PSICOLOGIA E MISTÉRIO (O Desenvolvimento Humano)
Franco Imoda
02 de abril de 2014
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O ser humano é mistério
exatamente porque está em busca, nos confrontos do ser ilimitado. Não apenas se
procura, portanto, ou busca o ser que o faça existir, mas alguém que seja outro,
aquele cujo ser é precisamente iluminado.
O ser humano é desejo necessário
de felicidade, uma felicidade que pode encontrar apenas em Deus. Na realidade,
o desejo humano é infinito e apenas um objeto infinito pode preencher o seu
desejo. Portanto o ser humano busca Deus sob a forma de um objeto de seus
desejo de felicidade, mas pode buscar este objeto em lugar onde não está, em um
outro que não seja o Outro capaz de
responder ao desejo infinito. Neste Outro, ilimitado, pode encontrar-se a si
mesmo. A pessoas mistério busca, portanto, o ser subsistente e ilimitado: Deus.
Procura-o, até mesmo
sem se dar conta, em todos os seus desejos. Freqüentemente busca um Deus
escondido, pois o procura onde não o pode encontrar.
A busca de Deus por parte
do homem está também baseado na inevitável busca de significado, sem o qual a
vida não tem direção, a unidade e o sentido necessário para viver. Tal busca está
contida implicitamente na tendência a felicidade. A falta absoluta de
significado conduz ao suicídio. Sem um absoluto, no qual ancorar a busca de
sentido e de significados que não o possuem, então, então é buscado encontrado
como ídolo.
Alem disso, o homem não
encontra Deus imediatamente. A presença de Deus na pessoa não é mais imediata:
esta presença, para o ser humano, aqui e agora, é medida por tudo aquilo que
constitui o seu mundo. Se este mundo não e imediatamente Deus, existe sempre a possibilidade, ao frágil ser
humano, de buscar Deus neste mundo, detendo-se nele, na sem mediação, e, assim,
buscado exclusivamente este mundo e fazendo perguntas sobre ele, se chegar explicitamente a buscar Deus e
propor a pergunta relacionada a verdadeira resposta. A dinâmica da busca, da
pergunta mais profunda, que por si só constitui o coração humano, permanece
aprisionada e constrangida entre limites estreitos, circunscritas a horizontes
definidos por algumas realidades que, ao invés de conduzirem ao significado,
ultimo, servem de tela e de aparelho e impedem a passagem do verdadeiro
transcendente.
Esboça-se aqui a luta
fundamental do drama humano: conseguir colocar a pergunta, o confronto, nos
seus verdadeiros termos ou, ao contrario, buscar a talvez conseguir traduzir,
adiar e esconder a verdadeira luta, a verdadeira pergunta e o verdadeiro
confronto – aquele entre o ser humano e Deus – repostas, confrontações
perguntas parciais. A história humana – individual e social – certamente também
é a história das invenções de formas sempre novas atribuídas a esta luta,
procurando não deixar a Deus a escolha de como promover o encontro e o dialogo,
de não lhe deixar prerrogativa de fazer a pergunta e dar resposta, mas de
decidir automaticamente quais devem ser os termos do confronto e do dialogo e
que respostas precisam ser dadas.
A história humana é
igualmente a historia das formas em que Deus nos encontra nas mediações que ele
mesmo quis (Guardini, 1975), nas possibilidade que os vários aspectos do mistério
oferecem e nas crises que, como exprime a representação chinesa deste conceito,
podem significar tanto perigo quanto oportunidade.
Descrito por Valdeni Cruz
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