O ANÃO DE 1,90m

Crônica


Quanso o Filipim, um anão de 50 centímetros morreu,
sua irmã mais alta, a Umbilina, foi tratar do velório.
A Elzenir, terceira mulher do anão, entre lágrimas, se manifestou:
-Só era pequeno, mas vai deixar saudade!
Nesse momento, a Umbilina chegou com papa defunto, que logo falou:
-Aqui só vai se for no caixão padrão!
-E como é esse tal de caixão padrão?
- Um metro e noventa, senhora?
-Quer dizer que a minha criança vai esticar os couro?
-É que ninguém faz caixão pra anão!
-Então bote ele num caixão de anjim!
-Num pode, o finado aí já passou dos cinquenta!
Entraram em acordo. O Filipim ia ser colocado num caixão padrão de 1,90m.
A vizinhança comentava:
-Mulher, tu sabia que o finado anão virou grandão quando morreu?
-Neguinha, isso é o fim do mundo!
-Né não, a gente estica os couro quando morre!
Na hora do enterro flagraram a Do Carmo mexendo nas parte íntimas
do anão e chorando.
-Vai, Filipim, eu vou ficar!
Houve discussão. E muita pancadaria.
O caixão do anão foi parar no meio da rua.
Aos cuidados da Do Carmo.


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