sábado, 16 de julho de 2011

REALIDADE DO HOMEM NORDESTINO

Mais um sábado e mais um dia dia em que amanhece chovendo. Segundo a FUNCEME, esse fenômeno deve-se a La Niña, que resfria as águas do oceano e provocam essas frentes chuvosas. Seja qual for o fenômeno as chuvas são bem-vindas. Embora, provoquem transtornos a saúde das crianças, em especial, pela variação do clima.
A verdade é que já estamos no segundo semestre e que por esse tempo já é verão serrado no Nordeste. Mas, como continua chovendo, sejamos gratos. Quem convive com tanto sol não pode se queixar de uns dias mais de chuva.
Os nordestinos estão felizes, pois esse foi um ano de boa colheita. Quem não teve preguiça de plantar viu suas terras produzirem os frutos de tradição: feijão, milho, jerimum, entre outras coisas. Como sabemos, o homem do campo sofre muito ainda hoje quando o inverno não os favorece uma boa colheita. Sabe ele que naquele ano será mais difícil sua vida no seu pedaço de chão. Hoje já é amenas a situação, visto que o governo distribui as bolsas. Porém, não precisa ser especialista pra perceber que a realidade do homem do campo ainda é dura.
Eu sempre vou aos distritos e comunidades e encontro pelas estradas e veredas desse sertão de meu Deus, homens, mulheres e crianças com aquele rosto surrado pelo sol, bem como suas vestimentas estragadas pelo tempo e seu aspecto esquio que demonstra a pouca fartura de comida. Analisando interiormente essas circunstâncias, chego a conclusão de que ainda estamos distante de uma país de todos. Na realidade  estamos cercados de uma pobreza muito grande. Milhares de pessoas no nosso sertão seco ainda não tem água potável, moradia decente e nem comida suficiente na mesa. Isso é uma vergonha para um país que é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. 
Fico intrigado com tantas propagandas dos governos que tentam mostrar uma realidade que não condiz com a verdade. Quase sempre o governo tenta passar para as próprias pessoas que sofrem o problema de que a coisa está muito boa. Isso porque quase todas as casas hoje tem uma TV e  uma parabólica. Quando na realidade a casa é o contraste. Mas esse de fato é o país dos contrates desde o início.
Esse assunto que estou escrevendo vai surgindo espontaneamente. Pois eu mesmo já estive até os 15 anos dentro dessas condições da qual estou falando e tenho certeza que maioria dos brasileiros já viveram ou vivem situações parecidas. 
Falo aqui da realidade e da experiência e não porque ouvi alguém contando a história. Eu passei por isso que estou escrevendo agora. Trabalhei sol a sol; tive todas essas dificuldade que mencionei antes e continuo convivendo com pessoas que ainda hoje vivenciam as mesmas pelejas pela sobrevivência. Com a chegada das chuvas, alegra-se porque há uma esperança. Se as chuvas não dão o resultado esperado, o homem do campo sabe que as dificuldades aumentarão e terão que contar com a boa vontade dos carrascos da política e da esmola de novo. 
Outra realidade do homem do campo é a falta de conhecimento, ou seja, fica sujeito a esperteza dos charlatões politiqueiros que estão poa ali, sempre na espreita esperando a hora de pegar a pobre presa que lhes permitirá continuar se utilizando desse pobre e desvalido que não tem a condição de discernir as intenções maléficas do político assassino de sonhos. Levados pelo engano das promessas esse homem simples de marcas no corpo e na mente deixadas pelo tempo, vai mais uma vez jogando suas esperanças de dias melhores nas mãos de pessoas completamente desprovidas de sentimento e de mudanças eficazes para a vida dessas pessoas que por culpa da própria realidade brasileira se valem dos paliativos oferecidos pelos pelos futuros usurpadores da consciência de um povo simples que se deixaram levar mais uma vez por ilusões.
Triste realidade que tenho que escrever aqui. Entretanto, essa a realidade para milhões de brasileiros, sejam eles dos campos ou das grandes favelas nas cidades de grandes desenvolvimentos tecnológicos.
De nada adianta dizer que o Brasil é o país do futuro se esse futuro está destinada para enriquecer os que já são ricos. De nada adianta se continua sendo o país dos corruptos e ao mesmo da impunidade para aqueles que ao longo da história tem destruído os sonhos de milhares de brasileiros. Esse Brasil não nos interessa. O Brasil que queremos de fato é o Brasil de oportunidades, onde aqueles que queiram possam de fato encontrar as portas abertas e entrar sem serem expulsos por não serem da elite. É esse Brasil que precisa ser construído. E esse país só será construído por homens e mulheres que cansados de verem a vergonha implantada em todo o território brasileiro, lutarem com todas as forças para destruírem essas fortalezes construídas sob o sangue e sob a ignorância daqueles que não tiveram a condição de enfrentá-los. 
O Brasil precisa se levantar da queda, da desmoralização, do desrespeito. Porém, isso não acontecerá se você e eu não tomar posição firme diante dessa realidade existente.
Saiba, o Brasil espera por você.

Artigo do PROFESSOR VALDENI CRUZ    
 

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