Professor Valdeny Cruz
Fazendo uma rápida
busca sobre o SER PROFESSOR, encontrei diversas colocações que levam a uma
mesma compreensão. Ser professor é uma tarefa sublime e árdua; uma missão que
enobrece uma ação e muda a realidade de um povo, de uma sociedade. Mas muitas
vezes os profissionais da educação ficam só nos chavões da profissão, ou seja,
não se apropriam, não encarnam de fato o poder que esta profissão tem de mudar
as realidades.
É comum em nossas
escolas escutarmos professores reclamarem, resmungarem, sofrerem de todas as
formas, mas estes mesmo muitas vezes vivem em função disso. São poucos os que
têm coragem de fazer valer aquilo em que acreditam. Quantas vezes vemos estes
profissionais dizerem que professor é bicho pra sofrer, que não são
valorizados, que não são reconhecidos pelos governos, pelos alunos, nem pela
sociedade? E assim vão se passando os anos, nem eles mudam nem as coisas
melhoram e assim caminha a educação do Brasil.
Aqui em Pentecoste é
exatamente assim. Convivo todos os dias que as lamúrias de colegas de profissão
que vive a beira de um ataque de nervos, mas não toma nenhuma atitude. Vivem numa
acomodação eterna. Creem que as cosias vão vir do céu e cair na vida de cada um
como um milagre de Deus. O milagre acontece, mas é quando há uma atitude por
parte daquele que crer.
Agora mesmo estamos
vivendo o descumprimento de uma Lei nacional que é a Lei do Piso. Esta lei além
de garantir um valor mínimo para os profissionais da educação, mas também garante
que 1/3 da carga horária seja destinada as atividade de planejamento. É uma lei
e, portanto, deveria ser cumprida pelos governos sem nenhuma objeção. Mas na
realidade não é o que acontece. Aqui em Pentecoste nunca se teve um tempo para
planejar. Resumia-se a um coletivo nas sextas-feiras e um dia por mês era
destinado a estudos ou para planejar, mas o tempo de planejamento semanal, este
não existia. No ano de 2013 houve uma sensibilidade da prefeita de implantar
este 1/3 de planejamento em Pentecoste. Isso passou a acontecer em algumas
escolas, mas não de forma geral. Alguns professores não tiveram o tempo
integral de planejamento e outros nem chegaram a ter. A proposta era que
houvesse compreensão por parte dos professores para que este ano fosse
implantado para todos. Acontece que não foi isso que aconteceu. Iniciamos o ano
letivo sem nenhuma hora de planejamento.
Pergunta-se:
quem dos professores teve coragem de se manifestar claramente contra? Poucos. Ficaram mais
uma vez resmungando pelos corredores e nada fizeram. Sexta - feira, 31 de janeiro, houve uma assembléia
para a deliberação de alguma atitude. Poucos professores estiveram. Ora, alguns
disseram: é porque teve uma reunião de pais na minha escola. Ok! Tudo bem. É importante a reunião com os pais, mas essas reuniões podem acontecer em qualquer dia. Portanto,
poderia ser noutro dia. Mas é que parece que nós professores, que nos dizemos
tão conscientes, na realidade somos capachos. Será que não percebem que esta reunião
foi marcada pra este dia exatamente pra que você não estivesse na assembléia? Pois
num é que eles conseguiram. E você foi mais uma vez fantoche nas mãos dos algozes
que não querem ver sua liberdade, sua autonomia contra eles. Não vêem que se eles puderem
arrancam seu couro? Você vai continuar sofrendo feito um cão nas mãos daqueles
que não tem o menor respeito por você? Pois se tivessem, como são também
professores, diriam a si mesmos: vamos deixar esta reunião pra outra data, pois
hoje todos os professores vão lutar pelos seus direitos e nós, como também somos
professores, vamos é incentivá-los para que busquem seus direitos. Não. Eles são as
nossas pedras de tropeço. Estão ali para nos colocar numa gaiola e assim nos impedirem de cantar e de gritar a nossa liberdade de cidadãos.
Meus caros colegas
professores, por favor, não sejamos maria vai com as outras. Mudemos de atitude
ou vamos entrar pelo cano mais uma vez. Sejamos livres meus amigos, minhas amigas. Deixemos
de ser capachos. Não acreditemos em histórias da carochinha.
Cadê o que você
aprendeu sobre liberdade, democracia, respeito às leis nas faculdades? Não serve
de nada? Cadê sua autonomia,o respeito por você mesmo?
Enquanto não tomarmos uma
posição contrária, vamos continuar na mesma. Você continuará vivendo as mesmas emoções de desprezo de desvalorização. Vamos continuar perdendo cada vez nossa
coragem e eles vão fazer exatamente o que pensam: ferrar-nos como sempre
fizeram.
Fica a reflexão.
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