A Igreja Católica e outras 54 instituições, além de 40 que prestam apoio, estão por todo o País recolhendo assinaturas para tentar emplacar a Reforma Política
O ano de 2013, mais uma vez, frustrou os brasileiros quanto à aprovação da Reforma Política. A minirreforma, que valerá para as eleições do ano que vem, comprovou o poder que as forças conservadoras exercem sobre o Congresso Nacional. Sem haver força política para implementar as medidas necessárias para moralizar o sistema eleitoral vigente, a sociedade precisa se mobilizar mais uma vez para fazer valer a sua força representativa.
A Igreja Católica e outras 54 instituições, além de 40 que prestam apoio, estão por todo o País recolhendo assinaturas para tentar emplacar a Reforma Política por meio de um projeto de iniciativa popular. Para começar a tramitar no Congresso, o documento precisa ter 1,4 milhão de assinaturas.
A influência dessa instituição religiosa tem sido de suma importância para algumas questões políticas da história do Brasil. Mais recentemente, a Igreja Católica teve um papel definidor no embate para a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Somente com o poder de ramificação que ela possui, foi possível recolher as 1,6 milhão de assinaturas para que o projeto começasse a tramitar.
Há um ponto crucial e estratégico defendido na reforma em questão: o financiamento público de campanha. Os maiores escândalos da história do País são fundamentados na forma como as campanhas são financiadas - com recursos de empresa. Foi assim com o caso Collor, os Anões do Orçamento, Sanguessugas, Ação Penal 470 e, mais recentemente, o escândalo de corrupção envolvendo as obras do metrô paulistano. O Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para acabar com as doações vultosas feitas por empresas a campanhas eleitorais.
O financiamento privado, na verdade, faz parte de um círculo vicioso que passa pela destinação das emendas parlamentares. Denúncias publicadas na imprensa mostram que alguns membros do Poder Executivo fazem lobby para receber emendas e, por consequência, beneficiar empresas que financiaram campanhas eleitorais.
A sociedade explicitou bem, durante as manifestações de junho deste ano, que quer a moralização do processo político. De lá para cá, houve uma desmobilização, o que deu espaço para aprovação de uma minirreforma que não alterou o processo eleitoral de forma efetiva. Eis o que quer retomar a Igreja Católica com essa campanha em prol de eleições limpas. Esperamos que a capilaridade e a poder de liderança da Igreja consiga mais esse feito importante de sensibilização política e de mudança de paradigmas.
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