terça-feira, 8 de julho de 2014

DERROTA HISTÓRICA DO BRASIL - COPA DO MUNDO 2014

Sete vezes pior que o Maracanaço

Brasil leva quatro gols, em seis minutos, e é humilhado pela Alemanha no Mineirão. Goleada, por 7 a 1, foi a maior derrota da história da seleção brasileira, que agora disputa o terceiro lugar do Mundial, em Brasília

DIÁRIO DA MANHÃ
JOÃO PAULO DI MEDEIROS
direto de belo horizonte

Um atropelamento para a história. Sem dó ou piedade, com um futebol eficiente e forte, a Alemanha não tomou conhecimento de um Mineirão lotado, com quase 60 mil torcedores, e aniquilou com o sonho do hexa. Os alemães não precisaram de meia hora para enfiar cinco gols no Brasil e carimbar sua classificação para a final, no Maracanã. O segundo tempo da partida foi uma mera formalidade e serviu para a Alemanha estampar 7 a 1 no placar.

Era apenas a segunda vez que as duas potências se encontravam em Mundiais, mesmo sendo as duas que mais entraram em campo na história da competição. Na primeira, em 2002, deu Brasil na conquista do penta. Os alemães devolveram, ontem, com juros e correção monetária impondo a maior derrota da seleção brasileira em Copas do Mundo. E justo em casa.

Com a derrota de ontem, a campanha do vice-campeonato de 1950 fica como a melhor brasileira em casa. Mesmo com o peso que toda aquela geração teve de conviver. A goleada foi a maior sofrida pela seleção brasileira e dobrou o fiasco contra a França em 1998, que tinha sido a maior derrota brasileira em Copas.

Resta ao Brasil juntar os cacos e seguir para Brasília, onde disputa, no próximo sábado (12), o terceiro lugar com quem sair derrotado da outra semifinal, entre Argentina e Holanda. A Alemanha espera por holandeses ou argentinos para tentar o tetracampeonato após 24 anos. Mesmo tempo de jejum vivido pelas outras tetracampeãs: Itália e Brasil.

O JOGO

Inflamado pela torcida, que mais uma vez deu show ao cantar o Hino Nacional à capela, e emocionados com a homenagem a Neymar, os jogadores brasileiros estavam prontos para mais uma batalha no Mineirão. Estavam em campo as duas seleções com mais tradição em Copas do Mundo, as únicas com mais de 100 jogos pelo torneio. Um dia sublime desse esporte.

Empurrada, a seleção começou a partida pressionando os alemães. Mas a Alemanha estava bem postada em campo e chegou com perigo aos sete. Ozil cruzou e Khedira finalizou, mas a bola explodiu na marcação. O jogo era tenso e qualquer erro de uma das equipes poderia resultar em gol.

O erro aconteceu e o gol também. Em cobrança de escanteio de Kroos, aos 10, Muller apareceu sozinho dentro da área para finalizar com perfeição, aproveitando falha de marcação de David Luiz. Quinto gol do alemão nesta Copa, décimo na história. O clima de apreensão tomou conta.

O tempo esquentou quando Marcelo reclamou de um pênalti de Lahm. O lance foi limpo e o brasileiro se irritou quando Boateng acusou Marcelo de ter simulado falta dentro da área. A seleção brasileira tentava chegar ao ataque, mas encontrava dificuldades. Não conseguia sair do campo de defesa e dava a bola para os alemães.

Sem reação, a seleção brasileira sofreu o segundo gol aos 22. Desta vez, a Alemanha chegou tabelando dentro da área com Kroos, Müller e Klose. O veterano atacante finalizou uma vez, pegou o rebote de Júlio César e colocou seu nome na história. Ao balançar as redes do Mineirão, Klose deixou para trás Ronaldo e se tornou o maior artilheiro das Copas com 16 gols.

Se o Maracanazo foi terrível, a surra que o Brasil sofria em casa era surreal. Aos 24 minutos, Toni Kroos ficou com a bola e finalizou forte. Era o terceiro. Mas o meia queria mais e chegou ao quarto gol aos 25 minutos. Com o adversário na lona, a Alemanha tabelou como quis dentro da área e Kroos fez seu segundo, o quarto da Alemanha em 25 minutos de jogo.

O Brasil era humilhado em casa. Aos 28 minutos, os alemães chegaram ao quinto gol jogando como se estivessem em um churrasco. A defesa brasileira parecia jogar outro esporte e nada fizeram para impedir o gol de Khedira. Cinco gols no primeiro tempo, em meia hora de massacre.

SEGUNDO TEMPO

Para minimizar a goleada, Felipão mandou a campo Ramires no lugar de Hulk e Paulinho na vaga de Fernandinho. Nos primeiros minutos, com a Alemanha economizando energia, o Brasil começou no ataque e quase diminuiu o placar. Primeiro com Ramires cruzando rasteiro para Oscar, mas com Neuer cortando a tentativa. Depois com Oscar finalizando e parando no goleiro alemão.

Enquanto o Brasil pressionava para diminuir o papelão, a torcida alemã vibrava com sua ida ao Rio de Janeiro. Com 12 minutos de segundo tempo, Löw sacou Klose que saiu de campo ovacionado pela torcida brasileira. O maior artilheiro da história das Copas tinha sua marca reconhecida.

Seu substituto, Schürrle ainda marcou dois gols. Primeiro, aos 23 minutos, recebeu de Lahm e venceu Júlio César. Dez minutos mais tarde, o meia-atacante do Chelsea recebeu da esquerda e chutou cruzado. A bola ainda bateu no travessão antes de vencer um combalido Júlio César. Com o sétimo, o Mineirão aplaudiu os alemães de pé e ainda gritou ‘olé’.

Nos acréscimos, Oscar ainda fez o gol de honra para a Seleção Brasileira depois de ver a Alemanha perder um cara a cara com Júlio César. A torcida brasileira cantou ironicamente “eu acredito!”. O caixão estava selado. O silêncio de 1950 deu lugar às vaias.

Fonte: http://www.dm.com.br/texto/183234-sete-vezes-pior-que-o-maracanaco

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