segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Como o cidadão comum pode participar do processo político?



Da Redação
Luciane Marins


CNBB
Lançamento da campanha 'Voto Consciente' no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF)
Falta menos de um mês para as eleições municipais, dia 7 de outubro, assunto que hoje em dia, muita gente encara com descrédito. Mas não deve ser assim, defende Pedro Gontijo, Secretário Executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Organismo vinculado à CNBB, para ele, as mudanças são possíveis.

“A primeira coisa que a gente precisa para conseguir modificações na sociedade é acreditar que é possível, quando a gente acredita a gente investe, quando a gente não acredita a gente fica parado.”

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O secretário explica que o engajamento de cada cidadão no processo político e a mobilização da sociedade são fundamentais. Ele recorda frutos como a aprovação da Lei 9840, a Lei da Ficha Limpa e a Lei de Transparência. “Algo que há 10 anos parecia impossível, hoje é realidade.”

Para Gontijo, a eleição é apenas o momento de escolher os representantes, e o trabalho do eleitor não para por aí, é preciso acompanhar o trabalho do candidato eleito. “ A pessoa não fica representante se as pessoas as quais ela representa não se manifestam ... é fundamental ter um acompanhamento depois.”

Participação em Conselhos Institucionais, em Comitês de acompanhamento do orçamento municipal, ou em iniciativas e projetos como “adotar” um vereador, no sentido de acompanhar seu trabalho, são meios sugeridos por ele. “Às vezes escutamos as pessoas reclamarem que o vereador está longe das pessoas, mas também do nosso lado, da sociedade, fazemos isso, comparecemos na hora do voto, e depois a gente some, não nos envolvemos.”

Além dessa medida, outra orientação é acompanhar as notícias sob diferentes fontes, de maneira a estar inteirado sobre o que acontece no bairro, na cidade, no estado e no país, o secretário defende que este é um ponto importante inclusive para a evangelização. “ Para cumprirmos nossa missão evangelizadora temos que estar em sintonia com o que está acontecendo no mundo, temos que estar inseridos neste mundo, porque o trabalho de evangelização tem que ir até a transformação das estruturas sociais.”

Gontijo destaca que os cristãos não podem esquecer o que os bispos do mundo inteiro reunidos no Concílio Vaticano II, disseram na Constituição Pastoral Gaudium et Spes (Sobre a Igreja no mundo atual). “ As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração.”

“O cristão deve ser solidário com as situações em que a vida mais está sendo ameaçada, então devemos ser pessoas que se informam e que participam”, explica o secretário. Pastorais e cristãos, de modo geral, que se envolvem, têm condições de fazer muito pela própria cidade e pelo bem comum. Ele chama a atenção por exemplo para a Pastoral da Criança, que contribuiu para diminuir a mortalidade infantil no país.

Uma orientação fundamental deixada por Gontijo, todos podem fazer: “ Não venda seu voto por nada, voto tem consequência.”

Campanha Voto Consciente

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou no dia 06 de setembro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF), a campanha “Voto Consciente”. Produzida em parceria com o Núcleo de Estudos Sociopolíticos (NESP) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), a campanha Voto Consciente conta com vídeos, spots para rádios e texto com orientações para o voto consciente/cidadão e pelo voto limpo.

FONTE: CANÇÃO NOVA

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