As
pessoas que não respeitam a religião dos outros, acusam a Igreja Católica de
ser uma religião pagão. No entanto, elas não sabem que todos nós herdamos
muitas coisas do paganismo. Não se dão conta de que a religião e a cultura como
um todo, herdaram tantas coisas do mundo pagão. Exemplo disso, são os meses do
ano. Evidentemente que a Ig reja Católica jamais será uma Igreja pagã. Vejamos
agora a origem dos meses do ano
Nosso
calendário é regido por deuses, imperadores e números romanos
Álvaro
Oppermann | 24/08/2009 06h46
Antes
de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que
dividiam o ano em períodos nomeados de acordo com seus deuses. Os romanos
adaptaram essa estrutura. De acordo com alguns pensadores, como Plutarco
(45-125), no princípio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por
Martius (atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa
Pompílio, o segundo rei de Roma, que governou por volta de 700 a.C.
Os
romanos não davam nome apenas para os meses, mas também para alguns dias
especiais. O primeiro de cada mês se chamava Calendae e significava "dia
de pagar as contas" - daí a origem da palavra calendário, "livro de
contas". Idus marcava o meio do mês, e Nonae correspondia ao nono dia
antes de Idus. E essa era apenas uma das diversas confusões da folhinha romana.
Até
Júlio César (100 a.C.-46 a.C.) reformar o calendário local, os meses eram
lunares (sincronizados com o movimento da lua, como hoje acontece em países
muçulmanos), mas as festas em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas
estações. O descompasso, de dez dias por ano, fazia com que, em todos os
triênios, um décimo terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado.
Com
a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou
com a bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius,
Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September,
October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que
Quinctilis e Sextilis deram origem ao meses de julho e agosto. Quando e como
isso aconteceu, você descobre lendo o quadro abaixo.
A
Divisão do ano é basicamente a mesma há 20 séculos
Janeiro
Januarius
era uma homenagem ao deus Jano, o senhor dos solstícios, encarregado de iniciar
o inverno e o verão. Seu nome vem daí: ianitor quer dizer porteiro, aquele que
comanda as portas dos ciclos de tempo.
Fevereiro
O
nome se referia a um rito de purificação, que em latim se chamava februa. Logo,
Februarius era o mês de realizar essa cerimônia. Nesse período, os romanos
faziam oferendas e sacrifícios de animais aos deuses do panteão, para que a
primavera vindoura trouxesse bonança.
Por
que 28 dias?
Até
27 a.C., fevereiro tinha 29 dias. Quando o Senado criou o mês de agosto para
homenagear Augusto, surgiu um problema: julho, o mês de Júlio César, tinha 31
dias, e o do imperador, só 30. Então o Senado tirou mais um dia de fevereiro.
Março
Dedicado
a Marte, o deus da guerra. A homenagem, porém, tinha outra motivação, bem menos
beligerante. Como Marte também regia a geração da vida, Martius era o mês da
semeadura nos campos.
Abril
Pode
ter surgido para celebrar a deusa do amor, Vênus. Na primeiro dia do mês, as
mulheres dançavam com coroas de flores. Outra hipótese é a de que Aprilis tenha
se originado de aperio, "abrir" em latim. Seria a época do
desabrochar da primavera.
Maio
Homenagem
a Maia, uma das deusas da primavera. Seu filho era o deus Mercúrio, pai da
medicina e das ciências ocultas. Por esse motivo, segundo escreveu Ovídio na
obra Fastos, Maius era chamado de "o mês do conhecimento".
Junho
Faz
alusão a Juno, a esposa de Júpiter. Se havia uma entidade poderosa no panteão
romano, era ela, a guardiã do casamento e do bem-estar de todas as mulheres.
Julho
Chamava-se
Quinctilis e era simplesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano.
Até que, em 44 a.C. o Senado romano mudou o nome para Julius, em homenagem a
Júlio César.
Agosto
Antes
era Sextilis, "o sexto mês". De acordo com o historiador Suetônio, o
nome Augustus foi adotado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador
romano, César Augusto (63 a.C.-14 d.C.).
Setembro
a dezembro
Para
os últimos quatro meses do ano, a explicação é simples: setembro vem de Septem,
que em latim significa "sete". Era, portanto, o sétimo mês do
calendário antigo. A mesma lógica se repete até o fim do ano. Outubro veio de
October (oitavo mês, de octo), novembro de November (nono mês, de novem, e data
do Ludi Plebeii, um festival em homenagem a Júpiter) e dezembro de December
(décimo mês, de decem).
E
o ano bissexto?
Dia
extra a cada quatro anos corrige distorção
Ao
adotar o calendário solar, em 44 a.C., Júlio César criou o ano de 365 dias e um
quarto. Por causa dessa diferença, a cada quatro anos era necessário atualizar
as horas acumuladas com um dia extra. O problema do calendário juliano é que,
na verdade, um ano tem 11 minutos e 14 segundos a menos do que se estimava. Por
isso, em 1582, o papa Gregório XIII (1502-1585) anulou dez dias do calendário e
determinou que, dos anos terminados em 00, só seriam bissextos os divisíveis
por 400. E o nome "bissexto" tem uma explicação curiosa: em Roma,
celebrava-se o dia extra no sexto dia de março, que era contado duas vezes.
Paz
e bem!
Padre
Eufrazio
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