A categoria reivindica rodada de negociação com a Prefeitura e tenta convencer vereadores a não aprovar mensagem
Professores da rede municipal invadiram, na manhã de ontem, o plenário da Câmara Municipal de Fortaleza. Eles querem que os vereadores suspendam a tramitação do projeto de lei enviado pela Prefeitura na última quinta-feira - que concede reajuste de 18% a professores de nível médio e de 2% àqueles com graduação -, no sentido de retomarem as negociações.
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"O nosso intuito não é desafiar os vereadores, queremos convencê-los de que essa mensagem da prefeita é ruim, pois reduz salários e direitos", disse Gardênia Baima, da direção colegiada do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute).
A sindicalista avisa que até que sejam retomadas as negociações os professores permanecerão em greve. Hoje, completam 30 dias que a categoria paralisou as atividades. Enquanto isso, os 230 mil alunos matriculados na rede municipal continuam sem as atividades escolares. Segundo o Sindiute, 90% da categoria está parada.
Amanda
O plenário da Câmara, galerias e corredores ficaram tomados por professores. Eles realizaram um apitaço e puxaram palavras de ordem. O ato contou com a presença da professora Amanda Gurgel, que ficou conhecida nacionalmente após silenciar deputados em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, dia último dia 10. "Vim a Fortaleza trazer meu apoio e solidariedade aos colegas que estão em uma greve justa. Apesar de morar no Rio Grande do Norte sei que a minha realidade não é diferente da de vocês". Amanda denuncia que a mensagem que seria lida ontem, na Câmara, seria mais um duro golpe contra a categoria.
Enquanto os manifestantes ocupavam o plenário, o líder da prefeita, Ronivaldo Maia, o presidente da Câmara, Acrísio Sena e o presidente da Comissão de Educação, Guilherme Sampaio, se reuniram na presidência. O único que permaneceu no plenário foi o vereador João Alfredo, que juntamente com os professores participou de uma encenação teatral simulando o dia a dia dos parlamentares, arrancando risos dos manifestantes. Somente por volta de 12h30, o presidente da Câmara, Acrísio Sena, falou com os jornalistas. "Na nossa avaliação o que aconteceu aqui é um desrespeito com o Poder Legislativo. Nunca antes aconteceu isso. Nós não pedimos reforço de guarda e nem fizemos nenhum tipo de repressão, mas entendemos que isso não é o modelo de educação que nós desejamos para os nosso filhos".
Por causa do clima tenso, foram encerrados. Hoje, os parlamentares estarão reunidos no programa "Câmara nos Bairros", no Antônio Bezerra. A mensagem deve entrar em pauta na próxima terça-feira.
Fonte: Diário do Nordeste
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