quarta-feira, 24 de novembro de 2010

OLÁ, MEUS CAROS LEITORES, BOA NOITE!!!

Hoje, mais uma vez, como membro do Conselho Do CAE (conselho da Alimentação Escolar), município de Pentecoste, fizemos mais uma visita as escolas de nosso município e dessa vez fomos para os lados dos Macacos, Sítio do Meio, Salgado, Macambira, Inxu, Mocó, Lemos, e Extremos. 
Para quem não sabe, esse conselho é responsável pelo acompanhamento da merenda escolar nas escolas. Graças a Deus esse conselho desempenha um grande trabalho para o município. Temos como Presidente o Professor Absalão, eu sou o Vice-Presidente, temos também outros membros que de bom grado participam das reuniões. 
Nosso trabalho é acompanhar todo o processo de licitação, desde a compra até a entrega dessa merenda nas escolas, mas não só isso. Também estamos atentos no que diz respeito a qualidade, quantidade e oferecimento dessa merenda aos alunos e, acima de tudo, acompanhando os recurso que vem do Governo Federal para este fim.
Todos sabem que nosso município e muito grande em extensão e as vezes se torna complicado visitar todas essas escolas por ai a fora para saber como está o andamento dos serviços no que diz respeito a merenda escolar. Porém, mesmo assim os membros do Conselho sempre fazem um grande esforço para se deslocar até esses locais para verificar se estão sendo atendidos os requisitos básicos exigidos pelo MEC.
Preciso dizer pra vocês que como sindicalista e cidadão, também faço outras observações sobre os lugares, as pessoas, as condições físicas das escolas, bem como as condições de trabalho dos profissionais que ali  desempenham suas funções e as vezes ficamos chocados com a realidade que enfrentam alguns dos nossos pares.
As vezes achamos que nós estamos sendo esquecidos pelo poder público em nosso local de trabalho aqui na sede. Porém quando nos deparamos com a realidade de outros colegas nossos ai sim, percebemos que a coisa e bem pior.
Hoje, na primeira escola onde estivemos (Sítio do Meio), as crianças não iriam ter merenda. Perguntamos o porque e a resposta que recebemos foi de que a merendeira estava de atestado e por este motivo na teria a merenda. Mas isso não é o mais grave. As crianças estudam num ambiente um tanto quanto precário, onde a sala funciona num salão. A cantina é conjuntamente com a sala e todo barulho da cozinha é ouvido pelos alunos. Os mesmos comentaram que é complicado para aprender. O diretor nos contou que a relação da merendeira com os profissionais é péssima e faz o que quer e que o problema já foi levado a Secretária de Educação e nada foi feito. Estava presente conosco o Edson, que é o Nutricionista e ouviu tudo. Ficou horrorizado com a situação, pois os mais prejudicados são os nosso queridos alunos, a quem se diz que são o futuro da Nação. Sem contar que a sala é multi-seriado. Longe de mim de está fazendo uma critica a administração, pois sabemos que realmente a realidade de algumas comunidades é muito complicada. No entanto, já que existem tantas contradições, será que não seria possível amenizar determinadas situações, fazendo com que o  mínimo acontecesse de fato? As crianças me fizeram várias colocações a respeito do que eles passam no dia-a-dia com relação a essa merendeira, que nós não chegamos a vê-la.
Outro problema sério nessas comunidades é a falta d,água. Caros leitores é de doer a situação. É tudo seco no meio do mundo. Em alguns locais a água é salobra ao extremo.
Ficamos felizes porque na maioria dos lugares onde chegamos os meninos disseram estar satisfeitos com a alimentação que recebem. Mas também percebemos as dificuldades do campo que ainda são muito grandes. Tem muita pobreza. Vemos que precisa muito da presença do poder público para melhorar a situação desse povo. É ali que entendemos os programas sociais do governo. Não estou sendo um defensor ferrenho de programas como o bolsa familia, mas nessas realidades é louvável. O certo é que se crie mecanismos para melhorar a situação desse povo. Mas, enquanto isso não acontece o governo está fazendo sua parte.
Dando continuidade as visitas, também encontramos escolas em péssimo estado, como é o caso da escola de  Macacos. Nesta escola funciona Ensino Fundamental e Médio. Me deparei com alunos estudando em um pátio de frente com os banheiros. Isso porque falta salas de aula. E, segundo os alunos, de vez enquanto tem que conviver com cheiro forte dos mesmos. Claro, os banheiros são lavados, mas como são usados constantemente, é normal  que em determinado momento exale cheiro forte. Outro grande problema nessa escola é a falta de água. Não fosse um rapaz que traz agua sem parar em carrinho de mão, de um determinado local, segundo a diretora, não sabe como seria a situação.
Nessa mesma localidade está sendo construída uma escola nova, mas essa escola, de acordo as pessoas da localidade, não atenderá a todos os alunos da localidade. Por outro lado, o prazo para a construção era de três meses, o que já se venceu e ainda esta no começo da construção. Diretora relatou também que essa escola de Macacos deve passar por uma reforma. Que já houve uma reunião para tal. No entanto, já estamos no final do ano e espera-se que essa reforma seja urgente. A escola realmente está num estado deplorável. Ainda bem que essas visitas são feitas por quatro ou mais pessoas. Desse modo, não a margem para alguém dizer que isso é mentira. É coisa do SINDSEP. E, se alguém tem dúvidas faça uma visita.
Preciso dizer ainda que encontramos escolas em ótimo estado. Escolas que foram reformadas. Mas ficamos tristes porque as vezes é para sete alunos estudarem. Funciona só um horário. São os contrastes e as vezes isso faz parte da situação de um município como o nosso, de localidades muito distantes. 
O que se quer com informações como essa é que os pentecosteses tenham clareza do que realmente é verdade dos fatos. Longe de mim está aqui atacando quem quer que seja. Não tenho essa pretensão.
Gostaria de dizer ainda que nessas comunidades as pessoas são altamente generosas, trabalhadoras. Buscam sim por oportunidades de dias melhores. As crianças, mesmos em meio a todas as dificuldades do campo, estão lá querendo ter um futuro melhor. 
Em cada sala onde entrei para fazer a entrevista com eles, conversava, perguntava, brincava com eles e incentivava a acreditarem em seus sonhos, pois seria possível que se realizassem.
É nessas horas que eu vejo que o Brasil pode fazer mais. Quando digo Brasil é cada um de nós. É possível que os governos se empenhem mais para que isso aconteça. Nós professores podemos ser melhores profissionais. Fazer com que esses alunos, além de aprenderem os conteúdos, também aprendam a serem cidadãos. O Brasil tem tudo pra ser o melhor país do mundo. Depende de mim e de você. Eu creio.
Essas são experiências concretas que passamos nessas nossas visitas. Portanto, entendemos que quanto mais participamos e atuamos como cidadãos na sociedade, mas tomamos consciência de que podemos sim contribuir para mudar essas realidade tão negativas de nosso país. 

Professor Valdeni Cruz

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