sábado, 19 de maio de 2012

Carlos Cachoeira pretendia nomear Demóstenes para o Supremo Tribunal Federal


Petistas sugerem que caso Cachoeira conduza à reforma política



PORTO ALEGRE - O diretório nacional do PT pediu 'apuração ampla' de todas as denúncias relatadas nas operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal durante as investigações da CPMI do Cachoeira do Congresso Nacional, em resolução emitida ao final de uma reunião ordinária em Porto Alegre, nesta sexta-feira, 18.
No documento, os dirigentes partidários afirmam que 'a CPMI poderá elucidar a infiltração do crime organizado e da corrupção na alta política nacional, como foi a tentativa denunciada em escutas oficiais de que o meliante Carlos Cachoeira pretendia fazer nomear o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) para o Supremo Tribunal Federal' e consideram que 'tal fato não encontra paralelo na história do Brasil: um assecla da organização criminosa ser guindado à mais alta corte do País'.
Na sequência, o texto afirma que 'é fundamental mobilizarmos a sociedade em defesa de uma ampla apuração de todas as denúncias relatadas nas operações da Polícia Federal, bem como de todas as ramificações da organização criminosa, doa a quem doer, pois ninguém, na área pública ou privada, pode situar-se acima da lei'. Também faz referência aos meios de comunicação. 'Entre as denúncias que precisam ser apuradas a partir de elementos probatórios em mãos da CPMI estão as relações entre o crime organizado e alguns órgãos de imprensa. O que está em jogo é a apuração de fatos criminosos, não os ataques à liberdade de expressão, como tentam confundir setores da mídia conservadora. Quanto aos meios de comunicação, reafirmamos a resolução aprovada no 4º Congresso do PT: Para nós, é questão de princípio repudiar, repelir e barrar qualquer tentativa de censura ou restrição à liberdade de imprensa'.
A resolução reitera, ainda, que 'os fatos revelados reforçam a urgência de reformas de fundo no sistema político e nas instituições nacionais, especialmente o financiamento público das campanhas eleitorais, com mais fiscalização e transparência em todas as esferas da política'.
Nas entrevistas, os dirigentes petistas evitaram comentar a mensagem que o deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) enviou na quinta-feira ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), na qual teria dado a entender que o destinatário não seria convocado a depor na CPMI. 'Achamos perfeitamente razoáveis as explicações dele (Vaccarezza) e reafirmamos que não há nenhum interesse de deputados e senadores do PT em fazer qualquer tipo de blindagem', afirmou o presidente do partido, Rui Falcão, referindo-se às justificativas apresentadas pelo parlamentar de que o governador não está entre os investigados e, por isso, não precisa ser ouvido. 'A CPMI pode trazer resultados importantes, como enfatizar a necessidade de financiamento público das campanhas eleitorais', reiterou Falcão.
O presidente da Câmara Federal, Marco Maia (PT), disse que Vaccarezza 'é livre para conversar e tratar com quem bem entender; isso não altera o trabalho da CPMI', mas propôs que se dê ao deputado federal a oportunidade de explicar em que circunstâncias ele se comunicava com Cabral. Também ressaltou que 'todos aqueles que de alguma forma tiveram contatos com Cachoeira deverão ser ouvidos'.

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