Carteiros, motoristas, atendentes, administrativos, operadores de transbordo e triagem da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) estão em greve geral por tempo indeterminado após recusarem a contraproposta dos correios. O presidente nacional da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira, disse que os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta, que têm prazo para entrega, estão suspensos por tempo indeterminado.Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE), Lourdes Félix as entregas de correspondências ficarão a cargo dos funcionários terceirizados dos Correios.DívidasA Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, ontem, que não haverá prorrogação de prazos de pagamentos de cobranças não recebidas em função da greve dos Correios. As datas de vencimento, esclarece a Febraban, são determinadas pelas concessionárias de serviços públicos e empresas emissoras dos boletos.Em comunicado, a entidade sugere que os clientes identifiquem os pagamentos recorrentes mensais, ou aqueles eventuais que poderão incidir no período da paralisação e, com essas informações, procurem as agências das concessionárias ou empresas emissoras dos boletos para solicitar a segunda via da cobrança.A Febraban observa ainda que o Débito Direto Autorizado (DDA), serviço bancário disponível desde 2009, elimina a necessidade do boleto impresso. Podem ser acessados eletronicamente pelos consumidores, sem o risco de extravio da correspondência e a alteração dos dados.NegociaçãoAntes de deflagrarem greve, os servidores aguardaram os 60 dias previstos no calendário nacional e após não ter as suas propostas contempladas iniciarem a greve. "Os Correios ofereceram o beneficio que nos pedimos. Mas, para termos isso temos que aceitar 6.87 de aumento sobre a inflação, R$ 800 de abono e R$ 50 em janeiro", ressaltou Lourdes Félix.Ela destacou que os trabalhadores estão reivindicando a redução da carga horária de atendente para seis horas, pagamento das perdas de 1994/2010, implantação do piso salarial de R$ 1.635. Querem também aumento real de R$ 400, reposição da inflação nos últimos 12 meses, melhores condições de trabalho, vale-alimentação de R$ 30 e cesta básica de R$ 300 e também a contratação imediata dos aprovados no concurso."É preciso que os concursados sejam chamados com urgência. Pois, hoje, 50% dos funcionários são terceirizados. Por essas e outras o atendimento não é bom", disse a presidente.De acordo com Lourdes além de Fortaleza, a greve também acontece nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Iguatu, Barbalha e Itapipoca.Os problemas que os Correios vem enfrentando estão refletindo na entrega de correspondência. Reclamações sobre o serviço já recorrentes e anteriores a greve. No último dia 31 de agosto, por exemplo, o jornal publicou matéria em que mostrava o atraso de até sete dias na entrega das cartas.A situação mais grave ocorreu no município de Quixadá, a 167 Km da Capital, onde a correspondência demorou nove dias para chegar. O mesmo trajeto, feito a pé, levaria um dia e dez horas e, de carro, duas horas e 22 minutos.A assessoria de imprensa da ECT informou que foram oferecidas as condições necessárias para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012. A empresa disse que trabalha para normalizar a situação o mais rápido possível, e está adotando medidas que garantem o atendimento à população brasileira: contratação de recursos, realocação de pessoal, realização de horas-extras.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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