domingo, 15 de maio de 2011

RELIGIÃO - CONHECIMENTO

Nesse domingo de hoje tivemos uma cadeira de teologia na faculdade que estou cursando em Croata. Tivemos como professor, Périto Leite. A cadeira que estudamos hoje foi Doutrina IV, Graça. 
Durante a aula o professor foi expondo o assunto sobre o tema, no caso GRAÇA.
conheça um pouco sobre o assunto.

GRAÇA


 O vocábulo Graça provém do latim gratia, que deriva de gratus (grato, agradecido) e que em sua primeira acepção designa a qualidade ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm. No começo do século XX, costumava-se dizer: "qual é a sua graça?" para perguntar "como você se chama?". Este costume, que ainda hoje se mantem em alguns lugares, vinha da cerimônia de batismo dos católicos, na qual o indivíduo se torna cristão e, segundo a doutrina católica, recebe a graça de Deus e, junto com a graça, o nome. A palavra graça provém também de grátis, derivado do latim gratiis (pelas graças, gratuitamente) e gratificar, que desde o século XV equivalia a agradecer.

Turma de teologia e história 
Graça é um conceito teológico fortemente enraizado no Judaísmo e no Cristianismo, definido como um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os bens necessários à sua existência e à sua salvação. Esta dádiva é motivada unicamente pela misericórdia e amor de Deus à humanidade, logo, movida por Sua iniciativa própria, ainda que seja em resposta a algum pedido a Ele dirigido. E também por esta razão, a Graça é um favor imerecido pelo Homem, mas sim fruto da misericórdia e amor divinos.
Professor Périto
Dependendo das correntes teológicas cristãs, existem aqueles que defendem que a graça é irresistível; outros que a graça é somente para algumas pessoas escolhidas e totalmente predestinadas por Deus; e há ainda aqueles que acreditam que a graça é universal (ou seja, predestinada para toda a humanidade), mas que pode ser recusada livremente pelo Homem.

Na concepção católica

Alunos atentos à aula
Segundo a doutrina da Igreja Católica, a graça é um dom universal e "socorro gratuito que Deus nos dá" para sermos "capazes de agir por amor d’Ele", para satisfazermos as nossas justas necessidades espirituais ou materiais e também para tornar-nos filhos de Deus e "participantes da natureza divina, da Vida Eterna[1]. Aliás, "a própria preparação do homem para acolher" livremente a graça divina "já é obra da graça" e da predestinação (não-absoluta) de Deus. Existem vários tipos de graça, como por exemplo:
  • a graça habitual ou santificante (considerada também a graça primeira): é a origem, o início e a responsável pela justificação, conversão e santificação dos homens e por isso "nos foi merecida pela paixão de Cristo e nos foi dada no Baptismo". Por outras palavras, é o princípio e a estrutura da vida sobrenatural, que nos faz participantes da natureza divina, templos do Espírito Santo, filhos adoptivos de Deus, irmãos de Jesus Cristo, justos e agradáveis a Deus e capazes de merecer sobrenaturalmente e de penetrar na intimidade do próprio Deus [2]. Com esta graça, são concedidas ao Homem as capacidades de operar sobrenaturalmente, a saber: as virtudes infusas ou sobrenaturais e os dons do Espírito Santo. O seu exercício, impulsionado pelas graças actuais, faz parte dos principais meios de santificação. O progresso neste exercício leva aos frutos do Espírito Santo e às bem-aventuranças. A graça santificante perde-se pelo pecado mortal, mas não pelo pecado venial ou pelas penas temporais devidas ao pecado.
  • as graças actuais: são "dons circunstanciais" atribuídos especialmente ao Espírito Santo ou "intervenções divinas na vida do homem", para que ele possa continuar a acolher e colaborar com a graça e prosseguir o seu caminho de santificação. A graça actual leva o pecador à conversão e a pessoa em estado de graça à procura e ao exercício dos meios de santificação. Esta graça pode ser “eficiente” se uma vez acolhida produz o seu efeito, mas é “suficiente” quando, recusada ou não aproveitada, fica sem produzir efeito.
  • as graças sacramentais: são dons que o cristão recebe por meio dos sete sacramentos da Igreja e que pode ajudá-lo "a colaborar na salvação dos outros homens, bem como com o crescimento da Igreja, Corpo de Cristo";
  • as graças especiais ou carismas: são concedidos especialmente pelo Espírito Santo para servir "o bem comum da Igreja", sendo exemplos disso o dom de línguas e "as graças de estado, que acompanham o exercício dos ministérios eclesiais e das responsabilidades da vida" de cada cristão [3].
Igreja Católica defende que a justificação (acção misericordiosa e gratuita de Deus de conceder a salvação à humanidade), e, portanto, também a graça, podem ser recusados livremente pelo Homem porque "Deus age de forma livre, concedendo a graça, e a resposta do homem também deve ser livre, pois «a alma só pode entrar livremente na comunhão do amor»[4]. Por isso, pode-se dizer que "a concretização da salvação de cada pessoa depende também da sua adesão de  e caridade ao Salvador", estabelecendo-se assim uma colaboração indissociável entre a graça e o livre-arbítrio do Homem de escolher entre a redenção e a perdição. Daí o facto de existirem pessoas que, depois de morrerrem, vão para o Inferno, em vez de alcançarem a plena santidade, que é o desejo e a vontade de Deus para todo o género humano [5]

Estado de graça

Uma pessoa que está em estado de graça vive na amizade e amor de Deus e, se nela morrer, vai para o Céu, pela graça santificante. Por outras palavras, é aquele que não está manchado pelo pecado mortale, portanto, é considerado santo já na Terra, até que ele caia novamente no pecado. Mas, estar neste estado não quer dizer que não tenha pecados veniais ou penas temporais devidas ao pecado para serem purificadas, necessitando por isso das indulgências e, após a morte, da purificação no PurgatórioWikipédia.

Comentário, Professor Valdeni
Gostaria de dizer que o nosso professor, Périto Leite, é um excelente profissional. Transmite bem o conteúdo sobre o tema, levando os alunos a vários questionamentos sobre a fé, as religiões, comportamento religioso e tantos outros assuntos que dizem respeitos a religião.
Durante a aula, fomos aprendendo muito sobre a questão da graça e num determinado momento, perguntei ao professor o que significa ser deísta. Isso você pode ler logo abaixo. Ele respondeu resumidamente. Então perguntei: professor como se sente ao ministrar uma aula dessas se você tem que falar de graça, fé, amor, misericordia, entre outras atribuições dadas a Deus, já você não vivencia mais uma fé.
Ele, o professor, não tem religião. Ele estudou para ser padre mas desistiu e estudou para ser pastor e o foi por um bom tempo. Depois entrou em conflito com a fé cristã e portanto, abandonou a fé cristã. A partir desse momento ele trilhou por utilizar esse termo deísta.
Sobre a pergunta que lhe fiz, me respondeu o seguinte: na realidade não acredito mas em nada disso que estou transmitindo a vocês, estou simplesmente atuando como profissional, ou seja, não vivencio nada disso.
O quero quero dizer com isso? Ora, dizer que podemos aprender muito nessa vida com pessoas diferentes, que pensam diferente da gente. O professor é gente boa. Cara  que sabe dar uma boa aula, que entende o que estar dizendo, que defende suas idéias, que respeita suas opiniões.  Alguém pode dizer assim: não é perigoso perder a fé, tendo contato com pessoas que não tem fé? Digo pra você que não. Agente perde a fé quando a gente não sabe o que gente quer. Fosse assim quem está nas igrejas por ai a fora não vivia indiferente a isso. São pessoas intransigentes, que não respeitam a fé do outro; que acha que só ele está certo ou que só ele tem salvação. Esse tipo de gente e que atrapalha a fé dos simples, que escandalizam... Sinceramente, gostei da postura do professor. Deus nos deu a liberdade para viver nossa fé, escolher o que queremos para nós. Precisamos nos encontrar conosco mesmo, com nossa razão, nos interiorizar, buscar nosso caminho dentro desse processo de fé e tenho certeza que aquele que busca conhecer a luz da fé, olhando para jesus como aquele que esta disposto a dar razões claras de nossa fé, não deixará sem entender. Abrirá os nossos olhos e nosso entendimento e nos fará cristãos melhores, sensatos, tolerantes. Isso tem faltado a muitos cristãos.
Compreenda um pouco o que é o deísmo.
Eu não deísta. Estou querendo apenas que você leitor vela que existem outras diferentes de nós; que acreditam diferentes, mas nem por isso devemos ser indifentes a essa pessoas.Pode ter certeza, Jesus não seria. Pode até ser que dissesse que as pessoas estavam erradas, mas não tomava atitude de um carrasco, jogando o pobre ser sem entendimento numa coivara de fogo.       


O DEÍSMO

As origens do Deísmo

Durante o século XVII o protestantismo desenvolveu um sistema ortodoxo de doutrina para ser aceito intelectualmente. Gerando assim um novo escolasticismo, particularmente entre os luteranos da Alemanha, os quais estavam mais interessados na teologia do que na prática da vida cristã.
O racionalismo aparece então, e se desenvolve nos séculos XVII e XVIII, se expressando através do deísmo como resposta a este escolasticismo. O deísmo criou um sistema de fé num Deus transcendente que abandonou sua criação ao governo das leis naturais descobertas pela razão. Deus se torna ausente. Para o deísmo Deus está acima e além da Sua criação.

Seus Ensinos

O deísmo parecia estabelecer uma religião ao mesmo tempo natural e científica. Uma religião sem revelação escrita, enfatiza o céu como uma realidade totalmente distinta da terra com a lei moral. Os deístas ensinavam que as leis naturais da religião eram encontráveis pela razão - era a crença num Deus transcendente entendido como Causa Primeira de uma criação marcada pelas seqüências de um plano. Eles criam que Deus deixou sua criação reger-se por leis naturais; assim, não havia lugar para milagres, nem para a Bíblia como revelação de Deus, nem para providência ou para Cristo como um Deus-homem. Somente Deus deveria ser cultuado pois Cristo era simplesmente um mestre. A piedade e a virtude eram o culto mais importante que se podia prestar a Deus, cujas leis éticas estão na Bíblia. O homem tinha que arrepender-se do erro e viver conforme as leis éticas, pois a alma é imortal e está sujeita a recompensa ou ao castigo depois da morte.

Líderes do movimento

Edward Herbert, Lord de Cherbury (1583-1648), apresentou os pontos básicos que pode ser resumido na seguinte frase: Deus existe, e pode ser cultuado pelo arrependimento e por uma vida de tal modo digna, que a alma imortal possa receber a recompensa eterna em vez do castigo. Charles Bloynt (1654-1693) foi outro deísta influente. John Tolarndt (1670-1722), Lorde Shaftesbury (1671-1713) e outros pregaram que o cristianismo não era um mistério e poderia ter sua autenticidade verificada pela razão. E tudo que não pudesse ser provado pela razão deveria ser recusado.

Difusão do deísmo

No século XVIII difundiu-se na França, pois encontrou nos filósofos deste século um ambiente propício. Alguns deístas ingleses., como Herbert e Shaftesbury, foram à França e tiveram seus livros traduzidos e publicados amplamente; e também alguns deístas franceses, entre os quais Rousseau e Voltaire, também foram à Inglaterra. O deísmo de Rousseau foi desenvolvido no Emile e o de Voltaire está em todos os seus escritos contra a Igreja e a favor da tolerância.
A imigração de deístas ingleses, a divulgação dos escritos deístas e a presença de oficiais deístas do Exército Inglês nos Estados Unidos durante a guerra de 1756-.1763, ajudaram a introduzir o deísmo nas colônias. “A Idade de Razão”, de Paine, (1795), contribuiu para popularizar essas idéias deístas.
O deísmo fracassou, pois o mesmo foi muito criticado, dezenas de livros foram escritos nos quais se discutiam suas teses. Porém, o que por último fez com que o deísmo perdesse o ímpeto foram os ataques do filósofo escocês David Hume.

Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia

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