quinta-feira, 14 de março de 2013

Igreja Católica - Novo Papa



Quando padre, Bergoglio combateu Teologia da Libertação

Durante ditadura, ele ordenou a seus pares que seguissem com o trabalho nas paróquias, em vez de se preocuparem com o ativismo político

O  cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, agora chamado de Francisco
O  cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, agora chamado de Francisco (AFP)
Primeiro jesuíta a comandar a Igreja Católica, o papa Francisco travou uma dura batalha em sua terra natal, a Argentina, entre os anos 1976 e 1983, quando era ainda o padre Jorge Bergoglio. Na ocasião, o país vivia sob o jugo de uma ditadura militar e o movimento jesuíta argentino passou a ser invadido por partidários da chamada Teologia da Libertação - a adaptação do Evangelho ao marxismo que empolgou parte do clero latino-americano nos anos 70 -, combatida por Bergoglio.
Filho de um funcionário ferroviário de origem piemontesa e de uma dona de casa, Bergoglio frequentou a escola pública, onde se formou como técnico em química. Aos 22 anos, uniu-se à Companhia de Jesus e obteve uma licenciatura em Filosofia. Aos 36, foi designado responsável nacional dos jesuítas argentinos, cargo que desempenhou durante seis anos.
Durante esse período, manteve seus votos de misericórdia e não sucumbiu aos proselitismos políticos. Precisou lutar pela unidade do movimento jesuíta, sob o lema de "manter a não politização da Companhia de Jesus". Para tanto, pediu aos sacerdotes que fizessem um mergulho profundo nos ensinamentos de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Aos seus pares, ordenou que seguissem com o trabalho nas paróquias e atuassem como vigários, em vez de se preocuparem com o ativismo político.
Temas contemporâneos - O discurso da Teologia espalhou-se de forma bastante contundente entre os jesuítas latino-americanos. Na esteira do Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965 para aproximar a Igreja Católica dos temas contemporâneos e modernizar a liturgia, uma parte dos padres latino-americanos começou a disseminar a Teologia da Libertação - concepção que tentava enxertar o marxismo em ensinamentos cristãos, sob o argumento da “opção preferencial pelos pobres”. Alguns desses padres, inclusive, apoiaram os grupos de luta armada que assolavam o subcontinente.
Já Bergoglio é um intelectual que tem se dedicado aos mais pobres com medidas práticas. Quando foi nomeado cardeal, persuadiu centenas de argentinos a não viajarem a Roma para celebrar com ele e, em vez disso, dar o dinheiro que seria gasto na viagem para os pobres.
Tornada anátema por Roma, a Teologia desapareceu do mapa - frágil, hoje persiste apenas na tutela de grupos sociais radicais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Mas não tem um décimo da relevância de antes.
Fonte: http://veja.abril.com.br

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