Monique, uma jovem de 15 anos, estava namorando Alex, da mesma idade dela. Certa dia, namoravam pelo celular e a conversa esquentou e ele lhe fez um pedido inusitado: que ela tirasse uma foto ou fizesse um vídeo ali mesmo, nua, com poses sensuais e enviasse a gravação para ele via telefone móvel, tipo SMS. No início, a adolescente rejeitou a proposta, mas o jovem insistiu e afirmou que estava com saudade e que a foto ficaria só com ele. Como ela estava apaixonada por ele, cedeu aos seus apelos, e na intimidade do seu quarto, fez um miniensaio erótico e o enviou pelo celular.
Com o que Monique – no fervor e na inocência dos seus 15 anos – não contava é que, em apenas um mês, Alex terminaria com ela, e o pior: que o seu “ensaio sensual”, feito ali no seu quarto, estaria girando em todos os celulares e redes sociais na internet. Desesperada, a jovem só viu uma saída para fugir da vergonha e da gozação da galera na escola: conseguiu um grande número de comprimidos e, no mesmo quarto em que fez as imagens, cometeu suicídio.
Os nomes são fictícios, mas a história é real. Aconteceu com uma jovem nos Estados Unidos depois de ter tido suas imagens sensuais expostas na rede mundial de computadores. O que esses dois jovens praticaram está se tornando uma febre entre os jovens, o chamado “sexting”.
O nome deriva da junção de dois radicais oriundos da palavras “sex” (sexo) e “ting” (sufixo de “texting” = texto), o que origina o nome dessa prática: “sexo por mensagens”. Isso mesmo, o jovem tira uma foto erótica de alguma parte do corpo – como órgãos genitais, seios ou faz poses mais sensuais – e a envia para alguns contatos via telefone móvel. Logo, a imagem começa a circular numa velocidade incontrolável pela web.
Atrás dessa exposição estão escondidos perigos incalculáveis e incontroláveis que, a curto prazo, destroem a vida de uma pessoa psicologica e socialmente. Um adulto, por exemplo, que adere a esse tipo de relacionamento, além de cometer um crime, pode ter sua carreira profissional abalada, já que hoje empresas de recrutamento usam cada vez mais a internet para ver o perfil de seus colaboradores. Recentemente, entre os adultos, isso aconteceu com um deputado americano, o democrata Anthony Weiner, que enviou uma foto sua usando apenas uma cueca na rede de microblogs Twitter, fato que o fez renuniar ao mandato.
Com os jovens o perigo é ainda maior, pois os danos psicológicos podem durar uma vida inteira, e em alguns casos até acabar em suicídio, como foi o caso da jovem citada acima.
Em 2009, uma pesquisa realizada nos EUA constatou que 20% dos adolescentes americanos diziam ter enviado ou recebido fotos eróticas pelo celular, e 39% alegaram ter recebido ou enviado mensagens sexualmente sugestivas. No Brasil, a ONG Safernet informou que cerca de 11% dos estudantes brasileiros entre 5 e 18 anos já praticaram o “sexting”, compartilhamento de imagens íntimas ou sensuais em ambientes virtuais. Mas com a explosão dos dispositivos móveis, como os smartfones, este número já deve ter aumentado muito.
O “sexting” é a prova de que a combinação tecnologia + explosão de hormônios pode ser = a má reputação digital e, é claro, ao deboche social.
Ninguém quer ficar malfalado por aí, mas existem pessoas que procuram; como diz um dito popular – bem básico: “Quem procura… acha”.
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