sábado, 17 de julho de 2010

Para Marina, eleitores não devem votar em quem os caciques mandam

Publicada em 17/07/2010 às 17h09m
Isabela Martin
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FORTALEZA -A candidata do PV, Marina Silva, inaugurou neste sábado a primeira Casa de Marina do Nordeste no bairro Serviluz, na periferia de Fortaleza. Ao agradecer o acolhimento, disse que o eleitor precisa sair das sombras e não pode aceitar que "caciques" e "donos das estruturas e palanques" digam em quem eles devem votar. A senadora também recebeu apoio de parlamentares e militantes de partidos da base aliada da petista Dilma Rousseff (PT), sua adversária na disputa presidencial.

_ Entrei nesse movimento para dizer que não me conformei com o papel de anônimo que quiseram me dar há 30 anos, ainda mais em pleno século XXI _ disse Marina, lembrando do tempo em que se alfabetizou pelo Mobral.
_ O eleitor não vai ser anônimo, ficar na sombra. Tem que vir para a claridade. Não basta que os caciques, donos das estruturas, dos palanques, venham dizer em quem vocês vão votar.
Ela também disse que o eleitor vai surpreender a si mesmo e ao Brasil aderindo a iniciativas espontâneas como as Casas de Marina, comitês que funcionam em residências de militantes, sem custos para a candidata.
Antes, Marina criticou a disputa plebiscitária. Numa referência aos principais adversários, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), disse que havia um arranjo político para que existisse apenas uma candidatura oficial da situação e outra da oposição.
A Casa de Marina fica num bairro violento da capital. Acompanhada do candidato do partido ao governo, Marcelo Silva, Marina foi recebida pelos proprietários, Osmar Alves de Araújo, a mulher, Maria Alice, e o casal de filhos. Jardineiro numa praça pública, Osmar cantou um jingle que compôs para ela.
_ Quando a gente não quer o lugar de anônimo para o povo, vem à tona toda essa criatividade _ disse Marina, após ouvir um trecho do jingle. Seu Osmar desejou boa sorte à candidata e cobrou investimentos em moradia e educação.
Filha de cearenses, Marina prometeu manter o Bolsa Família e dar continuidade às grandes obras. Mas disse que vai apostar também na "infraestrutura humana", e citou o investimento na educação para reduzir a violência.
Apoio de peso na capital cearense
Ex-mulher do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) declarou que vota em Marina e que poderá se engajar na campanha dela. Colegas no Senado há oito anos, ela enalteceu a coragem e a obstinação da candidata verde.
Anteontem, Ciro Gomes também declarou que não vai se engajar na campanha de Dilma . Patrícia fez duras críticas à candidata do PT durante a pré-campanha, inclusive durante a visita que fez ao Ceará quando Ciro ainda lutava para sair candidato a presidente. Na sexta-feira, em visita a Goiânia, Marina criticou a atuação de Lula em favor de Dilma.
Eu acredito que ela seja uma das mulheres mais interessantes desse país pela sua história, pela sua vida, pela sua obstinação, que representa a obstinação de todos os brasileiros e brasileiras e é isso que me encanta na política.
Convidados para sentar na mesa de honra, Marina referiu-se aos aliados como "generais eleitorais" e disse que a presença de Patrícia, a quem chamou de Iracema, numa referência à índia do romance de José de Alencar, era um fato político relevante.
- Eu vim aqui dar um abraço nela pessoalmente. Eu acredito que ela seja uma das mulheres mais interessantes desse país pela sua história, pela sua vida, pela sua obstinação, que representa a obstinação de todos os brasileiros e brasileiras e é isso que me encanta na política. Hoje eu percebo que há muito mais uma junção de pessoas que pensam da mesma forma do que propriamente dos partidos - disse Patrícia Saboya ao chegar ao evento trajando uma camiseta verde.
Patricia enalteceu a coragem de Marina e sua força:
- Ela é uma política que não se dobrou aos chavões nem à mesquinharia. Ela reconhece em seus adversários as suas qualidades e sabe que essas qualidades podem melhorar o nosso país, mas ela oferece um passo mais adiante, algo muito melhor e que o povo do Brasil tanto deseja e espera e tem esperanças - disse, completando que o coração falou mais alto do que a orientação partidária da candidata verde.
- A minha dificuldade vai ser declarar esse patrimônio à Justiça Eleitoral - disse.
Eu não vou participar do jogo das baixarias de ficar destruindo o Serra, destruindo a Dilma, de ficar fazendo o jogo sujo.
Marina disse que sua campanha vai mostrar que é possível fazer campanha e ganhar eleição sem "rios de dinheiro" e que, por uma questão programática, "não vai querer aquele palanque com 500 anos de estrutura". Marina também disse que não fará o "jogo da baixaria" contra os adversários:
- Eu não vou participar do jogo das baixarias de ficar destruindo o Serra, destruindo a Dilma, de ficar fazendo o jogo sujo. Nessa campanha, nós vamos fazer críticas duras, mas de visão de mundo, de visão de País e jamais atacando a honra das pessoas, jamais inventando coisas desleais. Quem quer ter ética na política tem que começar a ética na política pela relação que estabelece, inclusive com seus opositores.
Sobre o seu vice, Guilherme Leal, acusado e inocentado de ter empreendimento violando o meio ambiente na Bahia , Marina disse que "a mentira veio primeiro e a verdade veio depois". Segundo ela, é melhor sofrer injustiça do que praticar uma. 
Fonte: O GLOBO  


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