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A
criança tímida pode ser tudo, menos um problema de indisciplina. Na verdade,
ela é exatamente o oposto. Enquanto muitos de seus colegas trabalham duro para
conseguir atenção, às vezes de forma turbulenta, a criança tímida batalha
igualmente, no sentido de evitar o tumulto ou a bagunça. Temerosos de chamar a
atenção para si mesmas, elas preferem se misturar com o grupo.
Mais espectador que participante,
ela tende a sair de cena ao invés de encarar um confronto. Uma criança tímida
pode ser mal interpretada pelos colegas, que geralmente a vê como hostil e
conclui que ela não quer brincar ou relacionar-se com eles.
Na realidade, a criança tímida
geralmente quer se envolver com seus colegas, mas não sabe como começar ou
manter uma conversação.
Os professores também podem
interpretar mal a criança tímida, confundindo sua relutância em interagir com o
grupo como uma escolha. Os professores podem concluir que uma criança tímida é
academicamente lenta, ou ainda que, por serem bem comportadas precisam de pouca
atenção.
Embora seja verdade que uma
criança tímida, muitas vezes seja um aluno aplicado, esta criança ou jovem
frequentemente precisa de atenção do professor para estimulá-la e dar-lhe a
confiança para amadurecer em seus relacionamentos.
O fato é que muitas vezes apenas
nos concentramos naqueles que nos dão trabalho e trazem problemas, e
negligenciamos os demais que estão quietinhos, sem darmos conta de que esses
alunos estão enfrentando sérios problemas ligados a relacionamento e auto
estima.
O que o Professor pode fazer:
ü Colocar o aluno tímido perto da mesa do Professor,
pois isso permitirá que o aluno possa falar com mais facilidade sem
preocupar-se com os demais colegas que estão atrás dele.
ü Coloque o aluno tímido ao lado de outro colega tímido,
pois facilitará a ambos iniciar uma amizade e a interação.
ü Estabeleça constante contato com o aluno tímido.
Quanto mais você for bem sucedido no desenvolvimento de uma relação de
confiança com o aluno mais provável será que ele desenvolva a confiança
necessária para relacionar-se com os seus pares. Tente encontrar tempo para
fazer algumas atividades que a criança goste.
ü Fale reservadamente com o aluno tímido. Crianças
tímidas precisam de prática em conversar com as pessoas. Mesmo pequenas
conversas semanais acerca dos seus interesses os auxiliam a desenvolver
habilidades sociais em uma zona de conforto segura.
ü Ensine sobre interação social. O ponto fraco das
crianças tímidas é justamente a péssima interação social. Eles não sabem o que
dizer, como se aproximar, como devem se portar, sobre o que e como devem falar
sem parecerem ridículos . Assim, é preciso que eles sejam ensinados a
praticarem pequenos gestos que os ajudem a desinibir e fazê-los sentirem-se
seguros na presença de outras pessoas tais como: olhe sempre para o rosto da
pessoa que estiver conversando, sempre sorria, ofereça ajuda, agradeça, faça
elogios, não tema aproximar-se.
ü Fazendo Amigos. A falta de traquejo social faz com
que os alunos tímidos tenham poucos ou nenhum amigo, por esta razão estão
sempre isolados e são sempre vistos sozinhos. Esses alunos querem se envolver
com os demais colegas, mas preferem isolar-se e preservarem-se de serem
ridicularizadas pois assim é menos doloroso.
Se você tem alunos nesta condição
está na hora de começar a dar uma mãozinha e promover a interação entre os
alunos para que as famosas “ panelinhas” sejam quebradas e todos tenham chances
iguais de se conhecerem e se relacionarem. Organize os grupos de forma que
esses alunos possam interagir com outros colegas que tenham os mesmos
interesses. Agrupe pares, com um aluno tímido e um mais descolado para
desenvolver atividades mais divertidas, assim o tímido tem a chance de ser
auxiliado pelo parceiro e vice versa. Atividades assim reforçam a cumplicidade
e companheirismo.
ü Dando um empurrão extra. É fato que crescemos
quando somos desafiados a sair da nossa zona de conforto. Assim, será
necessário uma vez ou outra, submeter esses alunos a situações com certo limite
de desconforto e ansiedade. Alunos tímidos não gostam de realizar apresentações
em público porque não se sentem confortáveis em falar para uma platéia, no
entanto depois que você tiver desenvolvido todas as dicas acima, é o momento de
começar a propor desafios deste tipo. Afinal, o propósito é ajudar essas
crianças a superarem a barreira do medo e da insegurança.
Quando os Amigos isolam o
colega que é tímido:
Todas as crianças precisam de uma conexão com seus pares. Para aqueles que estão à margem da sociedade, a escola traz amargas lembranças de um período em que foram rejeitados e sofreram isolamento social .
Você já teve dificuldade em
encontrar um parceiro para um trabalho em grupo? Nunca era escolhido para uma
brincadeira ou um jogo? Tinha apenas alguns poucos colegas para brincar no
intervalo? Costumava tomar o lanche sozinho ?
Além do efeito que tal isolamento
tem sobre a auto-estima da criança, ele também pode ter um impacto
significativo sobre a sua adaptação escolar.
A criança que fica isolada tem
negada, não apenas, as oportunidades de aprender as habilidades necessárias
para desenvolver e manter amizades, bem como, tem o seu desempenho escolar
afetado, já que sua saúde emocional fica comprometida. Não é de surpreender que
as crianças que se sentem isoladas de seus pares tendem a ter cada vez mais
problemas sociais e acadêmicos à medida que envelhecem.
O que o Professor pode fazer:
ü Procure saber porque a criança está isolada.
Encontre tempo para observar o aluno em diferentes contextos, como no horário
do lanche, na entrada, na saída, na quadra, no pátio, corredores, etc. Converse
com os pais da criança e professores do ano anterior. A informação que você
recebe pode ajudá-lo a determinar se as dificuldades do aluno estão
relacionadas a questões de timidez, prepotência, agressividade, aparência,
higiene. Você não faz idéia de como as crianças e jovens podem ser cruéis e
isolar um colega por motivos banais e até mesmo inexplicáveis.
ü Crie intervenções junto aos
Colegas.
o Ofereça atividades para integração de todos os alunos
o Crie projetos onde seja trabalhado a cooperação
o Levante os pontos fortes, talentos e habilidades de todos os alunos e faça-os compartilhar, assim todos verão uns aos outros sob outra perspectiva
o Ofereça atividades para integração de todos os alunos
o Crie projetos onde seja trabalhado a cooperação
o Levante os pontos fortes, talentos e habilidades de todos os alunos e faça-os compartilhar, assim todos verão uns aos outros sob outra perspectiva
ü Crie intervenções junto ao
Aluno.
o Converse com o aluno e ofereça ajuda
o Peça para o aluno listar os pontos fortes
o Listar as situações em que utilizou os pontos fortes
o Peça para o aluno listar os pontos fracos
o Peça para o aluno listar os problemas que está enfrentando devido a isso
o Peça para o aluno listar que tipo de ajuda gostaria de receber
o Dê orientações, dicas, sugestões
o Converse com o aluno e ofereça ajuda
o Peça para o aluno listar os pontos fortes
o Listar as situações em que utilizou os pontos fortes
o Peça para o aluno listar os pontos fracos
o Peça para o aluno listar os problemas que está enfrentando devido a isso
o Peça para o aluno listar que tipo de ajuda gostaria de receber
o Dê orientações, dicas, sugestões
Crie intervenções junto aos
Pais. Encoraje os pais dos alunos
tímidos para estimular e ajudar a nutrir os relacionamentos do filho com os
colegas. Você pode sugerir aos pais que abram o lar para receber os colegas do
filho. Dê-lhes idéias de como estruturar essas visitas, inclusive convidando
apenas uma criança de cada vez e proporcionando uma atividade atraente para a
primeira visita. Exemplo: Passar um final de semana, ir assistir um vídeo
(sessão Pipoca), Fazer uma Noite do Pijama (para as meninas). Depois essas visitas
podem serem transformadas em Passeios, Festas, Viagens.
Alunos quietinhos não dão
problemas, então porque ater-se tanto a eles? Por não causarem transtornos, ou
nunca estarem envolvidos em questões de indisciplina esses alunos são comumente
invisíveis aos nossos olhos, mas são esses alunos que tornam-se desajustados
socialmente.
Alerto que estas situações de
isolamento levam várias crianças e jovens a desgostarem de si mesmas ou da
vida, encaminhando-as a praticarem a auto mutilação e até mesmo a cometerem o
suicídio. Por isso fique atenta aos sinais de ferimentos nos braços, pulsos e
pescoço.
Por isso, na próxima vez que você
ver um aluno quietinho em um canto, sozinho, afastado dos demais, lembre-se ele
não dá trabalho na sala de aula, mas ele precisa que alguém se dê ao trabalho
de importar-se com ele.
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