segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dilma defende diálogo "entre iguais" com Estados Unidos


A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira um diálogo "entre iguais" com os Estados Unidos e o aproveitamento do potencial da relação bilateral para "reequilibrar" o comércio entre os dois países, durante discurso num fórum com empresários realizado em Washington.
"Cada vez mais buscamos um diálogo entre nações iguais", destacou Dilma ao indicar que o Brasil é consciente "da importância dos Estados Unidos nesta conjuntura de crise para a reconstrução da prosperidade internacional".
No entanto, a presidente lembrou que no mundo multipolar de hoje as relações entre os países devem refletir "a nova distribuição de poder" e dar lugar a "um sistema internacional mais inclusivo e cooperativo". O fórum foi realizado na Câmara de Comércio dos Estados Unidos.
A chefe de estado defendeu o protagonismo do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que são, de acordo com a governante, as economias "mais dinâmicas" hoje em dia.
Os Brics reúnem 43% da população mundial e 25% da riqueza, e geraram 56% do crescimento econômico registrado no mundo nos últimos anos.
Assim como fez após o término de sua reunião na Casa Branca com o presidente de EUA, Barack Obama, Dilma aproveitou o fórum para expressar sua preocupação pelas políticas monetárias expansivas dos países ricos.
Essas políticas, que provocam uma "desvalorização artificial da moeda nos países desenvolvidos", estão "diminuindo a competitividade dos emergentes", opinou a líder.
Se não forem modificadas, essas políticas monetárias "serão bastante nocivas para aqueles que são hoje o motor do crescimento internacional", acrescentou Dilma.
Por outro lado, a presidente propôs aproveitar o "potencial" da relação com os Estados Unidos para "reequilibrar" o comércio bilateral, que apresenta um saldo "desfavorável" para o Brasil.
Segundo os últimos dados do Departamento de Comércio dos EUA, entre janeiro e dezembro de 2011 o déficit brasileiro somou US$ 11,572 bilhões, frente aos US$ 11,467 bilhões de 2010.
"É necessário ampliar a troca educacional e científica", assim como aproveitar as oportunidades de cooperação na área dos biocombustíveis, ponderou Dilma.
No setor educativo, o governo pretende enviar 100 mil estudantes de graduação e pós-graduação para as 50 melhores universidades do mundo e pelo menos 20% deles irá para os Estados Unidos.
Nesta terça-feira, Dilma dará uma palestra na Universidade de Harvard, em Boston.

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