vida nova. Por isso, terminados os exercícios da Quaresma, renovamos as promessas do nosso batismo, pelas quais já renunciamos a satanás e suas obras e prometemos servir a Deus na santa Igreja católica. Portanto: Para viver na liberdade dos filhos e filhas de Deus, renunciais ao pecado? AS: Renuncio. PR: Para viver como irmãos e irmãs, renunciais a tudo o que vos possa desunir, para que o pecado não domine sobre nós? AS: Renuncio. PR: Par seguir Jesus Cristo, renunciais ao demônio, autor e princípio do pecado? AS: Renuncio. PR: Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra? AS: Creio. PR: Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu da virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e subiu ao céu? AS: Creio. PR: Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição dos mortos e na vida eterna? AS: Creio. PR: O Deus todo-poderoso, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos fez renascer pela água e pelo Espírito Santo e nos concedeu o perdão de todo pecado, guarde-nos em sua graça para a vida eterna, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Apagam-se as velas. Enquanto o presidente asperge a assembleia, entoa-se um canto apropriado. Conclui-se com as preces da assembleia (preparadas pela equipe litúrgica).

IV LITURGIA EUCARÍSTICA

 A partir da apresentação das ofertas a celebração procede como de costume Sobre as oferendas Acolhei, ó Deus, com estas oferendas as preces do vosso povo, para que a nova vida, que brota do mistério pascal, seja por vossa graça penhor de eternidade. Por Cristo, nosso Senhor. Antífona da comunhão O Cristo, nossa Páscoa, foi imolado; celebremos a festa com o pão sem fermento, o pão da retidão e da verdade, aleluia (1Cor 5, 7s). Depois da comunhão Ó Deus, derramai em nós o vosso espírito de caridade, para que, saciados pelos sacramentos pascais, permaneçamos unidos no vosso amor. Por Cristo, nosso Senhor.

Evangelho (Marcos 16,1-7)


Sábado, 7 de Abril de 2012 

Vigília Pascal


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

1Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. 2E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo.
3E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?”
4Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra já tinha sido retirada. 5Entraram, então, no túmulo e viram um jovem, sentado ao lado direito, vestido de branco.
6Mas o jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui. 7Vede o lugar onde o puseram. Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, na Galileia. Lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Sábado de Aleluia


Para muitos, o Sábado de Aleluia é apenas um dia de faxina ou de preparação para a Páscoa. No entanto, esse dia sem liturgia tem um significado espiritual próprio. Jesus morreu por nós, e permaneceu três dias no sepulcro. Assim, também deveríamos nos dedicar com plena consciência ao teor espiritual desse dia. Isso acontece melhor em meio ao silêncio, quando nos posicionarmos quanto à verdade e à situação sepulcral de nós mesmos.
Cristo desceu ao reino da morte, ao Hades, o reino das sombras. Posso imaginar como Jesus desce aos cantos tenebrosos de minha própria existência. O que excluo da vida? Quais os lugares para os quais não gosto de olhar? Onde foi que tratei de recalcar alguma coisa, empurrar algo para as câmaras escuras de minha alma? Para onde me nego a olhar? O que pretendo esconder de mim mesmo, dos outros e de Deus? Jesus propõe-se descer exatamente a esses rincões da morte e da escuridão, para mexer em tudo o que há de escuro e rançoso em mim, tudo o que há de mortiço e entorpecido, e então despertar-me para a vida.
Os ícones da Igreja oriental sempre representam a ressurreição de Jesus com Cristo subindo do reino dos mortos, trazendo consigo os mortos pela mão. No dia de Sábado de Aleluia permito que Cristo desça até o meu reino dos mortos, para que tome todos os mortos pela mão, inclusive o que há de morto em mim mesmo, e nos reconduza à luz, a fim de despertar-nos para a vida.
Cristo esteve no sepulcro. Assim, o Sábado de Aleluia convida-me a olhar para minha própria situação sepulcral. O que me caberia enterrar? Que feridas em minha história de vida precisam ser enterradas de uma vez por todas? Quando sepulto todas as ofensas, paro de usá-las como armas para agredir as outras pessoas. Não as carregarei mais em mim mesmo, como se fossem uma recriminação tácita aos que feriram em algum momento. Com isso, posso descartar minha mágoa, meus ressentimentos e minha irritação. Não preciso de mais nada disso como pretexto para justificar minha recusa a olhar a vida de frente.
Pretendo sepultar também os sentimentos de culpa que consomem e dos quais não consigo me afastar. Preciso ter confiança em que Cristo também desceu ao meu sentimento de culpa e a todo martírio interno que imponho a mim mesmo, com auto-acusações; e desceu até aí para libertar-me. Quando paro de andar em círculos em torno de minha culpa, aí sim realmente posso despertar para a vida nova.
No Sábado de Aleluia desço até meu próprio sepulcro e imagino de que forma Cristo repousa lá, a fim de trazer tudo o que lá está para uma nova vida. Cristo desceu ao sepulcro de meu medo, minha resignação, minha autocompaixão e minha morbidez, a fim de salvar-me e transformar-me no mais fundo de minha alma. Para ressuscitar na Páscoa como uma pessoa salva e liberta, preciso ter a coragem de meditar acerca de meu sepulcro e de sepultar tudo o que me distancia da vida.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE, UM MISTÉRIO PARA A CIÊNCIA


Nossa Senhora de Guadalupe
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Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe

          A história-  O índio Juan Diego, cujo nome asteca era Cuauhtlatohayc, nasceu em 1471, perto da cidade do México, na aldeia de Cautitlán, pertencente aos índios Mazehuales.
      Era então Arcebispo da cidade do México, Dom Juan de Zumárraga, franciscano basco. Era o segundo bispo da Nova Espanha.
      Conforme a lenda e tradição, no Sábado, 9 de dezembro de 1531, pelas seis horas da manhã, quando o índio Juan Diego se dirigia de sua aldeia para a de Tolpetlac para assistir uma função religiosa na missão franciscana de Tratetolco, ao chegar ao monte Tepeyac, às margens do lago Texcoco, viu uma jovem de uns 15 anos, que lhe ordenou ir falar com o Bispo a fim de pedir-lhe que construísse um templo no vale próximo.
      No mesmo dia a tarde por volta das 5 horas da tarde, Juan Diego vê novamente a jovem, lhe relata a incredulidade do bispo e pede que escolha outro mensageiro.Porém a jovem insiste em sua missão de ir ter novamente com o bispo e pedir a construção do templo.

      No dia seguinte, Domingo 10 de dezembro, 3 horas da tarde, Juan Diego fala novamente com o bispo, que ainda não acredita e pede algum sinal. Pela terceira vez a jovem lhe "aparece" e ordena a Juan Diego que volte ao monte no dia seguinte para receber o sinal pedido pelo bispo.
      Entretanto, no dia seguinte, Juan Diego, não vai ao monte devido a doença de seu tio Juan Bernardino. Na madrugada do dia 12 de dezembro, terça-feira, devido a gravidade da doença de seu tio, Juan Diego sai de sua aldeia para buscar um sacerdote, e rodeia o monte para não encontrar a virgem. Porém, mesmo assim ela lhe "aparece", fala que seu tio ficará curado, e pede que vá ao monte buscar rosas que seria o sinal. Ao seu regresso, a virgem diz: Estas diferentes flores são a prova, o sinal que levarás ao bispo.Diga-lhe que veja nelas meu desejo, e com isso, execute minha vontade.
  Ao mesmo tempo que Juan Diego encontra a jovem, ela "aparece" também a seu tio doente, cura instantaneamente suas enfermidades e manifesta seu nome: "Sempre Virgem Santa Maria de Guadalupe".        
      No dia 12 de dezembro, após a quarta "aparição", Juan Diego leva em seu poncho, como prova, rosas frescas de Toledo(e isto em pleno inverno mexicano). Já na casa do bispo, por volta do meio dia, na hora que abriu o poncho(ayate) onde estavam embrulhadas as flores, estava a imagem: "A Virgem de Tequatlaxopeuh". A mesma que hoje se venera na Basílica de Guadalupe.


      Proporções do poncho- A imagem estampada é de 143 cm de altura. Aparece uma jovem morena, aparentando 18a 20 anos e trajando um vestido comprido. O poncho, chamado de ayate, é composto de três lados e confeccionado de cacto, chamado "maguey", grosseiramente confeccionado, assemelhando-se a um saco de estopa. Cada lado mede perto de 50 cm de largura. Ocupando dois desses lados está desenhada a imagem da jovem. O terceiro lado está dobrado para detrás das outras.
      Exames científicos- Em 1966 reuniu-se uma comissão de sete pintores, os mais famosos de então, que após um estudo demorado, deram seu parecer sobre o desenho do ponche, perante escrivães e dignatários.
      Em 1751, Miguel Cabrera, chamado também de "Miquelângelo mexicano" e mais três outros pintores de renome voltaram a realizar novos estudos sobre a pintura. Desde então, repetidamente, vem sendo realizado este trabalho científico, cada vez com meios mais adequados (tais como raio X, análises químicas e novas modalidades de investigação) na medida em que a Ciência avança e facilita melhores técnicas.
      No transcorrer do tempo, os homens tentaram realçar as cores para que fossem vistas melhor de longe e pretenderam introduzir outros "enfeites". Nas nuvens foram pintados anjos (desapareceram com o tempo) Os raios de sol foram recobertos de ouro(o ouro está descascando). A lua branca foi "iluminada com prata- ( ficou preta e o preto está descascando) Pintaram uma coroa sobre a cabeça( com dificuldade pode ser vista ainda).
      As tintas- Pintores e análises químicas não desvendaram ainda a origem das tintas empregadas. Mauel Garibi, um perseverante examinador da pintura, resume assim a estranheza dos investigadores, principalmente quanto ao dourado que aparece nos perfis do vestido, nas quarenta e seis estrelas, nos arabescos e nos 129 raios de sol..
      "O dourado é transparente e sob este se vêem os fios do poncho. E como não exista nenhum material que seja transparente, nem sequer o cobre e o ouro, elementos indispensáveis para que o homem possa executar um dourado. Esse dourado,dotado de transparência, não pode ser obra humana".
      Incorrupção- A pintura resistiu à umidade e ao salitre, muito abundante e muito corrosivo naquela região, antes de ter sido secado o lago Texcoco. Quadros de contextura mais firme, perderam a cor e se danificaram em poucos anos
      O tecido da tela é de tão má qualidade que deveria ter se desintegrado em questão de 20 anos. Atualmente tem 472 anos. Até as madeiras e metais( prata, ouro e bronze) não duravam então, mais que um século.
      O tramado da tecelagem é tão separado e tão imperfeito (comprovado cientificamente em 1751) que olhando por detrás do poncho, pode-se ver através, como se fosse uma peneira, podendo, sem que o tecido atrapalhe, ver os objetos e a claridade. Esta experiência foi realizada várias vezes, conforme testemunho de Cabrera.
      Durante 116 anos, de 1531 a 1647, a pintura esteve desprotegida e exibida em várias procissões solenes. A veneração popular levou piedosos e doentes a que beijassem as mãos e a face da pintura ou que fosse tocada com objetos cujo material deveria ter deteriorado ou destruído o tecido e a pintura.
      Carlos Maria Bustamante conta que em 1791, quando os peritos estavam limpando o ouro que enquadra a imagem, foi derramado um vidro de ácido nítrico, de extraordinário poder corrosivo. "Onde está a força corrosiva do ácido? (pergunta Bustamante) que derramado de alto a baixo no poncho, deixou apenas um vestígio como testemunho do prodígio para a posteridade.
      Hoje percebe-se, de perto, uma leve mancha como de água, no lado esquerdo da jovem e salpiques em vários outros lugares. A análise química confirma: é ácido nítrico.
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Detalhe do rosto de Nossa Senhora de Guadalupe
     Reflexo nos olhos- No ano de 1929, o fotógrafo Alfonso Marené Gonzáles, enquanto realizava o exame de uns negativos fotográficos, muito ampliados, descobriu uma figura refletida nos olhos da jovem de Tequatlaxopeuh. Naquele tempo, as autoridades eclesiásticas pediram-lhe prudentemente que não publicasse suas observações até obter uma comprovação científica.
      Em 1951, Carlos Salinas fez uma descoberta semelhante e o Arcebispo do México, Dom Luis Maria Martinez, nomeou uma comissão para estudar o fenômeno.
     
Foi somente em 1955 que o México soube pela rádio a notícia de que nos olhos da Virgem de Guadalupe aparecia uma pessoa espelhada- a exemplo do que acontece com os olhos vivos de uma pessoa. É um fenômeno muito comum no mecanismo normal da visão humana. Não se produz apenas um reflexo das figuras que vemos, mas três diferentes e superpostas. Esta tríplice imagem leva o nome de seus descobridores: Sanson (Oftalmologista de Paris) e Purkinje (médico de Breslau - Alemanha).
      Estudos feitos em épocas diferentes e posteriormente confrontados e formando uma só teoria, foram cientificamente comprovados e admitidos por todas as escolas de oftalmologia.
      Tal como toda imagem se reflete em nossos olhos, assim a cena que ocorreu quando o índio Juan Diego abriu o manto para mostrar as flores, se refletiu nos olhos da "Virgem de Guadalupe". Tríplice imagem em cada olho, no lugar exato, com a curvatura exata... O índio Juan Diego e as demais pessoas presentes no local, tal como estaria sendo visto pelos olhos da jovem que lhe "apareceu", saíram refletidas nos olhos da imagem que ficou gravada no poncho.
      Não parecem olhos pintados, mas olhos naturais, humanos, vivos.
      Diversos oftalmologistas examinaram os olhos da "Virgem de Guadalupe". Deixemos a palavra ao Dr. Rafael Torrija Lavagnet: "Utilizei um Oftalmoscópio como fonte luminosa e lente de aumento, que me permitiu uma percepção mais perfeita dos detalhes. Certifico: -que o reflexo de um busto humano é observado no olho direito da imagem. -Que o reflexo desse busto humano se encontra na córnea. -que a distorção do mesmo corresponde à curvatura normal da córnea. -que além do busto humano, observam-se no dito olho dois reflexos luminosos correspondentes às imagens de sanson-Purkinje. -que esses reflexos luminosos tornam-se brilhantes ao refletir a luz que é enviada diretamente. -que os reflexos luminosos mencionados demonstram que o busto humano é uma imagem refletida na córnea e não uma ilusão de ótica, causada pela textura do poncho. -que na córnea do olho esquerdo da imagem se percebe, com suficiente claridade, o reflexo correspondente do citado busto humano. É impossível obter esse reflexo numa superfície plana e escura."
     Testemunhos- o Dr. Torroella Bueno, o Dr. Guillermo Silva Rivera, o Dr. Ismael Ugalde Nieto, o Dr. Jayme Palacios, o Dr. Charles J. Wahlig e o Dr. Joseph P. Gallagher, todos oftalmologistas, após terem feito exames separadamente, também eles chegaram às mesmas conclusões.
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Uma ampliação de 25 a 30 vezes do olho da imagem permite ver com maior clareza a figura de um homem com barba.


      A presença de uma figura humana nos olhos da Imagem da Tilma asteca e a descoberta do brilho e profundidade deles, deixaram os oftalmologistas assombrados. Do ponto de vista da Ciência, eles nada puderam explicar. Entretanto, a Jovem Rainha em atitude de oração ainda não dissera tudo.
      O Dr. José Aste Tonsmann, especialista em engenharia de sistemas ambientais pela Universidade de Cornell (EUA), em fevereiro de 1979 iniciou a trabalhosa e minuciosa pesquisa no Centro Científico da IBM.
      Não podendo os computadores trabalhar sobre uma superfície rústica e sinuosa como a da tilma, o Dr Aste tirou muitas fotografias. O estudo dele concentrou-se em fotografias das íris dos olhos da imagem de Guadalupe. Ampliou as fotografias dos olhos a diversos tamanhos: de 2 a 5 milímetros de altura por 3 a 7 milímetros de comprimento. O computador dividiu cada milímetro quadrado entre 1.600 até 27.778 micro-quadradinhos, e depois ampliou cada micro-quadradinho entre 30 até 2000 vezes.      
Começou pelo olho esquerdo. Os computadores trabalharam e forneceram a primeira ampliação, na extremidade direita do olho, uma figura de pouco mais de 1 milímetro de largura e 4 milímetros de altura: um índio sentado sobre as pernas; sandálias de couro, calção, dorso descoberto, cabelos raspados até o meio da testa segundo o costume da época, ampliando a fronte, recolhidos na nuca, brincos em forma de aro...brilhantes!

      A segunda figura que aparece no computador foi a do esperado homem de barba descoberto em 1929, na parte da menina ocular mais próxima do nariz. Um espanhol com uma mão na barba, a outra na espada, com a boca aberta como extasiado pelo que olhava, virado para a tilma de Juan Diego. Em tripla imagem, em relevo, em cores. E no olho direito aparece com maior clareza do que no esquerdo, como já haviam percebido e explicado os oftalmologistas.
A terceira figura, de um velho, vestido de franciscano, com lágrimas escorrendo pelo nariz! Pareceu-lhe de alguém conhecido. Não conseguia lembrar-se (o Dr. José Aste Tonsmann). Procurou nos museus, pinturas, livros, algum rosto semelhante. Um dia ocorreu-lhe um famoso quadro do pintor Miguel Cabrera, do século XVIII, no qual o bispo Juan de Zumárraga, ajoelhado, admirava a Imagem no poncho do índio Juan Diego.Aquela figura no computador assemelhava-se demais com a pintura do velho bispo: seus olhos eram fundos, como também as bochechas, o nariz típico dos bascos, a barba branca,a calva grande e reluzente, com algum cabelo com o corte clássico dos franciscansos da época, isto é, uma franja ao redor da cabeça.Era o bispo Dom Juan de Zamárraga.
Descobriu um outro índio, com um chapéu típico em forma de cone, e com uma tilma amarrada no pescoço. Seu braço direito estendia-se sobre o poncho, e os lábios pareciam entreabertos. Juan Diego!!
      


Atrás de Juan Diego, surgiu uma mulher negra que parecia observar atentamente. Negros no México no século XVI? O engenheiro ficou depois sabendo que o conquistador Hernán Cortés recebera e entregara ao bispo Zumárraga e que este concedera liberdade a escrava negra, que o servia como empregada. Era também a história sendo recuperada.

      
À direita do "ancião", os cérebros eletrônicos localizaram um jovem franciscano que olhava quase de frente. Comprovou-se depois que era o intérprete frei Juan González.
      


     Mas havia mais gente no olhar calmo da Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Precisamente do centro de ambas as pupilas, os computadores resgataram um "grupo familiar indígena". Era constituído por uma jovem índia, de perfil, finas feições, brincos em forma de aro, também brilhando, um adorno de madeira atravessando o penteado.Levava um bebê amarrado nas costas. Havia um homem com chapéu também em forma de cone, uma criança em pé junto e na frente da mulher, e outro casal que apreciava a cena.
    Todas as privilegiadas personagens estavam em ambos os olhos. Diferindo apenas tamanho, ângulo e luminosidade, o que se encaixava perfeitamente na fenômeno da visão estereoscópica. Os alongamentos de algumas das imagens correspondem à reflexão das mesmas numa superfície convexa como é o olho humano.

                                Olho esquerdo                                                     Olho direito
     Ainda faltava outra surpresa. Das duas personagens que estavam no extremo mais externo do semicírculo, o espanhol com barba e o índio sentado, o computador só podia ampliar os olhos do índio, porque o espanhol estava meio virado. E em ambos os olhos!( nos olhos do índio que está no olho da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe) em tripla imagem! em cores!, os computadores comprovaram a mesma cena de outro ângulo!

      As estrelas no manto da virgem - De acordo com o Doutor Juan Homero Hernández Illescaz se comprova, com exatidão, que no manto da virgem de Guadalupe, está reproduzido o céu do dia 12 de dezembro: a manhã do solstício do inverno de 1531.   

No manto estão representadas as estrelas mais brilhantes das principais constelações visíveis do Vale de Anáhuac do dia 12 de dezembro de 1531. Ali, estão as constelações completas, comprimidas.

     
      A extraordinária distribuição das estrelas não pode ser produto do acaso ou coincidência, pois nenhuma distribuição ao acaso pode representar com exatidão, em sua totalidade, as constelações de estrelas de um momento determinado.
     Para os indígenas, o solstício de inverno era o dia mais importante em seu calendário religioso. O sol vencia as trevas e ressurgia vitorioso. Por isso, não é casual que precisamente neste dia ocorreu tão grandioso milagre.
      O dia do milagre - Terça-feira, 12 de dezembro de 1531, de acordo com o calendário Juliano ou 22 de dezembro do calendário astronômico que usavam os indígenas, ocorreu a aparição santa imagem da Virgem de Guadalupe no ayate (espécie de poncho) que usava o índio Juan Diego.Neste mesmo dia, pela manhã, ocorreu o solstício de inverno, que para as culturas pré-hispânicas significava que o sol enfraquecido recobrava o vigor, o retorno da vida.
     Se conhece pelo nome de solstício (Do latim solstitiu) aos dois momentos, no verão e no inverno, nos quais a terra se encontra mais distante do sol em sua órbita. Época em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador. 
Na opinião do Doutor Juan Homero Hernández Illescaz, a virgem de Guadalupe aparece completa no firmamento, para oferecer, com seu manto celestial, proteção para todo o mundo.
Solstício de inverno
     Na foto ao lado, estão as estrelas mais brilhantes das principais constelações visíveis do Vale de Anáhuac do dia 12 de dezembro de 1531.

      
      Nesta foto verificamos as constelações, comprimidas e mantidas as proporções, sobrepostas à imagem da virgem de Guadalupe.A exatidão da localização e proporção das estrelas presentes no manto da virgem com as estrelas mais brilhantes das constelações é impressionante, afastando toda e qualquer possibilidade de acaso.
     


     As constelações sobrepostas que incidem na cabeça e no corpo da imagem também trazem significados:
     Coroa Boreal - Esta constelação, pela sua posição na imagem, indica a  coroação de  Nossa Senhora de Guadalupe como Rainha e mãe de Deus.

    

     Leão - A civilização pré-hispânica no México chamavam a constelação de Leão de "Nahui Ollin", que era o centro do universo físico e religioso das culturas mesoamericanas. A virgem na figura está grávida e traz em seu ventre,  Jesus, centro da vida.

      Proporção Dourada -A proporção dourada é formada por um quadrado que se junta a um retângulo, para formar um espaço onde o lado menor corresponde ao maior numa relação  de 1 a 1,6118 denominado número áureo.
     A proporção dourada se encontra em todas as manifestações de arte desde a Mesopotâmia, Egito, Grécia, Roma até nossos dias. É usada na escultura, na arquitetura e na pintura. É também observada nas diferentes partes do ser humano, nos animais, plantas e fósseis. Também pode ser observada no microcosmos (nas formas em que se agrupam os átomos) e no macrocosmos (galáxias).


     






      A proporção dourada é um padrão universal e intemporal de perfeição, equilíbrio, balanço, elegância, delicadeza e beleza.Ao analisar a imagem original da Virgem de Guadalupe, encontramos o quadrado da proporção dourada. 
      A partir deste, aparecem mais quadriláteros e retângulos em toda a figura, assim como formas verticais e horizontais simétricas.
       De maneira maravilhosa, justamente no ventre da virgem morena, se encontra, com base no teorema de Pitágoras em em muitos outros símbolos derivados da proporção áurea, a "Nahui Ollín", uma flor(náhuatl) de quatro pétalas, que para as antigas culturas mesoamericanas representava a presença de Deus, o centro do espaço e do tempo. Com a "Nahui Ollín" em seu ventre, a Virgem de Guadalupe confirma aos indígenas que é a mãe do Deus verdadeiro, Jesus Cristo. É precisamente a parte mais importante do ayate de Juan Diego.
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     A Virgem de Guadalupe é portadora de uma mensagem Cristocêntrica que os indígenas puderam compreender imediatamente, por isso se constitui  na primeira e mais importante evangelizadora da América, levando à conversão uma imensa população indígena.
Os símbolos
      Os antigos povos indígenas do México transmitiam a memória de sua história de geração em geração por meio de poemas e cantos, que ao ser transmitidos por meio de figuras e símbolos em papel ou peles, formavam os chamados códices.
      A imagem está cheia de símbolos (a maneira de códices), de modo que os habitantes destas terras pudessem entender facilmente a mensagem.
      Para que possamos entender, pela nossa visão moderna, a profundidade da mensagem contida na imagem de Guadalupe, é necessário conhecer o significado básico dos símbolos presentes na santa imagem segundo a culturas indígenas que lá viviam:     
Cinto - Marca a gravidez da virgem, que se constata pela forma aumentada do abdómen, onde se destaca uma maior proeminência vertical que transversal.. O cinto se localiza em cima do ventre. Cai em dois extremos trapezoidais que na cultura Náhuatl representa o fim de um ciclo e o nascimento de outro. Na imagem simboliza que com Jesus Cristo se inicia uma nova era tanto para o velho como para o novo mundo. 
       
Lua - A Virgem de Guadalupe está pisando no meio da lua; e não é casual que as raízes da palavra México em Náuhatl é "Metz-xic-co" que significa " no centro da lua". Também é símbolo de fecundidade, nascimento e vida.

Flor - A flor de quatro pétalas, a "Nahui Ollín" é o símbolo principal na imagem. É o símbolo máximo na cultura náuhatl e representa a presença de Deus, a plenitude, o centro do espaço e do tempo. A imagem representa a Virgem de Guadalupe como a Mãe de Deus e a flor marca o lugar onde se encontra Nosso Senhor Jesus em seu ventre.
         Anjo - Um anjo está aos pés da imagem. As asas são como de águia, assimétricas e muito coloridas. Os tons são parecidos com os do pássaro mexicano "tzinitzcan" que Juan Diego avistou anunciando a "aparição" da Virgem de Guadalupe.    

Raios - A Virgem está rodeada de raios dourados que formam um halo luminoso.Mensagem: ela é a Mãe da luz, do Sol, do Deus verdadeiro.

   Cabelos - Tem o cabelo solto, que entre os astecas é sinal de virgindade. É virgem e mãe.
   Seu rosto é moreno, ovalado e em atitude de profunda oração, refletindo amor e ternura.
   Suas mãos estão juntas em sinal de recolhimento e oração. A direita é mais branca e a esquerda é mais morena, podendo significar a união das raças.
     Mais símbolos - Os indígenas eram homens religiosos por excelência e sempre estavam atentos a sinais que entendiam como mensagens de Deus. 12 de dezembro de 1531, dia da formação da imagem no manto de Juan Diego, se reuniram quatro grande símbolos: 
Cometa Halley - Solstício de Inverno
     Conjunção Sol-Vênus - Tanto Vênus ( Quetzalcoátl ) como o Sol ( Tonatiuh ) eram símbolos de Deus.Na conjunção Sol-Vênus que se deu nesse dia, podia observar uma plenitude de simbolismo divino.
    O retorno de Vênus - O planeta Vênus somente a cada 8 anos retorna junto com o Sol. Os indígenas interpretam como o retorno de "Quetzalcoátl", o "Deus-homem", representado por Vênus.
     
     Apresentamos alguns aspectos principais do fenômeno de Guadalupe. Existem muitos outros detalhes fantásticos. Apresentamos as conclusões obtidas por especialistas nos respectivos campos da ciência.

Basílica de Guadalupe
Interior da Basílica
    A Imagem, com todas as suas maravilhosas características, assim como a conservação do tecido, se constitui um incontestável Milagre. Sem explicação pela ciência.



Homilia Raniero Cantalamessa - Paixão do Senhor - 06/04/12


Boletim da Santa Sé

(Tradução: Thácio Siqueira)



"Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos”
(Apocalipse 1,18)


Pregação da Sexta-Feira Santa 2012 na Basílica de São Pedro – 06/04/2012
Frei Raniero Cantalamessa


Alguns Padres da Igreja colocaram numa imagem todo o mistério da redenção. Imagina, dizem, que aconteceu, no estádio, uma luta épica. Um herói enfrentou o cruel tirano que escravizava a cidade e, com enorme esforço e sofrimento, o venceu. Você estava na arquibancada, não lutou, não se esforçou e nem teve feridas. Mas, se você admira o herói, se se alegra com ele pela vitória, se tece-lhe uma coroa, se anima e exalta a platéia por ele, se se ajoelha com alegria diante do vencedor, beija a sua cabeça e aperta a sua mão direita; em suma, se tanto se exalta por ele, a tal ponto de considerar como sua a vitória dele, eu lhe digo que você terá com certeza parte no prêmio do vencedor.

E tem mais: suponha que o vencedor não tenha nenhuma necessidade do prêmio que conquistou para si, mas que deseje, mais do que qualquer outra coisa, ver o seu admirador honrado e considere que o prêmio da sua luta seja a coroação do seu amigo, em tal caso aquele homem não terá talvez a coroa, mesmo sem ter lutado e
sem ter feridas? Claro que vai! (Nicola Cabasilas, Vita in Christo, I, 9 (PG 150, 517). Dessa forma, dizem esses Padres, acontece com Cristo e conosco. Ele, na cruz, derrotou seu antigo adversário. “As nossas espadas – exclama São João Crisóstomo – não estão sujas de sangue, não estivemos na arena, não temos lesões, nem sequer vimos a batalha, e eis que temos a vitória. Sua foi a luta, nossa a coroa. E porque também nós vencemos, imitemos o que os soldados fazem nesse caso: com vozes de alegria
exaltemos a vitória, entoemos hinos de louvor ao Senhor” (S. João Crisóstomo, De coemeterio et de cruce; PG, 49, 596). Não poderia ser explicado melhor o significado da liturgia que estamos celebrando.

Mas o que estamos fazendo é, em si, uma imagem, a representação de uma realidade passada, ou é a própria realidade? Ambas as coisas! "Nós – dizia Santo Agostinho ao povo – sabemos e acreditamos com fé certíssima que Cristo morreu só uma vez por nós [...]. Sabeis perfeitamente bem que tudo isto foi feito apenas uma vez e ainda assim a solenidade periodicamente o renova [...]. Verdade histórica e solenidade litúrgica não estão em contradição entre si, como se a segunda fosse falácia e somente a primeira correspondesse à verdade. Do que a história afirma ter acontecido uma só vez na realidade, a solenidade renova muitas vezes a celebração nos corações dos fiéis” (S. Agostinho, Sermone 220; PL 38, 1089). A liturgia "renova" o evento: quantas discussões, durante cinco séculos até hoje, sobre o sentido desta palavra, especialmente quando é aplicada ao sacrifício da cruz e à Missa! Paulo VI usou um verbo que poderia pavimentar o caminho para uma compreensão ecumênica sobre tal argumento: o verbo “representar”, compreendido no sentido forte de reapresentar, ou seja tornar novamente presente e operante o acontecido”( Cf Paolo VI, Mysterium fidei (AAS 57, 1965, p. 753 ss).

Há uma diferença substancial entre a representação da morte de Cristo e aquela, por exemplo, da morte de Júlio César na tragédia homônima de Shakespeare. Ninguém assiste, estando vivo, o aniversário da própria morte; Cristo sim, porque ressuscitou. Somente Ele pode dizer, como faz no Apocalipse: "Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1,18). Devemos ter cuidado neste dia, visitando os 2 chamados "sepulcros" ou participando nas procissões do Cristo morto, de não merecermos a censura que o Ressuscitado dirigiu às piedosas mulheres na manhã de Páscoa: "Por que procurais Aquele que vive entre os mortos?" (Lc 24,5). É uma afirmação ousada, mas verdadeira aquela de certos autores ortodoxos. “A anamnese, ou seja, o memorial litúrgico, faz o evento mais verdadeiro do que quando aconteceu historicamente pela primeira vez". Em outras palavras, mais real e verdadeiro para nós que o revivemos “segundo o Espírito”, do que para aqueles que o viveram "segundo a carne", antes que o Espírito Santo revelasse à Igreja o pleno significado.

Não estamos apenas comemorando um aniversário, mas um mistério. É ainda Santo Agostinho que explica a diferença entre as duas coisas. Na celebração “à maneira de aniversário”, não se pede outra coisa – diz – mais do que “indicar com uma solenidade religiosa o dia do ano no qual cai a lembrança do mesmo acontecimento”; na celebração a modo de mistério (“em sacramento”), “não somente se comemora um acontecimento, mas é feito também de tal forma que se entenda o seu significado e seja acolhido santamente” (Agostinho, Epistola 55, 1, 2; CSEL 34, 1, p. 170) Isso muda tudo. Não se trata somente de assistir a uma representação, mas de “acolher” o significado, de passar de espectador à ator. Cabe a nós portanto escolher qual parte queremos representar no drama, quem queremos ser: se Pedro, se Judas, se Pilatos, se a multidão, se o Cireneu, se João, se Maria ... Ninguém pode permanecer neutro; não tomar partido, é tomar um bem preciso: aquele de Pilatos que lava as mãos, ou da
multidão que de longe "permanecia lá, a olhar " (Lucas 23, 35). Se voltando para casa, nesta tarde, alguém nos perguntar: "De onde vens? Onde estivestes?", respondamos, portanto, pelo menos em nossos corações: "No Calvário!"


Mas nada disso acontece automaticamente, só porque participamos nesta liturgia. Trata-se, dizia Agostinho, de “acolher” o significado do mistério. Isto acontece com a fé. Não há música, onde não há um ouvido que a escute, por mais que a orquestra toque forte; não há graça, onde não há uma fé que a acolha. Numa homilia de Páscoa do século IV, o bispo pronunciava estas palavras surpreendentemente modernas e, por assim dizer, existenciais: "Para cada homem, o princípio da vida é aquele, a partir do qual Cristo foi imolado por ele. Mas Cristo é imolado por ele quando ele reconhece a graça e se torna consciente da vida que lhe foi dada por aquela imolação”(Homilia pascal do ano 387; SCh 36, p. 59 s.) Isso aconteceu sacramentalmente no Batismo, mas deve sempre acontecer conscientemente de novo na vida. Devemos, antes de morrer, ter a coragem de fazermos um golpe de audácia, quase como um golpe de mão: apropriar-nos da vitória de Cristo. A apropriação indevida! Uma coisa comum infelizmente na sociedade na qual vivemos, mas com Jesus essa não somente não está proibida, mas é sumamente recomendada. “Indevida” aqui significa que não nos é devido, que não nos é merecido, mas nos é dado gratuitamente, pela fé.

Mas andemos com passos firmes; escutemos um doutor da Igreja. “Eu – escreve São Bernardo - , o que não posso obter por mim mesmo, o aproprio (literalmente, o usurpo!) com confiança do lado aberto do Senhor, porque está cheio de misericórdia. Meu mérito, por isso, é a misericórdia de Deus. Não sou tão pobre de méritos, enquanto ele seja rico de misericórdia. Que se as misericórdias do Senhor são muitas (Sl 119, 156), eu porém terei muitos méritos. E o que acontece com a minha justiça? Ó Senhor, me lembrarei somente da tua justiça. De fato, ela é também a minha, porque tu es para mim justiça de Deus" (cf. 1 Cor 1, 30) (S.Bernardo de Claraval, Sermoni sul Cantico, 61, 4-5; PL 183, 1072). Talvez esta forma de conceber a santidade tenha feito São Bernardo menos zeloso das boas obras, menos comprometido na aquisição das virtudes? Talvez negligenciasse mortificar o seu corpo e reduzí-lo a escravidão (cf. 1 Cor 9, 27), aquele que, antes de todos e mais do que todos, tinha feita desta apropriação da justiça de Cristo o objetivo da sua vida e da sua pregação (cf. Fl 3, 7-9)?

Em Roma, como infelizmente em todas as grandes cidades, há muitos moradores de rua. Existe um nome para eles em todas as línguas: homeless, clochards, sem-teto: seres humanos que não têm mais do que poucos 3 trapos que carregam e algum objeto que trazem consigo em sacos plásticos. Imaginemos que um dia se
espalha a notícia: Na rua Condotti (todos sabemos o que é a rua Condotti em Roma!) há uma boutique luxuosa que, por razões desconhecidas, de interesse ou de generosidade, convida todos os moradores de rua da Estação Termini a virem para o seu negócio; lhes convida a tirar os seus trapos imundos, a tomar um bom banho e depois a escolher o vestido que desejam entre aqueles exibidos e levá-los, assim, de graça.

Todos dizem entre si: “Isto é um conto de fadas, nunca acontece”. Verdadeiríssimo, mas o que nunca acontece entre os homens é o que pode acontecer a cada dia entre os homens e Deus, porque, diante Dele, aqueles moradores de rua somos nós! É o que acontece conosco depois de uma boa confissão: tire as suas roupas sujas, os pecados, receba o banho da misericórdia e levante-se que estás “revestido das vestes da salvação, coberto com um manto de justiça” (Isaías 61, 10). O publicano da parábola subiu ao templo para orar; disse simplesmente, mas do fundo do coração: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!", e "voltou para casa justificado" (Lc 18, 14), reconciliado, feito novo, inocente. O mesmo, se temos a sua fé e o seu arrependimento, se poderá dizer de nós voltando à casa depois desta liturgia.

Entre os personagens da paixão que podemos nos identificar percebo que deixei de citar um, que mais do que ninguém, espera quem lhe siga o exemplo: o bom ladrão. O bom ladrão faz uma confissão completa dos pecados; diz ao seu companheiro que insulta Jesus: “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal” (Lc 23, 40 ss.). O bom ladrão se mostra aqui um excelente teólogo. Só Deus de fato, se sofre, sofre absolutamente como inocente; qualquer outro ser que sofre deve dizer: "Eu sofro com justiça," porque, embora não seja responsável pela ação imputada, nunca está totalmente sem culpa. Só a dor das crianças inocentes é semelhante àquela de Deus e por isso é tão misteriosa e tão sagrada. Quantos crimes atrozes que permanecem, nos últimos tempos, sem culpados, quantos casos não resolvidos!  O bom ladrão faz um apelo aos responsáveis: façam como eu, venham à luz, confessem a vossa culpa; experimentareis também vós a alegria que eu senti quando ouvi a palavra de Jesus: “Hoje estarás comigo no paraíso!” (Lc 23, 43). Quantos réus confessos podem confirmar que foi assim também para eles: que passaram do inferno ao paraíso no dia que tiveram a coragem de arrepender-se e confessar a sua culpa. Eu também conheci alguns. O paraíso prometido é a paz da consciência, a possibilidade de olhar-se no espelho ou olhar para os próprios filhos sem ter que desprezar-se.

Não carreguem convosco até o túmulo o vosso segredo; encontraríeis uma condenação muito mais temível do que aquela humana.
 O nosso povo não é cruel com quem errou mas reconhece o mal feito, sinceramente, não somente por algum interesse. Pelo contrário! Está pronto para ter pena e acompanhar o arrependido no seu caminho de redenção (que de qualquer forma, torna-se mais curto). "Deus perdoa muitas coisas, por uma obra boa", diz Lucia ao Inominável no “Os Noivos”. Ainda mais, devemos dizer, que ele perdoa muitas coisas por um ato de arrependimento. Ele prometeu solenemente: “Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão alvos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim tornar-se-ão como a lã” (Is 1, 18).

Continuemos a fazer o que, como escutamos no início, é a nossa tarefa neste dia: com vozes de alegria exaltemos a vitória da cruz, entoemos hinos de louvor ao Senhor. “O Redemptor, sume carmen temet concinentium"( Hino do Domingo de Ramos e da Missa crismal da Quinta-feira Santa): E vós, ó nosso Redentor, aceite o canto que elevamos para vós.

Fonte: Canção Nova

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