segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ciências Humanas focam nos mestrados profissionais em rede nacional para qualificar professores

Publicada por Coordenação de Comunicação Social da Capes   
Quinta, 17 de Outubro de 2013 20:17
Tendo como inspiração o Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat) – primeiro curso de formação continuada stricto sensu no formato semipresencial aprovado pela Capes em 2010 – as áreas que compõem a grande área Ciências Humanas estão engajadas na criação de cursos semelhantes, que atendam ao objetivo de qualificar os professores das redes públicas de ensino fundamental e médio em todo o Brasil.
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Carlos Fico da Silva Junior, coordenador da área de História (Foto: Felipe Lima - CCS/Capes)
ProfHistória
Para Carlos Fico da Silva Junior, coordenador da área de História, que recentemente teve aprovada a proposta de criação de curso de mestrado profissional em rede nacional, falou sobre a importância da recomendação. "Nós já tínhamos há muitos anos essa vontade de, a partir do sistema de pós-graduação, de algum modo, atuar também na qualificação dos nossos alunos que saem da graduação e vão lecionar na educação básica. Montamos esse projeto com o apoio de diversas universidades do Brasil inteiro. Ele vai ser implementado brevemente e a gente está muito esperançoso de que isso interfira positivamente na formação continuada dos professores de história", ressalta.
O professor Fico disse ainda que a maioria dos alunos dos cursos de graduação em história vão trabalhar justamente na área de ensino e, até recentemente, não tinham oportunidade de uma formação continuada e o ProfHistória vai atuar exatamente nesse sentido.
ProfGeo
Já o professor João Lima Santanna Neto, coordenador da área de Geografia, conta que nesse triênio houve longa discussão a respeito dos mestrados profissionais e também do mestrado em rede, o chamado ProfGeo. "Estamos iniciando as conversas com vários profissionais de ensino de geografia nas universidades e logo que a gente voltar às atividades no ano que vem, a partir de fevereiro, nós já vamos começar a organizar esse cronograma, fazendo uma primeira reunião em Brasília, para criar esse primeiro programa de mestrado profissional em rede", conta. Neto reconhece que a maior parte dos profissionais formados na graduação vai para o magistério e que, desta forma, o ProfGeo virá no sentido de ajudar na melhoria da formação profissional dos professores de ensino básico do país.
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João Lima Santanna Neto, coordenador da área de Geografia (Foto: Guilherme Feijó - CCS/Capes)

ProFilo

Danilo Marcondes de Souza Filho, coordenador da área de Filosofia, diz que a área está muito interessada nessa linha de desenvolvimento. "Inclusive discutimos com os coordenadores dos programas a possibilidade de abrir linhas de pesquisa e até mestrados no ensino de filosofia para a qualificação dos professores do ensino médio. Isso é uma prioridade para nós, porque como tem sido discutido aqui na Capes, isso tem impacto nos diferentes níveis: a qualidade no ensino médio se reflete na graduação, a graduação se reflete na pós-graduação. A educação é um sistema, se você separar vai ter problemas".
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Danilo Marcondes de Souza Filho, coordenador da área de Filosofia (Foto: Guilherme Feijó - CCS/Capes)
Danilo Filho disse que a área está discutindo a criação de um mestrado profissional em rede nacional – o ProFilo, ou um mestrado mais geral em humanidades. "Particularmente, seria interessante o de filosofia. Acho que há especificidades na filosofia, há uma discussão em andamento e já lancei essa ideia aos coordenadores. Acredito que devemos amadurecer e encaminhar essa proposta para a Capes já no ano que vem. É uma prioridade para nós."
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Jacob Carlos Lima, coordenador da área de Sociologia (Foto: Felipe Lima - CCS/Capes)
Humanidades
Áreas que não estão diretamente ligadas às licenciaturas se articulam para criação de cursos que reuniriam as áreas de Ciência Política, Sociologia e Antropologia. Jacob Carlos Lima, coordenador da área de Sociologia diz que as áreas estão conversando sobre a proposta de um mestrado profissional em ciências sociais abrangendo as três disciplinas. "A Sociedade Brasileira de Sociologia já se propôs a isso e nós estamos organizando uma comissão para fazer uma proposta. É provável que a gente apresente logo uma proposta de mestrado em rede de ciências sociais, voltado para o ensino, já que hoje a sociologia é uma disciplina do ensino médio e grande parte dos professores que a ensinam não tem formação específica na área", afirma.
Lia Zanotta, coordenadora da área de Antropologia, ressalta que a melhor opção para a área é a criação de um mestrado profissional em rede para a área de ciências sociais. "Com a participação de professores que pudessem coordenar em conjunto as disciplinas de sociologia, ciência política de antropologia. Nós até chegamos a conversar, os três coordenadores, para que, assim que acabe essa Avaliação Trienal, a gente organize um pequeno grupo para constituir essa proposta."
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Lia Zanotta, coordenadora da área de Antropologia (Foto: Felipe Lima - CCS/Capes)
Para Zanotta, da maneira que a forma do ensino médio está posta, há uma predominância da sociologia. "Mas como aquele que é sociólogo, professor de ciências sociais, é mais englobante que a sociologia, pois permite uma interdisciplinaridade com antropologia e ciência política, a ideia é, portanto, que a gente faça um mestrado profissional em ciências sociais, mas que realmente englobe as três disciplinas", completa.
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André Luiz Marenco dos Santos, coordenador da área de Ciência Política e Relações Internacionais (Foto: Guilherme Feijó - CCS/Capes)
Para André Luiz Marenco dos Santos, coordenador da área de Ciência Política e Relações Internacionais, a iniciativa é extremamente oportuna. "Penso que é possível, pelo menos, dois tipos de formatos diferentes para um mestrado em rede em humanidades. Um, talvez mais amplo, dedicado a uma formação mais humanística, uma formação em questões sociais, políticas e econômicas, mas, sobretudo, eu acho que talvez um mestrado em rede dedicado a formar quadros para a administração escolar pública", sugere.
O professor diz que há uma grande questão hoje no país que é a expansão das políticas públicas e os correspondentes recursos orçamentários. Para as políticas sociais a grande questão é a qualidade. "O problema crucial é a questão da qualidade das políticas públicas e isso supõe a qualidade dos gestores, a qualidade dos formadores e avaliadores de políticas. Seria de grande relevância a criação de um mestrado em rede na área de humanidades que possa juntar ciência política, economia, administração, sociologia, serviço social e outras áreas, dedicado a formar funcionários públicos, analistas de políticas públicas. O interessante é que esse mestrado em rede pudesse ter como clientela não só os funcionários públicos, mas também os indivíduos que eventualmente possam pensar uma carreira no setor público", concluiu.
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Clarilza Prado de Sousa, coordenadora da área de Educação (Foto: Felipe Lima - CCS/Capes)
Educação
Para Clarilza Prado de Sousa, coordenadora da área de Educação, há possibilidade de mestrado profissional em rede quando se fala em gestão da escola, formação de professores de 1ª a 4ª série, assuntos específicos da área de educação. "O que nós estamos preocupados é que esses mestrados profissionais existentes capacitem o professor que depois volta para a escola. Se o gestor da escola, o coordenador pedagógico não estiver preparado para receber esses professores e integrar essa formação ao currículo da escola, o professor capacitado não consegue trabalhar. A visão que nós temos é que na educação básica o professor não é isolado, não é como na universidade, que o professor da aula sozinho. Na escola, ele é orientado, coordenado, pela equipe de professores coordenadores", reforça.

Clarilza Sousa diz que os mestrados profissionais da área de educação estão buscando isso, preparar os professores, os coordenadores, orientadores, supervisores, os diretores e os próprios técnicos da secretaria de educação para interagir com esses professores formados na pós-graduação.
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Carmem Moreira de Castro Neves, diretora de Formação de Professores da Educação Básica (Foto: Guilherme Feijó - CCS/Capes)
Capes
A diretora de Formação de Professores da Educação Básica, Carmem Moreira de Castro Neves, reforça que o grande desafio da educação brasileira hoje é a melhoria da educação básica, o que passa pela formação de professores. "O mestrado profissional é uma resposta muito eficiente e eficaz para os problemas que o professor tem no dia-a-dia, ao mesmo tempo em que ele amplia seus conhecimentos e competências docentes. Então, o Mestrado Profissional é esse diálogo entre teoria e prática, que promove uma formação continuada do professor em um nível crescente de complexidade, ao mesmo tempo em que permite a esse professor já interferir positivamente em sala de aula", explica.
Carmem Neves destaca o impacto positivo que essas iniciativas possuem na capacitação dos docentes da educação básica. "É, por isso que os professores, de modo geral, veem com grande expectativa o mestrado profissional, porque eles sabem que ao mesmo tempo em que eles estarão elevando sua proficiência na didática, nas metodologias, no conhecimento relativo à área que ele trabalha, estarão também colhendo bons frutos com os seus alunos", conclui.
Pedro Matos, Fabiana Santos e Gisele Novais



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