quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Funcionários dos Correios rejeitam acordo e greve segue



LUCIANA COBUCCI
Direto de Brasília
A maioria dos sindicatos de trabalhadores dos Correios rejeitaram, em assembleias promovidas nesta quarta-feira em todo o País, o acordo fechado ontem entre a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) e a direção da estatal, na audiência de conciliação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com a decisão, a greve da categoria, que dura 22 dias, prosseguirá e será julgada na segunda-feira pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos.
Dos 35 sindicatos estaduais de trabalhadores dos Correios, pelo menos 23 rejeitaram, em assembleias feitas hoje, a proposta de acordo fechada ontem em audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Para que a greve fosse encerrada amanhã, as condições acordadas entre a empresa e os trabalhadores deveriam ser aprovadas por pelo menos 18 sindicatos da categoria. Porém, as bases de Acre, Alagoas, Amazonas, Campinas (SP), Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São José do Rio Preto (SP), Santa Maria (RS), Santos (SP), Uberaba (MG) e do Vale do Paraíba rejeitaram acordo. Outras unidades estavam em assembleia e o resultado não havia sido divulgado.
Com a rejeição da proposta, acordada na tarde de ontem durante audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), o processo será decidido em julgamento de dissídio coletivo. O acordo proposto no TST fica invalidado.
O ponto de discordância entre os Correios e os grevistas era o desconto de seis dias não-trabalhados e o aumento real retroativo a agosto deste ano. A ECT havia aceitado devolver o valor relativo aos seis dias de salário e fazer o desconto em 12 parcelas a partir de janeiro do ano que vem. Em contrapartida, os representantes dos grevistas abririam mão de receber o abono de R$ 500 e aceitaram incorporar o ganho real de R$ 80 a partir de outubro em vez de retroativamente a agosto. Os dias parados restantes seriam compensados por jornadas aos sábados, domingos e feriados, sem desconto em folha de pagamento.
Cerca de 2 mil grevistas de todo o País foram a Brasília nesta terça e fizeram um protesto na Esplanada dos Ministérios. Alguns carteiros ficaram acampados em frente ao TST, esperando pelo fim da audiência de conciliação. Segundo a ECT, cerca de 20% dos 110 mil funcionários dos Correios aderiram à greve.
Para tentar diminuir os prejuízos da greve à população, os Correios fizeram mais um mutirão nacional no último final de semana, que resultou na entrega de 13 milhões de cartas e encomendas, além da triagem de 22 milhões de objetos postais. Desde o início da greve, em 14 de setembro, os mutirões foram responsáveis pela entrega de cerca de 25 milhões de cartas e encomendas em todo o país e pela triagem de mais 69 milhões, segundo dados da empresa.
Com informações da Agência Brasil.

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