Professor Valdeni Cruz
Formado em Pedagogia
Estudante de Teologia e História
EU E EU MESMO
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Há dias que é preciso
coragem pra enfrentar a si mesmo. Isso costuma acontecer quando você está
doente ou em conflitos interiores, ente outras coisas. Sentimentos estes que aparecem
em meio ao cansaço, as tristezas misturadas às dúvidas, as inquietações... Uma realidade
universal da qual ninguém está imune.
Depois das lidas
diárias, dos encontros, das devoções, das festas, das farras..., todos dizem
que enfrentam a solidão. Essa solidão é a busca pelo eu. Busca por repostas que
lhe dê sentido a própria existência. É conhecida por outros como a noite
escura. Esta noite pode também ser considerada como a noite do silêncio que se
dá somente internamente, porque o interior grita por socorro, por algo que lhe
responda os anseios mais profundos do ser.
Confesso que em muitas
vezes me sinto exatamente assim. É uma sensação de vazio que não se preenche
com nada a não ser com o próprio silêncio. É o momento das perguntas que não
são respondidas de maneira simples. É preciso mergulhar no abismo de nós mesmos
e tentar descobrir a imensidão de nossos sentimentos. Sentimentos esses trabalham
em cada ser de dia e de noite. São os conflitos gerados durante toda a nossa
vida.
É esse silêncio que vai
determinar nosso êxito diante dos conflitos e nos mostrar quem somos, o que
fazemos e de como aprendemos a lidar com a situação. Dai a necessidade da
leitura e da reflexão para podermos entender as veredas pelo qual a vida nos
leva. Estar atentos aos emaranhados de telhas que foram se formando em cada
situação vivenciada é importante para tirarmos proveitos positivos diante das
diversas circunstâncias que se apresentam constantemente.
Todos nós temos
conflitos. Mesmos os mais celebres psicólogos, religiosos em algum momento de
suas vidas foram surpreendidos por sentimentos contrários a si mesmos. O mundo
nos põe em contato com os problemas, com as duras realidades, com as
incertezas... Muitas vezes não estamos preparados para o que se apresenta
diante de nós. Às vezes vem às decepções, as frustrações, as perdas, as
doenças, as derrotas, a insegurança, a violência nos levam as salas escuras da
alma e do desconhecido. Realidades como estas nos levam ao teste de coragem, de
fé, de equilíbrio e, claro, nem sempre correspondemos à altura o que precisamos
de fato fazer para que saiamos vencedores. Portanto, é necessário o treino para
esta guerra que enfrentamos no mais íntimo de nós. Ninguém entende ou sabe de
fato o que acontece no interior do outro. Pode até se ter uma ideia do que os
outros possam estar passando, mas no fundo essa guerra é individual e muitas
vezes é preciso um autocontrole para permanecer no equilíbrio, o que nem sempre
é possível. Haja vista as pessoas que caem nas drogas, na bebida, no isolamento
total e chegando, em alguns casos a querer ou tirar a própria vida.
Para os cristãos a
oração e uma oportunidade de tentar sair dessa situação. Por meio da oração, do
encontro com outras pessoas de fé, de um conselho espiritual, exercícios de fé,
entre outros que os ajude a encontrar-se consigo e com seu criador. Encontrar-se
com o criador é, de certa forma, tentar entender a si próprio a partir daquele
que o criou.
Há milhares de outras
formas de encontra-se consigo. A verdade é que em algum momento todos nós
estamos obsoletos no tempo e no espaço vagando por dentro da imensidão de nosso
ser.
Santa complexidade. É
isso que o ser humano é. Nada lhes basta, tudo causa espanto e, ai daqueles que
não mais se espanta com nada. O espanto, como dizia o filósofo Sócrates, é o
começo da filosofia. Espantar-se com o desconhecido é estar sempre olhando o
mundo de maneira nova e inquietante.
Não obstante, porém, o
homem moderno tem perdido essa capacidade de espantar-se. Está tão bitolado no
corre-corre da vida que acabada não percebendo essa necessidade do encontro
consigo mesmo que quando percebe o acúmulo de sentimentos já estar muito
grande. É por isso que muitos têm dificuldade de encontrar-se naturalmente
consigo.
A reflexão é o caminho mais adequado para se
analisar quem de fato somos.
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