Professor Valdeni Cruz
Monopólio
Sócrates é um dos
maiores filósofos de todos os tempos e conhecido em todo mundo por sua
filosofia. Segundo o que se conta na história, Sócrates era de aparência um
pouco fora dos padrões gregos que eram de corpos atléticos.
A Grécia, como a
maioria das sociedades antigas, era governada por chefes ditadores, que
governavam o povo com mão de ferro, tendo seu povo como escravo e justificando
tal tipo de governo a determinação dos deuses.
Deste modo, para manter este governo centralizado, era necessário o
controle das pessoas pela força e pelas ideologias implantadas na mente das
pessoas para que acreditassem que tal sistema era o destino de todos, onde uns
haviam nascido pra viverem em meio ao luxo e poder, enquanto outros estavam
destinados a pobreza, ao castigo e a submissão. Quando isso não era possível
pela força de uma ideologia, usava-se da força bruta, no caso o uso da espada e
a tortura.
Sócrates apareceu em
meio a esta realidade. Este, por sua vez, passou atuar em meio a esta sociedade
acostumada a viver sobre as ameaças dos deuses, que durante séculos, vinha
sendo implantadas nas mentes dos gregos. O filósofo começa a discursar na Praça
de Atenas, conhecida como Ágora. Em seus discursos tinha como ouvintes jovens,
que atentos ficavam admirados. Sócrates despertava nos ouvintes a curiosidade
de entender as razões para viverem da forma que viviam. Sócrates levava esses
ouvintes a desafiar seus deuses. Como para os gregos tudo que ocorria era culpa
dos deuses, então eles tinham receio de se revoltarem contra aqueles deuses,
pois poderiam ser castigados. Mas sendo instigados por Sócrates ousaram
desconfiar das ordens dos lideres religiosos e dos governantes e passaram a
pensar sobre tudo o que Sócrates dizia. Sócrates dizia que tudo era uma questão
de visão, de como eles viam as coisas ao seu redor e aceitavam como era e
pronto, sem fazerem nenhuma reflexão.
Não demorou muito para
que os discursos de Sócrates passassem a incomodar os chefes e governantes.
Desde então, era chamado de subversivo e, portanto, visto como ameaça. Por este
motivo foi condenado e morto por envenenamento.
Quem pensa e leva
outros a pensar e a usarem a razão, sempre é visto como inimigo por aqueles que
querem impedir as pessoas de serem livres, pois quando um indivíduo passa a
usar sua força de vontade ele não
permite que os outros o manipulem.
Os poderosos sempre
quiseram impedir as pessoas do povo simples, as massas tivessem acesso ao
conhecimento, pois estes poderiam tornar-se uma ameaça aos seus privilégios. Os
dominadores preferiam mantê-los mergulhados num mar de mentiras e crenças que
justificassem sua vida de privilégios em detrimento de uma multidão que morria
de fome e de doenças causadas pelo sistema de escravidão.
O homem quando tem a
possibilidade de conhecer e a usar a razão, é como se ele despertasse de um
sono, é como se abrisse os olhos a tanto fechado pela obscuridade da falta de
conhecimento. O medo que os poderosos têm é porque quando o povo tem
conhecimento eles são capazes de fazer uma revolução e enfrentar os poderes
constituídos. Quando o povo passa a ser dono de sua razão e tem certeza de que
outros estão zombando deles ai eles não deixam barato e tentam resolver. Muitas
revoluções sangrentas foram necessárias para que as monarquias caíssem por
terra e que os privilégios caíssem por terra ou pelo menos diminuíssem, embora,
também muitos tenham pagado com a própria vida.
Entretanto, não sejamos
tontos. Apesar de todas estas conquistas e de nos proclamarmos livres, não
somos tão livres assim. Ainda hoje quando alguém ousa expor os imperadores de
hoje, os corruptos, a cambada de gente que tenta manter-se usufruindo dos bens
do povo e são denunciados e criticados, revoltam-se e tenta aniquilar aquele
que tenta derrubar este sistema maldito. Aquele que critica passa a ser visto
como perigo. Isso significa dizer que a luta não termina. Devemos continuar
lutando por aquilo que queremos.
Para tanto o
conhecimento se faz necessário. É uma ferramenta para que não sejamos tidos
como fantoches e nem sejamos os Maria vai com as outras, mas nos torna
determinados para corrermos atrás de nossos sonhos e objetivos.
O homem livre torna-se
responsável pelos seus atos.
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