Igreja
católica desaprova decisão do Supremo Tribunal Federal
Cartaz
utilizado em caminhada contra o aborto promovida pela igreja católica (Fotos:
Portal Infonet)
Após
a autorização de interrupção de gravidez de mulheres com gestação de anencéfalo
concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Igreja Católica se manifestou
e condenou a medida. Para ela, a defesa da vida deve prevalecer independente da
ocasião em que o feto está sendo gerado.
Segundo
o padre Anderson Pina, formado em biologia e mestre em bioética, nenhum médico
pode precisar a quantidade de tempo de vida de um bebê anencéfalo, portanto
ninguém pode garantir que a criança irá morrer com pouco tempo de vida. “Não
importa o período em que a criança irá sobreviver após a realização do parto, o
importante é que ela tenha a oportunidade de vir ao mundo e ser amada por sua
mãe”, declarou.
Anderson
ainda informou que a igreja entra em contato com as mães que abrigam um feto
com anencefalia, e identifica que aumentam os conflitos psicológicos delas após
o aborto. “Nos preocupamos com as mulheres, e por isso fornecemos toda a ajuda
possível. Exemplo disso são as pastorais da criança e das mulheres que prestam
todo o apoio necessário as mães que passam por uma situação delicada como
essa”, informou.
Padre
Anderson Pina a vida de uma criança sempre deve ser valorizada
Para
o professor de sociologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que
compareceu na tarde de sexta-feira, 13, à caminhada contra o aborto promovida
pela Igreja Católica, com a decisão o STF os casos de aborto serão ampliados.
Já para o sociólogo Camilo Antônio Santa Bárbara Júnior, que também é contra a
aprovação do Supremo Tribunal Federal, a questão do aborto não interessa apenas
aos religiosos, mas a sociedade em geral. “O bebê não é um órgão da mãe, e sim
um indivíduo. Além disso, nenhuma ciência é capaz de dizer que um feto
anencéfalo não é um ser sem vida, e por isso ele precisa ser preservado”,
afirmou.
Outra
visão
A
médica Glória Tereza, presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria e diretora
do Sindicato dos Médicos de Sergipe, é a favor da decisão do STF, e alega que a
lei deve ser realmente extensiva a todas as mulheres com casos de gravidez de
anencéfalo para que elas mesmas possam definir se querem realizar o aborto.
Sociólogo
Camilo Antônio é contra decisão tomada pelo STF
Glória
ainda conta que apesar desse tipo de gestação não por em risco a vida da
mulher, é importante que se saiba que, mesmo que a criança sobreviva por um
determinado tempo, ela não será provida de inteligência e não vai interagir com
as pessoas. “Cada um deve tomar a decisão de acordo com sua consciência.
Preceitos religiosos devem até ser levados em consideração, mas a determinação
final é de cada um”, finalizou a médica.
Por
Monique Garcez e Janaina Oliveira
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