Empresários corromperam pregoeiros que operavam sistema digital.
Produtos superfaturados e de má qualidade foram vendidos para hospitais.
Produtos superfaturados e de má qualidade foram vendidos para hospitais.
O governo do estado de São Paulo teve um prejuízo de R$ 56 milhões em licitações eletrônicas fraudadas pela quadrilha presa na operação Parasita nesta quinta-feira (30), segundo a estimativa da polícia. O prejuízo de cidades lesadas pelos criminosos também é milionário.
O governo estadual compra, em média, R$ 20 bilhões por ano em pregões eletrônicos. A quadrilha conseguiu, nos últimos dois anos, segundo as investigações da força-tarefa estadual, vender medicamentos e insumos hospitalares de má qualidade e superfaturados para hospitais de São Paulo e outras cidades do Brasil. Os responsáveis pelos pregões eletrônicos foram corrompidos.
"Esses caras conseguiram mirar algumas secretarias de estado e foram identificando os pregoeiros, tentando fazer o corpo-a-corpo. ", disse o delegado Olavo Reino Francisco, diretor da Corregedoria Geral da Administração, ligada à Casa Civil do governo, que iniciou a investigação.
"A primeira operação pega os grandes empresários pra quebrar o cartel, porque os funcionários públicos já estão comprometidos nas atas dos pregões, então é fáci", acrescentou Francisco.
Nenhum pregoeiro foi preso ainda. Cinco empresários foram presos nesta quinta. Eles tiveram as contas bancárias bloqueadas e os bens apreendidos, que correspondem a um patrimônio de R$ 7 milhões.
A receita estadual foi lesada nas compras fraudadas e na arrecadação de ICMS, porque as empresas envolvidas também sonegavam impostos, segundo o diretor da Secretaria Estadual da Fazenda, Antônio Carlos de Moura Campos.
"Nós detectamos que essas empresas declararam ao fisco muito menos do que venderam para a rede pública", disse Campos.
Foram vendidos catéteres, frascos de soro fisiológico e outros materiais hospitalares de má qualidade. A secretaria estadual de saúde assegura que nenhum dos produtos comprados chegou a ser usado na rede pública.
"Até o momento, as informações não dão conta da utilização de material nenhum. Todos materiais identificados serão recolhidos", afirmou o diretor da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Zakir.
Os produtos foram fornecidos para ao menos 10 hospitais de São Paulo. Entre os hospitais lesados, estão o Hospital das Clínicas, o Hospital da Jabaquara e o Hospital Pérola Byington.
Os empresários presos vão responder na Justiça por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato, sonegação tributaria, segundo o delegado Luiz Storni, responsável pelo inquérito.
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