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Depois das lidas diárias, dos encontros, das devoções, das festas, das farras... Todos dizem que enfrentam a solidão. Essa solidão é busca pelo eu, por repostas que lhe dê sentido a própria existência. É conhecida por outros como a noite escura. Esta noite pode também ser considerada como a noite do silêncio que se dá somente internamente, porque o interior grita por socorro, por algo que lhe responda os anseios mais profundos do ser.
Confesso que em muitas vezes me sinto exatamente assim. É uma sensação de vazio que não se preenche com nada a não ser com o próprio silêncio. É o momento das perguntas que não são respondidas de maneira simples. É preciso mergulhar no abismo de nós mesmos e tentar descobrir a imensidão de nossos sentimentos. Sentimentos esses trabalham em cada ser de dia e de noite. São os conflitos gerados durante toda a nossa vida.
É esse silêncio que vai determinar nosso êxito diante dos conflitos e nos mostrar o que somos, o que fazemos e de como aprendemos a lidar com essa situação. Dai a necessidade da leitura e da reflexão para podermos entender as veredas pelo qual a vida nos leva. Estar atentos aos emaranhados de telhas que foram se formando em cada situação vivenciada é importante para tirarmos proveitos positivos diante desses momentos.
Todos temos conflitos, mesmos os mais celebres psicólogos, religiosos, etc. O mundo nos põe em contato com os problemas, com as duras realidades, com as incertezas... Muitas vezes não estamos preparados para o que se apresenta diante de nós. As vezes vem a decepção, as frustrações, as perdas, as doenças, as derrotas, a insegurança, a violência... Realidades como essas nos levam ao teste de coragem, de fé, de equilíbrio e, claro, nem sempre correspondemos a altura o que precisamos de fato fazer para que saiamos como herói. Portanto, é necessário o treino para essa guerra que enfrentamos no mais íntimo de nós. Ninguém entende ou sabe de fato o que acontece no interior do outro. Pode até se ter uma ideia do que os outros possam estar passando mas no fundo essa guerra é individual e muitas vezes é preciso um autocontrole para permanecer no equilíbrio, o que nem sempre é possível. Haja vista as pessoas que caem nas drogas, na bebida, no isolamento total e chegando, em alguns casos a querer ou tirar a própria vida.
Para os cristãos a oração e uma oportunidade de tetar sair dessa situação. Por meio da oração, do encontro com outras pessoas de fé, de um conselho espiritual, exercícios de fé, entre outros que os ajude a encontrar-se consigo e com seu criador. Encontrar-se com o criador é, de certa forma, tentar entender a si próprio a partir daquele que o criou.
Há milhares de outras formas de encontra-se consigo. A verdade é que em algum momento todos nós estamos obsoletos no tempo e no espaço vagando por dentro da imensidão de nosso ser.
Santa complexidade. É isso que o ser humano é. Nada lhe basta, tudo causa espanto, e ai daqueles que não mais se espanta com nada. O espanto, como dizia o filósofo Sócrates, é começo de filosofia. Espantar-se com o desconhecido é estar sempre olhando o mundo de maneira nova e inquietante.
Não obstante, porém, o homem moderno tem perdido essa capacidade de espantar-se. Está tão bitolado no corre-corre da vida que acabada não percebendo essa necessidade do encontro consigo mesmo que quando percebe o acúmulo de sentimentos já estar muito grande. É por isso que muitos tem dificuldade de encontrar-se naturalmente consigo.
A reflexão é o caminho mais adequado para se analisar de quem de fato somos.
Um comentário:
Lindo texto. parabéns. Solange Silva.
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