sábado, 19 de maio de 2012

G8 defende permanência da Grécia na zona do euro


Em um comunicado, chefes de Estado também se comprometeram a promover o crescimento ao lado da responsabilidade fiscal

BBC Brasil  - Atualizada às 

Os líderes do G8 (grupo que reúne as sete economias mais industrializadas do mundo mais a Rússia) disseram neste sábado que querem que a Grécia permaneça na zona do euro, apesar das dívidas.
Em um comunicado da cúpula, que acontece em Camp David, nos Estados Unidos, os chefes de Estado também se comprometeram a promover o crescimento ao lado da responsabilidade fiscal.
No entanto, eles disseram que "as medidas corretas (para atingir estes objetivo) não são as mesmas para cada um de nós".

Foto: APLíderes do G8 estão divididos sobre se continuam a implantar medidas de austeridade ou se apoiam planos de estímulo nos países mais atingidos pela crise na União Europeia

A possibilidade da saída da Grécia da zona do euro foi um dos principais tema da agenda da reunião do G8, após as recentes eleições inconclusivas no país.
Os líderes da França, da Alemanha, dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, da Itália, do Japão, do Canadá e da Rússia também discutirão neste sábado assuntos como a crise de alimentos, a energia e o clima, as parcerias com os países do norte da África e do Oriente Médio e a guerra no Afeganistão.
Austeridade x crescimento 
"Nós concordamos sobre a importância de uma zona do euro forte e coesa para a recuperação e a estabilidade global, e afirmamos nosso interesse de que a Grécia permaneça na zona do euro, respeitando seus compromissos", disse o comunicado.
O grupo disse ainda que recuperação econômica global estava mostrando sinais de progresso, mas que "importantes ventos contrários ainda persistem".
Os líderes do G8 estão divididos sobre se continuam a implantar medidas de austeridade ou se devem apoiar medidas de estímulo nos países mais atingidos pela crise.
A chanceler alemã Angela Merkel é defensora da austeridade, enquanto que o presidente recém-eleito da França, François Hollande, quer implantar políticas de maior crescimento, assim como o presidente americano Barack Obama.
O editor de América do Norte da BBC, Mark Mardell, diz que, apesar das divergências e ressalvas, a primeira linha do comunicado - que fala sobre promover crescimento e empregos - significa que Obama e Hollande venceram no primeiro dia de discussões.
No entanto, não está claro se Merkel concorda com a mensagem e está preparada para agir de acordo, segundo Mardell.
Diplomatas americanos dizem que Merkel terá uma reunião privada com Obama ainda neste sábado.
O primeiro-ministro italiano Mario Monti disse que outra reunião importante acontecerá em Roma em junho, quando ele receberá Hollande e Merkel.
Grécia por um fio 
Segundo correspondentes, a probabilidade de que a Grécia deixe a zona do euro ainda está crescendo.
O gabinete do primeiro-ministro interino da Grécia afirmou na última sexta-feira que Merkel sugeriu que o país faça um referendo sobre a permanência no bloco no dia as próximas eleições, mas o gabinete da chanceler negou a afirmação.
Os eleitores gregos irão às urnas novamente em 17 de junho, depois que as eleições anteriores não conseguiram produzir um governo de coalizão para o país.
Um governo interino, liderado por um juiz, foi estabelecido essa semana, até a próxima votação.
Investidores temem que a recusa de Atenas a impor cortes severos nos gastos governamentais - exigidos pelo plano de resgate financeiro europeu - resulte na saída do país do grupo das 17 nações que usam o euro.
Duas pesquisas de opinião divulgadas também nesse sábado mostraram que o partido de esquerda Syriza, que é contra as medidas de austeridade, tem o mesmo percentual de intenções de voto que o partido de centro-direita Nova Democracia, ambos com cerca de 25%.
Países como a Espanha e a Itália, que também lutam para diminuir o peso de suas dívidas, podem se tornar mais vulneráveis, dando origem a uma nova crise financeira global tão grave quanto a de 2008, segundo analistas.
Após o fim da reunião do G8 na noite deste sábado, a maior parte dos líderes irá para Chicago para se juntar a um grupo maior de oficiais internacionais para uma cúpula da Otan, que acontecerá durante o domingo e a segunda-feira.

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