domingo, 11 de julho de 2010

QUEM É O MEU PRÓXIMO?

Os antigos, para saberem qual o caminho a seguir em suas vidas, para saberem qual a vontade de Deus, recorriam aos bruxos, aos adivinhos, aos astrólogos, aos sacerdotes. Hoje em dia, muitos continuam buscando estes mesmos caminhos, para descobrirem a vontade de Deus em suas vidas.
Todavia, o cristão de verdade sempre buscou e buscará saber o caminho a seguir, na vontade de Deus, mergulhando sua vida na Palavra de Deus; palavra está que o assegura para estar sempre no caminho e na vontade de Deus que é a verdade.
Na liturgia de hoje, a partir do livro do Deuteronômio, Deus nosso Senhor quer nos ensinar que existe outra forma, tão eficaz, para que possamos descobrir em nossa vida a vontade, o caminho de Deus a seguir: escutando a voz do coração. Deus é quem diz: o caminho a seguir, o mandamento da verdade, não está fora, no Céu, distante de nós; não, ele está muito acessível a cada um de nós, pois está em nosso coração, em nossa boca. Basta ouvirmos e obedecermos.
Esta palavra, este caminho, que está tão em nós, é caminho de vida eterna, de felicidade. O judeu piedoso pergunta para Jesus: o que devo fazer para receber a vida eterna? Jesus responde: Amas o Senhor teu Deus de todo o coração e o teu próximo como a ti mesmo. O Judeu teve dúvidas: quem é o meu próximo?
Quem é o nosso próximo? Pergunta não feita somente ao judeu, mas a cada um de nós, cuja resposta deve ser dada com a vida, com atitudes concretas e não somente com os lábios. Jesus traz o fato de uma pessoa que cai nas mãos de assaltantes e estes o quase matam. Todos os justos passaram pelo caminho, pelo irmãos convalescido, sendo o primeiro, o judeu, mas ninguém foi capaz de ajudá-lo, exceto o pecador, o impuro, o indigno – para os judeus: o samaritano.
Muitas e muitas vezes agimos da mesma forma; nos achamos muito cristãos, muito santos, muito dignos, muito tudo… Somos sim acolhedores: daquele que nos fazem bem, daqueles que nós amamos, dos limpos e cheirosos, daqueles que nos admiram. Mas a pergunta é: somos capazes de juntar e acolher aqueles que não conhecemos, daqueles que nos fazem o mal, daqueles que não suportamos, que não têm nada a ver com a nossa vida? O amor de verdade, único caminho de salvação e vida eterna, de felicidade, para pelo amor concreto, a começar por aqueles que passam pela nossa vida. Amar os que queremos bem e que nos querem bem é conveniência, estratégia, puxa-saquismo; o amor de verdade é demonstrado quando amamos aqueles que não merecem nosso amor, aqueles que se encontram distante de nós, os impuros em todos os sentidos.
A palavra de Deus para nós hoje é duríssima! Como encontra-se o nosso amor no concreto da vida, hoje? Estou dando hospedaria, ou seja, acolhimento aos pecadores e pobres de corpo e alma, ou estou excluindo-os da minha vida e de minha companhia? Estou derramando o óleo do carinho e da compreensão sobre as feridas dos outros, ou estou apontando e apertando as sua feridas com as minhas mãos e o meu coração? Estou dando montaria aos que sofrem, ou estou pisando sobre os eles, frente as suas feridas e pecados? Proporcionar cuidado a quem nos ama, sim; e aos outros, àqueles que não merecem meu amor? É aqui que se difere o cristão! Feliz e santa semana para você.
Padre Pacheco,
Comunidade Canção Nova.

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