Isabela Vilar
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse em entrevista nesta segunda-feira (19) que a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) não resolveria os problemas de corrupção na área da saúde. A declaração se seguiu ao início de uma movimentação da oposição para colher assinaturas para a criação da CPI. No domingo (18), reportagem do programa Fantástico mostrou como empresas agem para fraudar licitações, no Rio de Janeiro.
– Não seria uma CPI que iria modificar essa situação. Já houve, no passado, CPIs sobre esse tema. O que nós precisamos, efetivamente, é punir de forma exemplar aqueles que foram pegos praticando malfeitos – disse Eduardo Braga.
Após as denúncias, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, defendeu, em Plenário, a criação de uma comissão mista para investigar os desvios. O senador já tentou criar uma CPI da saúde em outras ocasiões, mas não obteve o número mínimo de assinaturas, que é de 27 no Senado. Na Câmara, o PSOL promete começar a coleta de assinaturas nesta terça-feira.
Para Eduardo Braga, os envolvidos precisam ser investigados e punidos, já que a impunidade alimenta os desvios. O líder garantiu que o combate à corrupção é um compromisso do governo da presidente Dilma Roussef.
– É sempre muito importante que as instituições de fiscalização, de controle, de comando do governo possam estar atentas com relação aos malfeitos, e a presidenta Dilma tem dado uma demonstração inequívoca de que não tem compromisso com malfeito.
Relações institucionais
Na mesma entrevista, o senador fez elogios à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que tem sido alvo de críticas de parte da base aliada. Segundo a imprensa, ela é acusada de ser arrogante e de não ter habilidade para fazer a ponte entre a presidente da República e os parlamentares.
Para Eduardo Braga, Ideli ocupa uma função difícil, mas já obteve várias vitórias na interlocução com o Congresso. Como exemplo, citou a regulamentação da Emenda 29 e a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), ambas em 2011.
– A ministra Ideli é muito esforçada. Foi senadora, conhece a casa, conhece como funciona o Senado e tem uma boa interlocução com seus pares. Mas é uma função espinhosa a de fazer a interlocução institucional com o parlamento.
Agência Senado
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