No primeiro dia após a posse, Roberto Cláudio conheceu os problemas e o cotidiano de três unidades de saúde
Faltam médicos, remédios e infraestrutura, mas o Centro de Saúde da Família (CSF) Floresta, no bairro Álvaro Weyne, é referência para a atenção primária de Fortaleza. Se, mesmo com esses problemas, a unidade é exemplo, como estarão as outras? A resposta para essa pergunta está sendo procurada pelo prefeito Roberto Cláudio, que começou a visitar os 92 postos de saúde da cidade ontem.
Acompanhado dos secretários e vice-prefeito, Roberto Cláudio, conheceu instalações e conversou com profissionais dos postos de saúde FOTO: JOSÉ LEOMAR
A expectativa é que o prefeito percorra todas as unidades em um mês e meio. Serão três visitas a cada dia, de segunda à sexta-feira. Depois, o gestor passará mais um mês indo aos Frotinhas e Gonzaguinhas. Após as visitas, ele deve elaborar, com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), um diagnóstico da atenção básica na Capital para buscar as devidas soluções.
Roberto Cláudio chegou ao CSF Floresta por volta das 11h30, acompanhado da secretária de Saúde, Socorro Martins, do titular da Secretaria Executiva Regional (SER) I, Guilherme Teles, e de outros gestores públicos. Ele foi recebido pelo diretor e pela chefe de enfermagem do local, Múcio Roberto Alves Pereira e Sâmia Oliveira, que mostraram a ele as dependências do serviço de atendimento.
O prefeito passou pouco mais de uma hora na unidade. Conheceu os servidores, falou com pacientes e identificou deficiências como pouco estoque de remédios, telhado com goteiras, bancos quebrados, salas sem climatização e falta de médicos.
Mudanças
Para ele, será preciso repensar todo o modelo de organização do Programa Saúde da Família (PSF) na cidade e integrá-lo a outros equipamentos de saúde. Adiantou a realização de seleção pública para contratar mais pessoal, contudo, não informou quando. Apesar dos problemas, o chefe do executivo municipal destacou a dedicação dos profissionais da unidade, dizendo que eles precisam apenas de um estímulo para conseguirem promover um atendimento mais humanizado. Depois, Roberto Cláudio seguiu para o CSF Carlos Ribeiro, na Jacarecanga, onde problemas semelhantes ao Floresta foram identificados. O gestor ainda visitaria o CSF Guiomar Arruda, no Pirambu, mas, no caminho, recebeu a informação de que a unidade estava fechada para reforma.
Realidade
A estudante Carla Maria Braga Matos, 17, chegou à unidade às 5h30 para conseguir uma ficha para consultar a filha Ester, de seis meses. Por volta das 10h30, foi informada de que não havia pediatra e voltou para a Barra do Ceará, bairro onde mora. "Disseram que a pediatra estava de férias, mas ainda não tinha ninguém para substituir. Minha filha está tossindo, com febre e sem apetite", reclama.
Quem também não conseguiu ser atendida foi a dona de casa Cristiane Moura dos Santos, 38, que levou a neta Priscila, de quatro meses, para se consultar. "É um descaso. Vou ter que voltar amanhã (hoje)". Outras pessoas saíram sem remédio, apenas com a receita na mão.
RAONE SARAIVAREPÓRTER
Diário do Nordeste
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