Aconteceu hoje um curso de formação para professores de Historia
da Rede Municipal de Pentecoste, do 6º ao 9º ano. Seria um curso normal se não
fosse dada por um professor Africano. Trata-se do curso História e Cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena.
O facilitador do Curso trata-se Cércil Policarpo Cabral d`Almada. Natural de Guiné Bissau (áfrica). Este, por sua esta no Brasil fazendo cursos
por meio do intercâmbio que acontece normalmente entre Brasil e África.
Durante todo dia pudemos entender um pouco mais de um
continente imenso e culturalmente diversificado por natureza. Continente cheio
de contrastes e realidades diversas.
Uma das primeiras perguntas que nos foi feita pelo professor
foi sobre o que sabíamos de seu continente. E muitos foram fazendo suas colocações
de como viam a questão da África em si. A partir daí pudemos ouvir alguém que
conhece de perto toda a realidade, pois falava de sua historia, de sua vida,
seu povo, seus sofrimentos, mas que também nos fez ver toda a beleza de sua
gente, sua terra, seus costumes, seus valores e seu modo de ver o mundo. Fez-nos
ver que nem tudo que sabemos ou lemos sobre seu continente é verdade. Lembrou
que a grande culpada por sabermos muitas vezes só o que é ruim é a mídia que
mostra somente as mazelas da África. Pois, segundo ele, não interessa a grande
mídia mostrar o que é bom na África, pois isso não gera dinheiro. As imagens
mostradas somente do que é ruim gera muitos benefícios em nome do sofrimento de
seu povo. As ONGs se aproveitam das imagens para arrecadarem milhões de dólares
em nome daqueles que sofrem nos países africanos para benefício próprio. Fez uma
comparação do nosso Nordeste nos tempos das grandes secas.
Ele comentou da grande desconfiança das pessoas em relação aos
negros aqui no Brasil e que os próprios negros tem preconceito contra sua própria
cor. Que muitos têm vergonha de ser negro. Isso tudo porque negro é visto como alguém
sem capacidade, sem inteligência.
Falou-nos ainda da importância da família, do cuidado de uns
para com os outros. Contou-nos que pra ele é um choque muito grande ver pessoas
não defenderem seus direitos. Disse que na África, eles lutam com todas as
forças pelo que é seu. Disse que seu povo é espontâneo. Que de tudo faz festa e
que eles são muito movidos pela alegria. Mas, é claro, como em todo o mundo existem
os que se aproveitam dos outros para tirar proveito e enriquecer a custa de
outros.
Muitos professores, movidos pela grande curiosidade, faziam
perguntas o tempo todo ao professor sobre o continente africano. Afinal de
contas não é todo dia que podemos ter perto de nós alguém tão comum a nós
quanto à África, da qual somos descendentes em muitas coisas.
Foi realmente enriquecedor esse dia de hoje. Eu, que já gostava
de tratar do tema sobre África, agora posso falar sobre o tema com maior
segurança a respeito do que é a África e falar do quanto ela contribuiu para a
nossa formação como gente com suas riquezas culturais que continuam tão enraizadas
na vida de nosso povo de norte a sul do país.
Portanto, o curso foi sensacional.
Valeu professor Cércil. Você deu uma grande contribuição
todos nós para que tenhamos outra postura quando nos atrevermos a falar de
vosso continente que você demonstrou amar tanto.
Artigo escrito pelo professor Valdeni Cruz
Nenhum comentário:
Postar um comentário