segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Entenda o porquê da tabela do Governo causar grande prejuízo aos professores e à educação cearense:

  1. Aplica o valor do piso de R$ 1.187,97 e não R$ 1.597,87, que é o piso legal, defendido pelo Sindicato-APEOC/CNTE;
  2. A Parcela Nominalmente Identificável é incorporada;
  3. O valor da atual gratificação de regência de classe é também incorporado, sendo criada nova regência de classe com valor fixo de R$ 181,82 (graduado), pois é vinculada ao vencimento base 01, e não sobre o vencimento atual do professor;
  4. Modifica toda a estrutura de carreira. Na verdade, o professor especialista vai ganhar apenas R$ 90,91 a mais que o graduado, em razão das gratificações incidirem sempre sobre o vencimento base da referência 01 da tabela;
  5. O interstício das referências salariais da carreira (referências 1 a 14) é variável. Embora da referência 01 para 02 seja de 10%, esse valor vai diminuindo até chegar a 4,5% ao final da tabela. Ocorre que as progressões passam a ser de dois em dois anos e não anualmente como é hoje. Considerando que a média dos interstícios seja de 6%, na prática houve redução do interstício para aproximadamente 3%;
  6. A incidência das gratificações de regência de classe, de especialização, mestrado e doutorado não é sobre a referência salarial em que e o professor se encontra, e sim sobre a ref. 01, ou seja, é valor fixo vinculado ao Vencimento Base da Referência 01. Essa foi uma forma encontrada pelo Governo para “camuflar” a redução de nossas gratificações. Pela forma proposta não há incentivo para o professor cursar pós graduação. A tabela promove duro golpe na formação continuada do professor;
  7. Mesmo para o professor graduado, em início de carreira (ref. 13), que na proposta a remuneração sairá de R$ 1.461,51 para R$ 2.000,00, o acréscimo será 36,89% e não 45%, como afirmou o Governo. PORTANTO, a proposta é péssima, pois não garante uma carreira digna a esses profissionais. Na tabela proposta pelo Governo, quando concluir o estágio probatório esses profissionais terão ganho irrisório de R$ 90,91 pela especialização; de R$ 181,82 pelo mestrado; e, se fizer doutorado, de R$ 272,73. Lembrando que, pela tabela vigente, o ganho remuneratório é de 47% para o professor que for promovido da graduação para a especialização, com possibilidade de evoluir por progressão até a referência 24, considerando que, de uma referência para outra, o ganho é de 5%; o ganho seria de mais 15,7%;
  8. última referência da tabela, ou seja, se o professor conseguir chegar ao final da carreira, durante toda sua vida irá perceber R$ 4.363,63, que é abaixo de muitos salários iniciais de outras carreiras de servidores graduados.
  9. Na tabela proposta, as referências salariais dos especialistas, mestres e doutores não figuram na tabela, como é hoje, pois só há a classe do professor de nível médio e de nível superior. O especialista, mestre e doutor receberão as gratificações, porém enquadrados na classe do professor de nível superior;
  10. Propõe que as progressões (avançar para referência seguinte) sejam de 02 em 02 anos (hoje é anualmente) e com avaliação de desempenho;
  11. Já identificamos alguns casos em que a proposta do governo significará a diminuição do valor percebido pelo professor. Expliquemos: alguns professores que tem vantagens acumuladas ao longo da carreira, mesmo com o reajuste irrisório, sairão do teto do recebimento do benefício alimentação; é dizer, na hipótese terão pequeno reajuste, por exemplo, de R$ 20,00 e deixarão de receber o beneficio alimentação, que corresponde a aproximadamente R$ 220,00;
  12. A tabela é esdrúxula, pois um professor somente com graduação na referência 02 perceberá remuneração maior que professor graduado e especialista da referência 01.
É fato que a proposta do Governo exclui de ganho remuneratório mais de 80% dos professores do quadro efetivo, mas o mais grave é a destruição da carreira do magistério, prejudicando, desse modo, TODOS os professores, atentando com isso contra a qualidade do ensino público estadual.
Diante do exposto e da ameaça do Governador de enviar a mensagem como está à Assembléia Legislativa,  não resta alternativa à categoria a não ser a deflagração da Greve Geral Interior e Capital.
APEOC

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