terça-feira, 12 de junho de 2012

Sou vítima de uma grande injustiça, diz Perillo na CPI


O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta terça-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira ser "vítima de uma grande injustiça, originada por ataques odiosos e sem limites, que se manifestam ora de forma sutil, velada, ora sorrateira". Aos membros da comissão, ele negou ter mantido relações "de proximidade" com o contraventor Carlinhos Cachoeira, destacando que há apenas uma ligação sua ao bicheiro registrada pela Polícia Federal, para parabenizá-lo pelo seu aniversário. O governador afirmou que ligou para um Cachoeira não contraventor, e sim "empresário que atuava no setor de produção de medicamentos".
Assistido por seu advogado, o governador falava na condição de testemunha. Era grande a presença de parlamentares na sala da CPI, com alguns deputados acompanhando a reunião de pé.
Perillo começou afirmando ser "vítima dos acontecimentos deflagrados pela Operação Monte Carlo, por fatos distorcidos" e prometendo "a verdade dos fatos". "Desde o início me ofereci para depor nesta CPI", lembrou.
Carlinhos Cachoeira 
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Com informações da Agência Senado

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