quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Luíza - Doidinha carrapeta



Imagem/Valdeni Cruz


 Quando me apresentei como pré-candidata à prefeitura de Pentecoste, conversei primeiro com 
a minha família. O meu marido entendeu a minha vontade e disposição de trabalhar pelo povo da minha terra. Mas achou melhor que eu fosse primeiro vereadora de Fortaleza, depois deputada estadual, para só então pleitear ser prefeita. Eu disse que não, disse que a minha cidade estava precisando de mim, e era agora. Como bom companheiro que é, ele me apoiou.
Depois fui buscar o apoio da família maior, minha mãe, irmãos, cunhados, primos... Muitos já nem queriam voltar a enfrentar uma disputa eleitoral de prefeito. Mas todos não só consentiram como se entusiasmaram com a possibilidade de Pentecoste ter uma gestão que a coloque no presente e que assegure aos seus filhos um futuro melhor. Aí foi a vez de conquistar o apoio de vereadores, de ouvir as lideranças políticas e os formadores de opinião.
A primeira conversa foi com esta vereadora exemplar, que é a Doutora Valéria. Combinamos em tudo: no jeito de fazer campanha respeitando as diferenças, no jeito de administrar enfrentando problemas, no jeito de olhar e falar com as pessoas com sinceridade e carinho. Perguntei-lhe: Valéria, você vai ser candidata? E ela, num gesto de grandeza, disse: Não Luiza, a candidata é você, e você é a minha candidata. Só se você for a vice, respondi. E a Valéria arrematou: Estou dentro!
Aquele aperto de mão, naquele instante, encheu-me de energia. E começamos ali mesmo a cumprir o compromisso que fizemos, de levar a nossa mensagem a cada canto deste Município. As primeiras visitas foram suficientes para fazer uma convenção com o Carneirão lotado. Quem imaginava, poucos meses atrás, que uma candidata pouco conhecida, de um partido pouco conhecido, plantaria no coração do pentecostense a esperança de uma vida nova e diferente...
Foi o resultado de muitas caminhadas, caro leitor. De muitas visitas, casa a casa, com aquela conversa olho no olho, com um sincero aperto de mão. Por causas de tantas caminhadas, fui chamada pelos adversários, primeiro, de doidinha. Aceitei, com resignação. Depois, quando o meu nome já estava bombando na preferência do eleitor, fui chamada de carrapeta, que roda, roda, e não sai do lugar. Aceitei também com humildade.
Pois bem: a estas pessoas que tentam me dar apelidos, sugiro que não percam tempo na campanha. Que elas também vão ao encontro do eleitor, que rodem este município para encontrá-lo onde ele estiver. Se forem verdadeiramente de olhos e ouvidos abertos, de braços e coração abertos, vão encontrar uma gente bonita, inteligente, trabalhadora, que há muito esperam seus direitos. Vão reencontrar, talvez, os votos que perderam enquanto me julgavam e faziam chacota de mim.  

Luiza43

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