APENAS PARA REFLETIR
Professor Valdeni Cruz
Professor Valdeni Cruz
Entendi ontem mais uma vez que não se pode pensar por si só. Ao fazerem um comentário sobre um evento que aconteceu ontem, que foi a inauguração da UPA, ouve um comentário aqui na rede que um determinado político havia recebido mais palmas do que outro. Eu, no entanto, disse que as palmas batidas para quem quer que seja, independiam de popularidade, boa administração etc. Por outro lado, mais do que depressa, choveu de defensores das palmas poucas ou das muitas palmas. Fazendo uma análise mais apurada do fatos, percebi rapidamente o quanto estamos presos a coisas pequenas. Como é que pode as pessoas discutiram algo tão inútil? Mas quem foi que viu alguém defender o trabalhador que são eles mesmos? Ou ainda: quando foi que vimos alguém com tanta garra defendendo os seus direitos básicos? Entende-se claramente porque que não saímos do lugar. Às vezes eu digo: acho que não vou pra este ou para aquele evento, mas depois eu penso: eu vou para ver como andam as coisas. Testifico que não mudou nada. O comportamento das pessoas continua o mesmo do tempo dos coronéis, quando estes davam ordens expressas para que seus liderados ou subalternos apoiassem em tudo. E são subalternos? A diferença é que naquele tempo eram obrigados pelo coronel sobre pena de morte ou de tortura, hoje é sob pena de perder o emprego ou o posto que ocupa. Sim ou não?
Penso que ninguém deveria fazer o papel de defensores desse ou daquele político, pois se o político foi bom se revela por si só. Mas quando se quer forçar a barra ai é preciso que se faça defesa, defenda deste ou daquele comentário. Quando procuramos nos defender de alguma coisa é porque não estamos seguros do que fizemos ou de nossa competência. Quem faz o que tem que ser feito, não importa que alguém diga nada ao contrário. O problema dos políticos do Brasil é que estão cercados de gente que se acostumou com as migalhas e por estas migalhas são capazes de qualquer coisa. Por esta figura de linguagem das migalhas façamos uma análise que logo entenderemos tudo o que está nestas entrelinhas. Digo que entenderemos por se tratar de pessoas de senso crítico, por se tratar de pessoas livres das amarras e dos grilhões da escravidão da falta de liberdade, ou não? Estamos ou não estamos livres das amarras?
Os que recebem as migalhas ou recompensa sentem-se na obrigação de bajular, fofocar dos outros para ver se tira proveito ou fica bem visto pela autoridade política. É assim ou não é?...Tudo em nome de mesquinharias, do meu lugar, da minha benécia. Se tivermos coragem de sermos verdadeiros teremos concordar com o que estou dizendo.
Penso que votamos em alguém porque acreditamos que ele possa ser capaz de gerir bem o dinheiro público. Esta é a posição correta. Se este gere bem os recursos públicos, está fazendo bem o seu papel. Ai alguém diz: mas se compararmos com outros municípios o nosso tá bem, o nosso gestor(a) está em melhor situação do que a situação de fulano que está sendo investigado. Eu lhe digo: se existisse justiça no Brasil, casos como estes de desvios, suspeitas, enriquecimentos ilícitos e outras coisitas mais, deveria ser caso de cadeia e devolução do dinheiro público, que como sabemos, uma vez que se desvia o dinheiro público, está sendo desviado o que meu e teu. Mas a ignorância, alienação e a falta da capacidade de agir como um cidadão livre faz com que em pleno século XXI, que muitos dizem ser o século do progresso, continue sendo para muitos, o século das amarras da liberdade de expressão, onde muitos se sentem obrigados a repetirem sem cessar: deixa-nos aqui. Não queremos mudar.
Para ter uma compreensão do que estou dizendo, leiam o MITO DA CAVERNA DE PLATÃO. Que fala de homens que viviam numa caverna sem nunca terem saído de lá. Não tinham contato com o mundo externo, não sentia a luz do sol... Estes homens da caverna somos todos nós enquanto não mudamos nossa maneira de pensar e agir no mundo. O mundo exterior é nada mais nada menos que o conhecimento, liberdade da alma, a postura de pessoas que lutam para libertar-se das amarras da ignorância. É preciso se liberar, mas alguns preferem agir como agiram os homens daquela caverna. Quando um deles conseguiu quebrar as correntes analisar toda aquela situação, viu que tudo o que ele tinha vivido até então era tudo ilusão. Voltando a caverna e tentando convencer os seus companheiros do mundo novo que havia lá fora, foi torturado pelos seus companheiros, pois diziam que ele estava louco e que eles eles é que estavam certos. É assim que acontece ainda hoje com muitas pessoas da sociedade atual. Platão escreveu o mito da caverna há mais de 2 mil anos atrás, mas como podemos constatar, continua vivo nos dias atuais.
Vivemos numa sociedade onde falta a capacidade de pensar por si só. Muito preferem ser marionetes nas mãos de seus algozes. Estes riem dos tolos; eles estão acostumados a dar migalhas e povo receber e ficarem satisfeitos, enquanto que eles se banqueteiam do melhor que a corrupção pode lhes dar.
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