A refinaria Premium II, que será construída no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, está na lista de projetos que precisariam ser cortados caso a Petrobras não consiga reajustar o preço de seus combustíveis como previsto no plano de negócios 2012-2016, segundo o jornal Estado de São Paulo. Além dela, a refinaria Premium I no Maranhão também estaria na lista.
De acordo o jornal, o Complexo Químico do Rio de Janeiro (Comperj) corre o risco de se tornar inviável em último caso. Um corte teria implicações políticas, já que os três Estados contam com os investimentos bilionários e com a criação de emprego trazidos pelas obras.
Os três projetos já foram alvo de polêmica nos últimos meses, o que forçou a presidente da companhia, Graça Fortes a visitar os governos locais para reforçar a importância dos projetos.
Segundo o Estado, os cortes no programa de investimentos não seriam imediatos, nem feitos de uma vez só. Parte do restante da lista que depende de reforço no caixa integra os 147 projetos que a presidente estabeleceu como "em avaliação" ao apresentar seu primeiro plano de negócios quinquenal (2012-2016), em junho.
Plano de investimentos
As refinarias integram a lista que a presidente da companhia, Graça Foster, apresentou há duas semanas ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao defender reajuste para diesel e gasolina. Sem aumento, ela disse que faltará caixa para as obras, dizem as fontes do jornal. Atrasos no plano de desinvestimento da companhia também estão atrapalhando a financiabilidade do plano de investimentos.
A nova categoria significa que os investimentos só serão confirmados à medida que as fases iniciais dos projetos forem aprovadas, o que inclui a viabilidade financeira deles.
O fato de Graça, em junho, enquadrar como "em avaliação" as refinarias Premium I e II e parte do Comperj (segunda fase da refinaria e unidade petroquímica) gerou grita dos governadores. Em julho, a presidente da Petrobrás visitou pessoalmente os governadores Roseana Sarney (MA), Cid Gomes (CE) e Sergio Cabral (RJ), posando para fotos e reafirmando que os projetos continuavam em pauta.
Ao todo, estão em avaliação US$ 27,8 bilhões dos US$ 236,5 bilhões de investimentos previstos para até 2016. Parte do orçamento das refinarias está fora deste valor, pois a previsão de conclusão das obras é para depois de 2016.
Refinarias Premium
As refinarias Premium, assim chamadas por processar combustível para exportação, estão em fase inicial de projeto - a do Maranhão em terraplenagem e a do Ceará ainda no papel. O Comperj está com 35% das obras concluídas, e a primeira fase da refinaria está com orçamento garantido. Os orçamentos são todos bilionários, mas não são divulgados.
Para tocar os projetos como previsto, Graça defende o cumprimento do pressuposto no plano de negócios para o período 2012-2016, aprovado em junho. Na época, os investimentos de US$ 235,5 bilhões tinham como premissa um reajuste de diesel e gasolina de 15%.
O porcentual pedido pela Petrobras está abaixo da defasagem de preços dos combustíveis vendidos pela companhia em relação ao mercado internacional. Mesmo com os aumentos dados pelo governo em junho (3,94% diesel, 7,83% gasolina) e em julho (6% no diesel), o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) calcula a defasagem hoje em 26%. Segundo o CBIE, essa diferença de preços fez com que a Petrobrás perdesse R$ 3,3 bilhões entre janeiro e agosto.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, internamente, a equipe responsável pelas refinarias do Maranhão e do Ceará está sendo fortemente pressionada para adequar os custos a parâmetros internacionais. Graça não quer ver repetido o exemplo de Abreu e Lima (Pernambuco), que saiu pelo menos três vezes mais cara do que pares estrangeiras.
Consultada pelo jornal, a Petrobras disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não confirma as informações. O Ministério da Fazenda preferiu não comentar.
Com informações da Agência Estado
Fonte: Diário do Nordeste
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