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As sociedades modernas têm, como principal característica, a
diferenciação social. Isto significa que seus membros não apenas possuem
atributos diferenciados (idade, sexo, religião, estado civil, escolaridade,
renda, setor de atuação profissional, etc.), como também possuem ideias,
valores, interesses e aspirações diferentes e desempenham papéis diferentes no
decorrer da sua existência. Tudo isso faz com que a vida em sociedade seja
complexa e frequentemente envolva conflito: de opinião, de interesses, de valores,
etc. Entretanto, para que a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito
deve ser mantido dentro de limites administráveis. Para isto, existem apenas
dois meios: a coerção pura e simples e a política. O problema com o uso da
coerção( coagir, reprimir. Significa o poder legal que as autoridades têm em impor leis e obrigar ao seu cumprimento), é que, quanto mais é utilizada, mais reduzido se torna o seu impacto e
mais elevado se torna o seu custo.
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Resta, então, a política. Esta envolve coerção - principalmente como possibilidade - mas que não se limita a ela. Cabe indagar, então, o que é a política. Uma definição bastante simples é oferecida por Schmitter: política é a resolução pacífica de conflitos. Entretanto, este conceito é demasiado amplo, restringe pouco. É possível delimitar um pouco mais e estabelecer que a política consiste no conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos.
As políticas públicas (policies), por sua vez, são outputs, resultantes das atividades política (politics): compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de valores. Nesse sentido é necessário distinguir entre política pública e decisão política. Uma política pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. Já uma decisão política corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando - em maior ou menor grau - uma certa adequação entre os fins pretendidos e os meios disponíveis. Assim, embora uma política pública implique decisão política, nem toda decisão política chega a constituir uma política pública. Um exemplo encontra-se na emenda constitucional para reeleição presidencial. Trata-se de uma decisão, mas não de uma política pública. Já a privatização de estatais ou a reforma agrária são políticas públicas.
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