EMAIL DE PAULISTANA DÁ
LIÇÃO DE MORAL NO DEP. JEAN WYLLYS.
Quem diz o que quer
ouve o que não quer !
Date: Mon, 17 Dec 2012 19:34:12 -0200
From:
To: dep.jeanwyllys@camara.leg.br
Subject: Um minuto de
sua atenção, deputado.
São Paulo, 17 de
dezembro de 2012.
V. Exa. deputado Jean
Wyllys,
Chamo-me Renata e
resido em São Paulo. Sou cidadã brasileira, casada, mãe de família e
profissional.O intuito dessa mensagem é dirigir-me a V. Exa. no sentido de
expor-lhe, data venia, minha indignação e repúdio a diversas mensagens que V.
Exa. postou em seu twitter, como resposta à primeira mensagem oficial do Santo
Padre enviada por este meio de comunicação.
O senhor, em uma clara
mensagem que incita o ódio e a humilhação ao Papa, afirma diversas acusações
contra a Igreja Católica. Duas coisas me chamaram a atenção: primeiro, o
senhor, como uma pessoa pública e representante do povo brasileiro que o elegeu
(este povo, que em último censo realizado pelo IBGE mostrou-se majoritariamente
religioso), teve uma postura desrespeitosa e impertinente.
Gostaria de lembrá-lo
que o Papa é um chefe de Estado. Aos chefes de Estado deve-se o respeito e a
consideração, por mais que discordemos de suas posturas éticas, filosóficas ou
religiosas. O senhor, neste ponto, considerou-se acima do respeito devido a um
chefe de Estado.
Em segundo lugar, eu
quero pedir-lhe que me envie as fontes "primárias" que comprovem
TODAS as acusações que o senhor levantou contra a Igreja Católica. Quero
lembrá-lo que, para tanto, será necessário ir às fontes, não aos impropérios
que qualquer professor de cursinho repete, sem nem mesmo saber o que faz, nas
aulas de História, completamente ideologizadas pela visão marxista
antireligiosa.
O senhor em seus
comentários deveria, por força de justiça, junto com suas acusações à Igreja,
dizer quais foram os bens legados e ainda hoje mantidos pela MAIOR INSTITUIÇÃO
DE CARIDADE EXISTENTE NA FACE DA TERRA. Se não o fez, prova que a intenção não
era a de simplesmente discordar da visão do Santo Padre e da Igreja Católica,
mas a de incitar o ódio contra eles. O senhor deveria, por exemplo, citar que a
Igreja Católica criou os conceitos de:
- Universidade,
- Hospital (com seu
ápice em São Camilo de Lelis, o qual foi o fundador dos padres e freiras que se
dedicam aos cuidados dos doentes e que deu origem à "Cruz Vermelha")
- Atendimento
"humanizado", baseado na antropologia cristã de que somos todos
imagens e semelhança de Deus. Aqui, vale lembrar que na India, por exemplo, o
sistema de castas afirma que existem os "intocáveis", que não devem
nem ser tocados pelas pessoas de castas superiores - vide o trabalho de Madre
Teresa de Calcutá)
- Avanço nos estudos
astronômicos (uma pequena pesquisa pode fazê-lo ver que grande parte das
estrelas e demais corpos celestes mais importantes receberam nomes de padres
jesuítas, exímios astrônomos)
- Genética (o monge
beneditino Gregor Mendel é considerado o pai da Genética por ter sido o
primeiro a perceber que os fatores hereditários transmitiam-se de acordo com
uma proporção matemática evidenciável)
- Cuidado de doentes
incuráveis (os leprosários onde ninguém queria entrar eram cuidados por padres
e freiras cujos nomes permanecem no mais total anonimato, mas que foram heróis
da caridade, muitas vezes vindo a morrer pelas doenças transmitidas pelos
doentes dos quais cuidavam desinteressadamente)
- Caridade: apesar de a
máxima "fazer aos outro o que quer que ele lhe faça" ser universal,
não podemos negar que ela encontrou um eco forte e vigoroso entre os cristãos,
especialmente os católicos (vide São Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá,
São Vicente de Paulo e tantos e tantos católicos que não vão nunca aparecer na
mídia, mas que são os verdadeiros herois da humanidade)
- Ecologia - o respeito
pela criação, que vibra tão pujantemente das palavras e ações do "pobre de
Assis".
...
Como podemos evidenciar,
deputado, sua mensagem deixou muita coisa por dizer. Evidenciou uma verdade
distorcida, caluniadora e de fracos argumentos. Entendemos que, com isso, o
senhor não teve uma verdadeira intenção de contrapor-se às ideias do Papa, mas
em desrespeitá-lo e levar outros a fazer o mesmo.
Concluo esta mensagem
pedindo-lhe que venha a público desculpar-se pelo viés causado por suas
mensagens e também pedir-lhe que, em um próxima vez, lembre-se que com a fé das
pessoas não se brinca; se respeita, por mais que delas discordemos.
Atenciosamente,
Renata Gusson
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