Levantamento da SIP ouviu 101 profissionais de 12 países das Américas.
Venezuela e Argentina são citados como países com maiores restrições.
Amauri Arraes e Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
A pressão de governos representa atualmente a principal ameaça à liberdade de imprensa nas Américas, segundo pesquisa inédita divulgada nesta segunda-feira (15) durante a 68ª Assembleia Geral Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), que acontece até esta terça-feira (16), em São Paulo.
O levantamento feito pela SIP com 101 profissionais de 12 países mostra o que pensam editores e publishers sobre a liberdade de imprensa e os principais desafios.
Em relação aos agentes que mais ameaçam a atuação dos profissionais e veículos de comunicação, 36% dos entrevistados apontaram os governos, 28% as medidas judiciais, 9% atribuíram os riscos às organizações criminosas e 7% ao poder legislativo.
Segundo a pesquisa, 63% dos entrevistados acreditam que a violência contra jornalistas tem como agente os governos e para 55%, as organizações criminosas.
A relação com os governos foi considerada boa ou ótima para 39% dos participantes e regular para 35%. Para 51%, os governos respeitam a liberdade de imprensa. Por outro lado, 34% declararam que o governo central de seu país adotou, nos últimos cinco anos, iniciativas que restringem a liberdade de imprensa. Desses, 65% citaram como formas de cerceamento as leis de controle de conteúdo, 53% a manipulação de publicidade oficial, 35% o uso da máquina fiscal e 29% restrições econômicas.
Países com maior ameaça
A Venezuela foi apontada por 82% dos entrevistados como o país com maior ameaça a liberdade de imprensa, seguida pela Argentina, com 62%, e Cuba, com 60%. Em seguida, vem o Equador, com 46%, a Bolívia, com 41%, e o México, com 39%.
Para 67% dos entrevistados, a imprensa tem liberdade constitucional, mas esporadicamente sofre ameaças ou é coagida.
A pesquisa também abordou os objetivos daqueles que defendem as restrições à imprensa. Para 41% dos jornalistas participantes do levantamento, o controle de conteúdo é o motivo, enquanto que a quebra de monopólios e de grandes concentrações foi citada por 37%.
Ainda assim, o futuro é de otimismo e o Brasil lidera o ranking com 53% de jornalistas otimistas com o que pode acontecer daqui para frente.
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