sábado, 18 de fevereiro de 2012

Porque nos deixamos monopolizar?




                   Monopólio 
  
Sócrates é um dos maiores filósofos de todos os tempos e conhecido em todo mundo por sua filosofia. Segundo o que se conta na história, Sócrates era de aparência um pouco fora dos padrões gregos que eram de corpos atléticos.

A Grécia, como a maioria das sociedades antigas, era governada por chefes ditadores, que governavam o povo com mão de ferro, tendo seu povo como escravo e justificando tal tipo de governo a determinação dos deuses.  Deste modo, para manter este governo centralizado, era necessário o controle das pessoas pela força e pelas ideologias implantadas na mente das pessoas para que acreditassem que tal sistema era o destino de todos, onde uns haviam nascido pra viverem em meio ao luxo e poder, enquanto outros estavam destinados a pobreza, ao castigo e a submissão. Quando isso não era possível pela força de uma ideologia, usava-se da força bruta, no caso o uso da espada e a tortura.

Sócrates apareceu em meio a esta realidade. Este, por sua vez, passou atuar em meio a esta sociedade acostumada a viver sobre as ameaças dos deuses, que durante séculos, vinha sendo implantadas na mentes dos gregos. O filósofo começa a discursar na Praça de Atenas, conhecida como Ágora. Em seus discursos tinha como ouvintes jovens, que atentos ficavam admirados. Sócrates despertava nos ouvintes a curiosidade de entender as razões para viverem da forma que viviam. Sócrates levava esses ouvintes a desafiar seus deuses. Como para os gregos tudo que ocorria era culpa dos deuses, então eles tinham receio de se revoltarem contra aqueles deuses, pois poderiam ser castigados. Mas sendo instigados por Sócrates ousaram desconfiar das ordens dos lideres religiosos e dos governantes e passaram a pensar sobre tudo o que Sócrates dizia. Sócrates dizia que tudo era uma questão de visão, de como eles viam as coisas ao seu redor e aceitavam como era e pronto, sem fazerem nenhuma reflexão.

Não demorou muito para que os discursos de Sócrates passasse a incomodar os chefes e governantes. Desde então, era chamado de subversivo e, portanto, visto como ameaça. Por este motivo foi condenado e morto por envenenamento.

Quem pensa e leva outros a pensar e a usarem a razão, sempre é visto como inimigo por aqueles que querem impedir as pessoas de serem livres, pois quando um indivíduo passa a usar  sua força de vontade ele não permite que os outros o manipulem.

Os poderosos sempre quiseram impedir as pessoas do povo simples, as massas tivessem acesso ao conhecimento, pois estes poderiam tornar-se uma ameaça aos seus privilégios. Os dominadores preferiam mantê-los mergulhados num mar de mentiras e crenças que justificassem sua vida de privilégios em detrimento de uma multidão que morria de fome e de doenças causadas pelo sistema de escravidão.

O homem quando tem a possibilidade de conhecer e a usar a razão, é como se ele despertasse de um sono, é como se abrisse os olhos a tanto fechado pela obscuridade da falta de conhecimento. O medo que os poderosos têm é porque quando o povo tem conhecimento eles são capazes de fazer uma revolução e enfrentar os poderes constituídos. Quando o povo passa a ser dono de sua razão e tem certeza de que outros estão zombando deles ai eles não deixam barato e tentam resolver. Muitas revoluções sangrentas foram necessárias para que as monarquias caíssem por terra e que os privilégios caíssem por terra ou pelo menos diminuíssem, embora, também muitos tenham pagado com a própria vida.  

Entretanto, não sejamos tontos. Apesar de todas estas conquistas e de nos proclamarmos livres, não somos tão livres assim. Ainda hoje quando alguém ousa expor os imperadores de hoje, os corruptos, a cambada de gente que tenta manter-se usufruindo dos bens do povo e  são denunciados e criticados, revoltam-se e tentam aniquilar aquele que tenta derrubar este sistema maldito, o criticador passa a ser visto como perigo. Isso que significa dizer que a luta não termina, devemos continuar lutar por aquilo que queremos.

Para tanto o conhecimento se faz necessário. É uma ferramenta para que não sejamos tidos como fantoches e nem sejamos os maria vai com as outras, mas nos torna determinados para corrermos atrás de nosso sonhos e objetivos. 
    
O homem livre torna-se responsável pelos seus atos. 

Artigo escrito pelo Professor Valdeni Cruz        

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