JORNAL DO BRASIL
Os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovaram, nesta quarta-feira (4), o parecer do senador Pedro Taques (PDT-MT). Ele avaliou que o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), recomendando a cassação de Demóstenes Torres (Sem partido-GO), seguiu todos os ditames legais, regimentais e constitucionais. Com isso, agora os senadores julgarão o destino de Demóstenes no plenário da casa na próxima quarta-feira (11).
A decisão foi unânime, contando com o apoio dos 22 parlamentares presentes. O advogado de Demóstenes Torres, Antonio Carlos de Almeida, o Kakay, se pronunciou antes da votação, que foi aberta e nominal.
No plenário, a maioria simples (41 dos 81 senadores)definirá se Torres perderá ou não seu mandato, por conta de seu envolvimento com a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira. Apesar de não assumir publicamente, a defesa conta com a votação no plenário, que é secreta, para reverter a tendência de condenação, mostrada agora pelos parlamentares.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) adotou um tom duro contra o colega indiciado. Para ela, Demóstenes o tempo todo tentou enganar e manipular o Congresso, o que teria sido "uma surpresa gigantesca":
"É uma pessoa com duas personalidades, com a capacidade de mentir, de enganar e de manipular. Ontem (3), fez um discurso apelando ao coração dos senadores. É uma tentativa de comoção pela vitimação", avaliou.
Marta ainda afirmou que o senador sabia "das atividades ilícitas" de Cachoeira e chegou a ser "um braço legislativo" da quadrilha.
"Demóstenes não tem lugar nesta casa", disse ela, ao fim de seu aparte.
Diversos parlamentares reconheceram a admiração que nutriam por Demóstenes e elogiaram os trabalhos de Humberto Costa e Pedro Taques ao avaliarem a questão. Foi o caso do também petista Jorge Viana (AC)
"Não encontrei aqui alguém que me passasse mais competência a lidar com o regimento e as matérias constitucionais que o senador Demóstenes. O senador Humberto Costa desde o início tomou todos os cuidados, dedicou seu mandato durante o período e fez um relatório muito elogiado por todos", lembrou.
Magno Malta (PR-ES), um dos senadores que inicialmente manifestaram apoio a Demóstenes, se defendeu. Ele comparou a situação no Congresso a um acidente de trânsito:
"Quando você vê um acidente, você socorre o motorista, não pergunta se ele está preso. Não é porque você socorreu um motorista bêbado no primeiro momento, que não concorda com uma punição a ele", argumentou.
"Cassamos um senador porque mentiu sobre a questão do TRT. O ACM, presidente do Senado, renunciou para não ser cassado. O mesmo aconteceu com Arruda, com Jader Barbalho, que também era presidente desta casa. Ali, na outra comissão está outro Senado, composto até mesmo por alguns que estão aqui hoje. A CPI está uma indecência, é uma coisa hipócrita".O gaúcho Pedro Simon (PMDB) fez uma longa explanação sobre o atual estado de coisas no Congresso Nacional. Ele afirmou que se orgulhava daquela casa que havia aprovado por unanimidade no Conselho de Ética e também o que estava presente à reunião da CCJ.
"Há dois Senados", afirma Pedro Simon
O gaúcho Pedro Simon (PMDB) fez uma longa explanação sobre o atual estado de coisas no Congresso Nacional. Ele afirmou que se orgulhava daquela casa que havia aprovado por unanimidade no Conselho de Ética e também o que estava presente à reunião da CCJ.
"Cassamos um senador porque mentiu sobre a questão do TRT. O ACM, presidente do Senado, renunciou para não ser cassado. O mesmo aconteceu com Arruda, com Jader Barbalho, que também era presidente desta casa. Ali, na outra comissão está outro Senado, composto até mesmo por alguns que estão aqui hoje. A CPI está uma indecência, é uma coisa hipócrita".
Nenhum comentário:
Postar um comentário