Professor Valdeni Cruz
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Preciso dizer que
começo o ano letivo de 2014 com profunda indignação e tristeza. Estava meio
triste hoje e não sabia por quê. Perguntei-me sobre essa dança do crioulo doido
que acontece na educação desde sempre. Mas me refiro ao momento atual. Vivemos uma
crise em todas as áreas da sociedade, onde se vive uma onde violência, de
corrupção, da falta de valores e uma das únicas possibilidades de mudarmos
estas realidades seria a educação. Seria, pois com os modelos de educação que
temos hoje não podemos acreditar que isso mude. A falta de compromisso, de
respeito e de valorização pelos profissionais da educação, leva a educação para
o fundo do poço e não adianta virem os salvadores da pátria com outro discurso
que não adianta. É apenas mais um engano.
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Vou me dirigir de forma
direita ao nosso município de maneira especial, pois é a realidade que conheço há
pelo menos 12 anos. Durante todo este período tenho ouvido discursos e mais discursos
sobre a melhoria da educação deste município e esta não sai do canto. Sempre que
esta dá algum passo pra frente, é porque houve um grande esforço por parte de
quem administra, mas quando esta dá passos para trás, ai a culpa e toda dos
oprimidos e sofredores professores que não morreram dentro da sala de aula para
mudar esta realidade.
Nosso município desde sempre não priorizou e
não prioriza nem professor nem educação, pelo contrário, cada ano que passa
tenta colocar uma carga de trabalho sobre os profissionais da educação que
muitos não aguentam o fardo e acaba indo parar em psicólogos, fonoaudiólogos, psiquiatras...
Outros chegam a ter AVC dentro de aula. O que recebe como recompensa são
ameaças de que se não voltar para sala para decretar sua morte, vai perder seu
mísero salário.
Desde o ano de 2002,
que foi quando entrei para o quadro da educação de Pentecoste, os profissionais
da educação não tem um tempo para planejar suas aulas. Os profissionais da
educação tem que trabalhar exaustivamente em sala e, como não tem tempo na
escola para planejar, tem que trabalhar em casa outra jornada. Como sabemos,
além dos planos de aula, diários, ainda tem os inúmeros projetos que chegam num
dia e no outros já é pra executar, tem que estar o tempo todo sobre pressão
para dar resultados nas avaliações exteriores.
Estes professores, mal assessorados,
mal remunerados, mal formados, pois não são dadas condições favoráveis para que
estes tenham uma formação sólida, ainda são cobrados para que a todo custo,
façam os alunos aprenderem a ler, tem
que fazer papel de pai e de mãe, de psicólogo, pois muitos deles vivem em lares
completamente desestruturados. Esta é a realidade pela qual passa nossos
professores e a realidade na qual vive a educação de Pentecoste.
A pesar de todos estes
sofrimentos, no ano de 2008 foi criada a Lei Nacional do Piso salarial para
Professores. Com esta lei também foi aprovado à lei de 1/3 para planejamento
das atividades. Este 1/3 representa 33% da carga horária para as atividades do
professor fora da sala de aula. Mesmo sendo lei, nosso município não cumpre.
O Sindsep Pentecoste,
no ano de 2013, em reunião com a Senhora Prefeita, chegaram a um entendimento
que se deveria cumprir a Lei do Piso e implantar esse direito no município. Chegou-se
a um acordo e em Agosto do ano em questão começou o processo da implantação do
1/3. No período ficou acordo que como era uma situação nova seria muito complicada
a implantação de forma geral. Em assembléia, os professores ouviram toda a situação
e aceitaram a ideia, mas isso seria com a intenção de que neste ano de 2014
tudo fosse resolvido e que todos os professores da rede de ensino, desde o maternal
até os anos finais do Ensino Fundamental, seriam contemplados. Lembrando que foi enviada para a Câmara de Vereadora a mensagem para que fosse aprovada e assim pudesse ser efetivada. Porém, passa-se por cima de uma lei que nem foi cumprida na sua integra e já é descumprida assim do nada.
Com expectativa de que
tudo já estivesse resolvido, tivemos a triste noticia de que este terço de
planejamento não está sendo respeitado
para este ano de 2014. Percebemos, portanto, que a Senhora Prefeita não honrou
com sua palavra aos servidores da educação.
Diante dos fatos, quero
dizer como professor, que me sinto profundamente desrespeitado, injustiçado e
afrontado pela administração. Considero isso como uma afronta a toda a
categoria de professores, uma falta compromisso com a educação, uma vez que
sabe que este é um direito garantido na Lei do Piso e que veio para melhorar o
trabalho docente. Direito não se tira, se intensifica, se garante.
Quero dizer que isso
caracteriza uma previsão para falta de qualidade na educação, baixos índices nos
resultados e outros problemas.
Preciso dizer que os
professores não ficarão de braços cruzados. Haverá uma assembléia no
dia 31 de janeiro. Nesta, contaremos com a presença maciça de todos os
profissionais da educação para deliberarmos uma grande ação contra esta afronta
que se faz para conosco.
Precisamos dar um basta
neste desrespeito e não podemos permitir que nos tratem como fantoches que se
deixa manobrar por quem quer que seja.
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