Jéssica Marçal
Da Redação
Diocese de Picos (Piauí)
Padre Antônio Catelan é assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, da CNBB
Desde outubro do ano passado, a Igreja, no Brasil e no mundo, vivencia o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI. A proposta é que cada fiel possa refletir e redescobrir sua própria fé. Para essa redescoberta, um primeiro passo pode ser a compreensão do significado das características da fé, que nem sempre são inteligíveis a todos os fiéis.
Ao consultar o Catecismo da Igreja Católica, encontra-se como uma das características fundamentais da fé: o fato de que ela é uma graça. Segundo o assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB, padre Antônio Luiz Catelan Ferreira, o fundamento disso é o batismo.
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.: Todas as notícias sobre o Ano da Fé
Ele ressaltou que, às vezes, as pessoas alegam não ter fé, o que não é verdade. “Todo aquele que foi batizado tem a virtude teologal da fé infusa por graça de Deus, sem nenhum mérito e sem a necessidade de nenhum esforço prévio para isto”. Mas, mesmo sendo um dom gratuito que o Senhor concede ao homem, o Catecismo recorda o risco que se corre de perdê-la, o que estabelece a necessidade de perseverar nela.
Estas e outras verdades que a fé professa, às vezes ainda são alvo de dúvidas, mas outra característica é o fato de que ela é certa. Padre Antônio destacou que a certeza das verdades da fé se baseiam no fato de que Deus, Autor da Revelação, não se engana nem engana ninguém. Dessa forma, Ele enfatizou que se pode acolher com toda confiança, entrega e docilidade aquilo que é revelado por Deus.
O sacerdote comentou ainda outro aspecto da fé, que é sua dimensão escatológica, a fé enquanto esperança, enquanto promessa dos bens eternos. De acordo com ele, essa dimensão já é, de um certo modo, uma antecipação. “Por meio da fé nós saboreamos, antecipadamente, os dons que são revelados para nós na vida eterna”.
Fé x Razão
Embora seja dotada de um aspecto espiritual, a fé tem também seu lado racional. De acordo com padre Antônio, a dimensão da comunicação que há com Deus é uma forma de compreender e diferenciar esta dupla dimensão da fé.
Ele lembrou que a fé é uma resposta humana a uma iniciativa de Deus: a Revelação. “Deus se revela e nós acolhemos Sua Revelação. Então, é uma estrutura de diálogo".
Ele acrescentou que o Senhor se dirige ao ser humano como um todo, o que inclui também a inteligência, e aí está a dimensão racional da fé. Além disso, a racionalidade, juntamente com a liberdade, é parte integrante da dignidade humana.
“Como é que a nossa fé seria livre enquanto resposta humana, como é que ela envolveria toda a nossa pessoa se ela fosse uma coisa cega, que nós não pudéssemos compreender?”, exemplificou.
“Contradição” entre fé e razão
Mesmo tendo em vista que a fé também é dotada de um aspecto racional, às vezes a relação entre fé e razão pode parecer contraditória. Na verdade, o que existe, segundo enfatizou padre Antônio, é apenas uma aparente contradição. Nesse aspecto, ele citou um comentário de Santo Agostinho.
"Ele diz o seguinte: quando parece haver contradição entre uma passagem e outra, entre uma informação e outra, nós não podemos atribuir esta aparente contradição a Deus, mas a nós que ainda não estamos à altura de compreender, a nós que ainda não conseguimos chegar a uma visão de síntese, que ainda não conseguimos integrar todos os elementos da Revelação. Então, as aparentes contradições entre fé e razão se devem à fragilidade da razão e ao fato de que a ela está em progresso".
E sobre o que a Igreja pode fazer para ajudar os fiéis a lidarem com esta dupla dimensão, a fim de entenderem melhor a plenitude de sua fé, o sacerdote destacou que isso inclui uma atitude pastoral, e não propriamente um discurso por parte da Igreja.
"É o acolhimento do fiel, o ouvir as suas dúvidas, de onde elas vêm e estar disposto a expor para ele qual é a fé da Igreja naquele ponto, ou seja, ajudar a fazer um caminho progressivo", finalizou.
Ao consultar o Catecismo da Igreja Católica, encontra-se como uma das características fundamentais da fé: o fato de que ela é uma graça. Segundo o assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB, padre Antônio Luiz Catelan Ferreira, o fundamento disso é o batismo.
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Ele ressaltou que, às vezes, as pessoas alegam não ter fé, o que não é verdade. “Todo aquele que foi batizado tem a virtude teologal da fé infusa por graça de Deus, sem nenhum mérito e sem a necessidade de nenhum esforço prévio para isto”. Mas, mesmo sendo um dom gratuito que o Senhor concede ao homem, o Catecismo recorda o risco que se corre de perdê-la, o que estabelece a necessidade de perseverar nela.
Estas e outras verdades que a fé professa, às vezes ainda são alvo de dúvidas, mas outra característica é o fato de que ela é certa. Padre Antônio destacou que a certeza das verdades da fé se baseiam no fato de que Deus, Autor da Revelação, não se engana nem engana ninguém. Dessa forma, Ele enfatizou que se pode acolher com toda confiança, entrega e docilidade aquilo que é revelado por Deus.
O sacerdote comentou ainda outro aspecto da fé, que é sua dimensão escatológica, a fé enquanto esperança, enquanto promessa dos bens eternos. De acordo com ele, essa dimensão já é, de um certo modo, uma antecipação. “Por meio da fé nós saboreamos, antecipadamente, os dons que são revelados para nós na vida eterna”.
Fé x Razão
Embora seja dotada de um aspecto espiritual, a fé tem também seu lado racional. De acordo com padre Antônio, a dimensão da comunicação que há com Deus é uma forma de compreender e diferenciar esta dupla dimensão da fé.
Ele lembrou que a fé é uma resposta humana a uma iniciativa de Deus: a Revelação. “Deus se revela e nós acolhemos Sua Revelação. Então, é uma estrutura de diálogo".
Ele acrescentou que o Senhor se dirige ao ser humano como um todo, o que inclui também a inteligência, e aí está a dimensão racional da fé. Além disso, a racionalidade, juntamente com a liberdade, é parte integrante da dignidade humana.
“Como é que a nossa fé seria livre enquanto resposta humana, como é que ela envolveria toda a nossa pessoa se ela fosse uma coisa cega, que nós não pudéssemos compreender?”, exemplificou.
“Contradição” entre fé e razão
Mesmo tendo em vista que a fé também é dotada de um aspecto racional, às vezes a relação entre fé e razão pode parecer contraditória. Na verdade, o que existe, segundo enfatizou padre Antônio, é apenas uma aparente contradição. Nesse aspecto, ele citou um comentário de Santo Agostinho.
"Ele diz o seguinte: quando parece haver contradição entre uma passagem e outra, entre uma informação e outra, nós não podemos atribuir esta aparente contradição a Deus, mas a nós que ainda não estamos à altura de compreender, a nós que ainda não conseguimos chegar a uma visão de síntese, que ainda não conseguimos integrar todos os elementos da Revelação. Então, as aparentes contradições entre fé e razão se devem à fragilidade da razão e ao fato de que a ela está em progresso".
E sobre o que a Igreja pode fazer para ajudar os fiéis a lidarem com esta dupla dimensão, a fim de entenderem melhor a plenitude de sua fé, o sacerdote destacou que isso inclui uma atitude pastoral, e não propriamente um discurso por parte da Igreja.
"É o acolhimento do fiel, o ouvir as suas dúvidas, de onde elas vêm e estar disposto a expor para ele qual é a fé da Igreja naquele ponto, ou seja, ajudar a fazer um caminho progressivo", finalizou.
Fonte: Canção Nova
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