terça-feira, 12 de junho de 2012

Pobreza e baixa escolaridade estão entre causas do trabalho infantil



Entre as principais causas do trabalho infantil no Brasil estão a pobreza e a baixa escolaridade das famílias, segundo a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), Isa Oliveira. "O trabalho infantil reproduz a situação de pobreza e baixa escolaridade na qual os pais dessas criança estão inseridos", destaca a secretária executiva, no Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado nesta terça-feira.
Atualmente, o Brasil tem mais de 4 milhões de crianças e adolescentes trabalhando. Na faixa dos 5 a 14 anos, em que a legislação brasileira proíbe qualquer forma de trabalho, o número chega a 1,4 milhão. Para Isa, entre os fatores está o fato de as famílias não considerarem a escola como uma alternativa. "Principalmente na área rural, há uma grande precariedade educacional, acrescida da precariedade no transporte para que essas crianças cheguem à escola", lembrou.
Além da situação de pobreza e de baixa escolaridade, a questão cultural contribui para os índices de trabalho infantil no País na visão de Leonardo Sakamoto, coordenador da organização não governamental (ONG) Repórter Brasil. "Esse processo já foi quase que institucionalizado em algumas famílias por causa de uma suposta tradição de formação e caráter que está associada ao trabalho infantil."
De acordo com Sakamoto, alguns pais acreditam que, pelo fato de eles terem trabalhado e isso ter ajudado na formação do caráter, os filhos têm que passar pela mesma situação. Para o coordenador, as famílias não devem ser culpadas pelo fato de as crianças estarem trabalhando. Segundo ele, o Estado é o responsável por fiscalizar e dar condições para que os pais não permitam o trabalho infantil.
"A culpa é do Estado que não fiscaliza e não dá meios para que essas crianças e essas famílias possam não contar com o trabalho de seus filhos. A culpa não é de quem está tentando sobreviver e que não entende que isso é errado."
De acordo com o coordenador da ONG, o Estado deve garantir às famílias alternativas de oportunidades como estudo, lazer, esporte e cultura.
Agência Brasil

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