quarta-feira, 4 de maio de 2011

Desigualdade no Brasil atinge o menor nível em 2010 desde 1960

Como a pesquisa conta apenas com dados de regiões metropolitanas a queda pode ser maior
Estudo da Fundação Getúlio Vargas divulgado nesta terça-feira mostrou que a desigualdade brasileira, medida pelo índice de Gini, chegou ao menor nível desde 1960. Os cálculos foram feitos pelo economista Marcelo Neri.
Segundo as contas de Neri, em 2010, o índice de Gini (que varia de zero a um, sendo um o grau maior de desigualdade possível) foi de 0,5304. Em 1990, pico da série, a desigualdade foi de 0,6091. Em 1960, o índice estava em 0,5367.
O índice de Gini mede o grau de desigualdade na distribuição pessoal da renda, especialmente no rendimento do trabalho, e da participação do rendimento do trabalho na renda nacional.
O economista usou os dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE para 2010, e comparou com o Censo de 1960.
Como a primeira pesquisa trabalha apenas com dados de regiões metropolitanas, Neri estima que a queda na desigualdade pode ser ainda maior, já que as áreas rurais e as cidades pequenas têm avançado em termos de renda num ritmo melhor do que as grandes capitais. Dados definitivos para 2010 ainda não foram divulgados pelo IBGE.
Para ele, a volta ao patamar de 1960 é uma boa notícia, mas não significa que a desigualdade hoje seja aceitável. "O nível de desigualdade em 1960 já era muito alto. Estamos melhorando, mas países ricos com baixa desigualdade apresentam índice de Gini próximo a 0,400. Ainda estamos longe disso."
PROGRAMA
O programa de erradicação da pobreza extrema do governo federal terá a missão de tirar em quatro anos, 16,2 milhões de brasileiros da miséria. Essa é a quantidade de pessoas que segundo a ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social) afirmou ontem, tem hoje no país uma renda inferior a RS 70 por mês – linha de miséria que anunciou ela, será adotada pelo plano.

Para chegar ao número de miseráveis, foram cruzados diferentes dados do último Censo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse 16,2 milhões representam cerca de 8,5% da população total brasileira. É pouco superior, por exemplo, que a quantidade de pessoas que morreram no estado do Rio de Janeiro.

Os miseráveis estão mais presentes no Nordeste, onde representam 18,1%.

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