terça-feira, 2 de novembro de 2010

O NASCER PARA O ALÉM...

Há quem morra todos os dias. 
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza. 
Morre um dia, mas nasce outro. 
Morre a semente, mas nasce a flor. 
Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.


Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida. 
Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus. 
Triste é ver gente morrendo por antecipação... 
De desgosto, de tristeza, de solidão. 
Pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida. 
Essa gente empurrando a vida. 
Gritando, perdendo-se. 
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.


E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez. 
Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los. De retroceder no tempo e segurar a vida. Ausência: - porque não há formas para se tocar. 
Presença: - porque se pode sentir. 
Essa lágrima cristalizada, distante e intocável. 
Essa saudade machucando o coração. 
Esse infinito rolando sobre a nossa pequenez. Esse céu azul e misterioso. 
Ah! Aqueles que já partiram! 
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida. 
Foram para o além deixando este vazio inconsolável. 
Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer. 
Deles guardamos até os mais simples gestos. Sentimos, quando mergulhados em oração, o
ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres. 
Daquela mão nos amparando. 
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir. Essa vontade de rever novamente aquele rosto.
Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias. 
Essa prece que diz tudo. 
Esse soluço que morre na garganta...


E... 
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir. Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós. 
Esta lembrança dos que já foram para a eternidade. 
Meu Deus!
Que ausência tão cheia de presença! 
Que morte tão cheia de esperança e de vida!


Texto: Padre Juca 
Adaptação: Sandra Zilio
CRENDICES E SUPERSTIÇÕES COM
A MORTE

• Quando morre uma pessoa, deve-se abrir todas as portas para a alma sair. Fecham-se porém os fundos da casa. A alma deve sair pela frente. A casa não deve ser fechada antes de sete dias pois o fel (as vísceras) do defunto só se arrebentará nesse prazo. Então a alma vai para o seu lugar. A novena de defunto é para a alma ir para onde foi destinada.
• Não se deve chorar a morte de um anjinho, pois as lágrimas molharão as suas asas e ele não alcançará o céu.
• Quando numa procissão, o pálio para defronte de alguma porta de uma casa, é isso presságio de morte de alguma pessoa dessa casa, porque o pálio para sempre defronte às janelas.
• Homem velho que muda de casa, morre logo.
• Quando a pessoa tem um tremor, é porque a morte passou por perto dela. Deve-se bater na pessoa que está próxima e dizer: Sai morte, que estou bem forte.
• Acender os cigarros de três pessoas com um fósforo só, provoca a morte da terceira pessoa. Outra versão: morrerá a mais moça dos três fumantes.
• Derrubar tinta é prenúncio de morte.
• Quando várias pessoas estão conversando e param repentinamente, é que algum padre morreu.
• Perder pedra de anel é prenúncio de morte de pessoa da família.
• Quando uma pessoa vai para a mesa de operação, não deve levar nenhum objeto de ouro, pois se tal acontecer, morre na certa.
• Não presta tirar fotografia, sendo três pessoas, pois morre a que está no centro.
• Doente que troca de cama, morrerá na certa. Outra versão: não morrerá.
• Não se deve deitar no chão limpo, pois isso chama a morte para uma pessoa da família.
• Quando pessoas vão caçar ou pescar, nunca devem ir em número de três, pois uma será picada por cobra e morrerá na certa.
• Quem come o último bocado morre solteiro.
• Se acontece de se ouvir barulho à noite, em casa, é que a morte está se aproximando.
• Quando morre uma pessoa idosa, morre logo um anjo seu parente (criança) para levar aquela para o céu.
• Defunto que está com braços duros, amolece-os se pedir que assim faça.
• Defunto que fica com o corpo mole é indício de que um seu parente o segue na morte.
• Quando o defunto fica com os olhos abertos é porque logo outro da família o seguirá.
• Não se deve beijar os pés de defunto, pois logo se irá atrás dele, morrendo também.
• Na hora da morte, fazer o agonizante segurar uma vela para alumiar o caminho que vai seguir.
• Em mortalha, a linha não deve ter nó.
• Água benta ou alcânfora temperada na pinga joga-se com um galho de alecrim, sobre o defunto.
• Quando uma pessoa jogar terra sobre o defunto na cova, deve pedir ao mesmo que lhe arranje um bom lugar no além. Se ele for para um bom lugar, arranjará; se para um mau quem pede está azarado. Bom é pedir lugar para o cadáver de um anjinho, pois este sempre vai para um bom lugar.
• Não se deve trazer terra do cemitério quando se volta de um enterro, pois ela traz a morte para a casa.
• A pessoa que apaga as velas após a saída do enterro morrerá logo. É bom colocar perto do caixão do defunto um copo d’água benta.
• Não presta ver muitos enterros, pois com isso se chama a morte para si.
• Quando passa um enterro, não se deve atravessar o acompanhamento, pois isso traz a morte para pessoas da família. Bom é acompanhar o enterro.
• Não presta acender só três velas para defunto; deve-se acender quatro.
(ARAÚJO, Alceu Maynard. Folclore nacional, São Paulo, Edições Melhoramentos. v. 1)
A HISTÓRIA DAS VELAS
No início desta história as velas não existiam como as conhecemos. Por volta do ano 50.000 a.C. havia uma variação daquilo que chamamos de velas, criada para funcionar como fonte de luz. Eram usados pratos ou cubas com gordura animal, tendo como pavio algumas fibras vegetais, apresentando uma diferença básica em relação às velas atuais, de parafina: a gordura que servia de base para a queima encontrava-se no estado líquido. Mesmo antes do ano 50.000 a.C. este tipo de fonte de luz era usada pelos homens, conforme pinturas encontradas em algumas cavernas.
Há menções sobre velas nas escritas Bíblicas, datando do século 10 a.C. Um pouco mais recentemente, no ano 3.000 A.C., foram descobertas velas em forma de bastão no Egito e na Grécia. Outras fontes de pesquisa afirmam que, na Grécia, as velas eram usadas em comemorações feitas para Artemis, a deusa da caça, reverenciada no 6º dia de cada mês, e representavam o luar. Um fragmento de vela do século I d.C. foi encontrado em Avignon, na França.
Na Idade Média as velas eram usadas em grandes salões, monastérios e igrejas. Nesta época, quando a fabricação de velas se estabeleceu como um comércio, a gordura animal (sebo) era o material mais comumente usado. Infelizmente, este material não era uma boa opção devido à fumaça e ao odor desagradável que sua queima gerava. Outro ingrediente comum, a cera das colméias de abelhas, nunca foi suficiente para atender a demanda.
Por muitos séculos as velas eram consideradas artigos de luxo na Europa. Elas eram feitas nas cidades, por artesãos, e eram compradas apenas por aqueles que podiam pagar um preço considerável. Feitas de cera ou sebo, estas velas eram depois colocadas em trabalhados castiçais de prata ou madeira. Mesmo sendo consideradas como artigos caros, o negócio das velas já despontava como uma indústria de futuro: em uma lista de impostos parisiense, no ano de 1292, eram listados 71 fabricantes.
Na Inglaterra, os fabricantes de velas de cera eram considerados de melhor classe se comparados àqueles que fabricavam velas de sebo. O negócio tornou-se mais rentável porque as pessoas estavam aptas a pagar mais por uma vela de cera. Em 1462 os fabricantes Ingleses de velas de sebo foram incorporados e o comércio de velas de gordura animal foi regulamentado.
No século 16 houve uma melhora no padrão de vida. Como passou a haver uma maior disponibilidade de castiçais e suportes para velas a preços mais acessíveis, estas passaram a ser vendidas por peso ou em grupos de oito, dez ou doze unidades.
As velas eram usadas também na iluminação de teatros. Nesta época elas eram colocadas atrás de frascos d'água colorida, com tons de azul ou âmbar. Apesar desta prática ser perigosa e cara para aquela época, as velas eram as únicas fontes de luz para ambientes internos.
A qualidade da luz emitida por uma vela depende do material usado em seu fabrico. Velas feitas com cera de colméia de abelhas, por exemplo, produzem uma chama mais brilhante que as velas de sebo. Outro material, derivado do óleo encontrado no esperma de baleias, passou a ser usado na época para aumentar o brilho das chamas. Devido a questões ambientais e ao desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação, este elemento não é mais usado.
Trabalhos para o estudo do oxigênio foram desenvolvidos observando-se a chama de uma vela. Como exemplo temos relatos feitos pelo químico amador Josehp Priestley, em agosto de 1774, que concluiu que, se a chama de uma vela se tornava mais forte e viva na presença de oxigênio puro, reação semelhante deveria ser observada em pulmões adoentados quando estimulados com este mesmo oxigênio.
O século 19 trouxe a introdução da iluminação a gás e também o desenvolvimento do maquinário destinado ao fabrico de velas, que passaram a estar disponíveis para os lares mais pobres. Para proteger a indústria, o governo Inglês proibiu que as velas fossem fabricadas em casa sem a posse de uma licença especial. Em 1811, um químico francês chamado Michel Eugene Chevreul descobriu que o sebo não era uma substância única, mas sim uma composição de dois ácidos gordurosos combinados com glicerina para formar um material não-inflamável.
Removendo a glicerina da mistura de sebo, Chevreul inventou uma nova substância chamada "Esterine", que era mais dura que o sebo e queimava por mais tempo e com mais brilho. Essa descoberta impulsionou a melhora na qualidade das velas e também trouxe, em 1825, melhoras ao fabrico dos pavios, que, devido à estrutura da vela, deixaram de ser mechas de algodão para se tornar um pavio enrolado, como conhecemos hoje. Essa mudança fez com que a queima da vela se tornasse uniforme e completa ao invés da queima desordenada, característica dos pavios de algodão.
Em 1830, teve início a exploração petrolífera e a parafina era um subproduto do petróleo. Por ser mais dura e menos gordurosa que o sebo, a parafina se tornou o ingrediente primário nas velas. Em 1854 a parafina e o esterine foram combinados para fazer velas muito parecidas com as que usamos hoje.
No ano de 1921 foi criado o padrão internacional de velas, de acordo com a intensidade da emissão de luz gerada por sua queima. O padrão tomava por base a comparação com a luminosidade emitida por lâmpadas incandescentes. Devido ao desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação, este padrão não é mais utilizado como referência nos dias de hoje.
A parafina sintética surgiu após a 2ª Guerra Mundial e sua qualidade superior tornou-a o ingrediente primário de compostos de ceras e plásticos modernos.
Usada nos primórdios de sua existência como fonte de luz, as velas são usadas hoje como artigos de decoração ou como acessórios em cerimônias religiosas e comemorativas. Há vários tipos de velas, produzidas em uma ampla variedade de cores, formas e tamanhos, mas, quando mencionamos velas artesanais, nos referimos àquelas feitas manualmente, onde é possível encontrar modelos pouco convencionais, usados para diferentes finalidades, tais como: decoração de interiores, purificação do ambiente, manipulação da energia com base em suas cores e essências e etc.
Você sabia que o feriado de Finados, celebrado a 02 de novembro, 
embora originado do cristianismo, foi nomeado de forma diversa à real 
celebração cristã?
Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos. Costumavam visitar 
os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem 
martírio. No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração 
da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por 
todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém já se 
lembrava. Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII 
(1009) e Leão IX (1015) suscitam a comunidade a dedicar um dia por ano aos 
mortos. Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é 
comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de 
"Todos os Santos". O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram 
em estado de graça, mas não foram canonizados. O dia 02/11 celebra todos 
os que morreram não estando em estado de graça total, mais precisamente os 
que se encontram em estado de purificação de suas faltas e, assim, 
necessitam de nossas orações.

Contudo, você sabia que o feriado de Finados, celebrado a 02 de novembro, 
embora originado do cristianismo, foi nomeado de forma diversa à real 
celebração cristã? Na realidade, o cristianismo, ao contrário do feriado 
brasileiro, celebra a lembrança dos FIÉIS DEFUNTOS e não o dia de finados.

"Qual a diferença?" - você perguntaria. Entretanto, adentrando-se a fundo 
no significado e na origem das palavras, podemos notar que há sim uma 
diferença, e relevante. A palavra finado significa, em sua origem, aquele 
que se finou, ou seja, que teve seu fim, que se acabou, que foi extinto.

A palavra defunto, por sua vez, originada no latim, era o particípio 
passado do verbo "defungor", que significava satisfazer completamente, 
desempenhar a contento, cumprir inteiramente uma missão. Mais tarde, foi 
utilizada e difundida pelo cristianismo, para dizer que uma pessoa morta 
era aquela que já havia cumprido toda a sua missão de viver. Modernamente, 
porém, tornou-se sinônimo de cadáver.

O Dia dos Fiéis Defuntos, portanto, é o dia em que a Igreja celebra o 
cumprimento da missão das pessoas queridas que já faleceram, através da 
elevação de preces a Deus por seu descanso junto a Ele. É o Dia do Amor, 
porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca, mesmo que esteja 
distante; amar é saber que o outro necessita de nossos cuidados e de 
nossas preces mesmo quando já não o podemos ver. Pois a vida cristã é 
viver em comunhão íntima com Deus e com os irmãos, agora e para sempre.

Você sabia?...
Enviado por: Aline Cristina Viani Couto de Andrade

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