Vinicius Gorczeski
Do Diário do Grande ABC
A arrecadação líquida da Previdência Social em janeiro
superou as expectativas e atingiu R$ 19,6 bilhões. Isso significa que a receita
foi 8,4% maior em relação a janeiro de 2011. A diferença é de R$ 1,5 bilhão na
comparação. Com despesas do ministério de R$ 22,6 bilhões – aumento de 6,3%
entre janeiro de 2010 e 2011, resultando em R$ 1,3 bilhão a mais – o deficit
atingiu a marca de R$ 3 bilhões em 30 dias.
Porém, o resultado significa recuo de 5,8% ante o saldo
negativo de janeiro do ano passado.
No acumulado de 12 meses, foi registrada arrecadação líquida
de R$ 254 bilhões. A despesa com benefícios somou R$ 290,5 bilhões, gerando
rombo de R$ 36,5 bilhões a serem financiados pela Pasta.
Segundo o ministério, a melhora nas contas da seguridade é
resultado do crescimento do mercado de trabalho formal.
O ministro Garibaldi Alves Filho acrescentou que o balanço é
sustentado por mais dois fatores: crescimento econômico acima da média
internacional e redução da sonegação.
Considerando a previdência urbana – que normalmente registra
superavit no fechamento das contas, tanto mensais quanto anuais – o saldo entre
receitas e despesas no País atingiu R$ 1,8 bilhão.
Se comparado a janeiro de 2011, o crescimento no valor urbano
foi de 60,5%.
Desde 2001 não havia sido marcado montante dessa magnitude,
informou a Pasta. A arrecadação líquida foi de R$ 19,2 bilhões, com R$ 17,4
bilhões em pagamentos. O resultado também considera concessões via sentenças
judiciais e a Comprev (Compensação Previdenciária) entre o INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) e os RGPSs (Regimes Próprios de Previdência Social)
dos Estados e municípios.
Em um ano, o setor urbano acumulou saldo de R$ 21,6 bilhões –
arrecadou R$ 248,5 bilhões versus gastos de R$ 226,9 bilhões.
Por sua vez, a previdência rural – vilã das contas e geradora
de saldos negativos há anos – arrecadou R$ 387,1 milhões, recuo de 2% na
comparação anual (de R$ 395,2 milhões).
Por outro lado, as despesas comprometeram a área rural em R$
5,2 bilhões – o que gerou deficit de R$ 4,8 bilhões em janeiro (saldo negativo
11,2% maior na comparação com janeiro de 2011, quando as despesas totais
somaram R$ 4,7 bilhões).
No acumulado de 12 meses, a previdência rural arrecadou R$
5,5 bilhões, mas pagou R$ 63,6 bilhões – mais de 11 vezes o montante arrecadado
pela área.
Ainda que o resultado tenha ficado no vermelho, acabou por
superar as expectativas da Pasta, que esperava deficit maior em função do
reajuste de 14,13% no salário-mínimo, que ampliou o saldo negativo da
previdência rural, cuja quase totalidade de beneficiários é atrelada ao piso.
“O aumento no superavit urbano compensou esse maior deficit do rural”, avaliou
o secretário de políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim.
BENEFÍCIOS - Em janeiro a Previdência pagou 29,071 milhões de
benefícios, sendo 25,189 milhões previdenciários e acidentários e, os demais,
assistenciais. Houve elevação de 3,2% em relação a janeiro de 2011. As
aposentadorias somaram 16,343 milhões de benefícios. E 67% desses benefícios se
pautam no piso (o que representa 19,6 milhões de pessoas).
As sete cidades computaram em janeiro 464 mil beneficiários
do INSS.
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